Pesquisa Inédita de mestrado identifica causas da alavancagem comercial do Magazine Luiza

O estudo foi realizado a partir de dados obtidos na empresa, além de mais de 50 entrevistas com executivos e funcionários de várias lojas.

Pesquisa de Mestrado realizada no Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP, que será defendida no dia 04 de maio (sexta-feira), às 14h, mostra que a cultura organizacional tem sido uma das principais causas da alavancagem comercial do Magazine Luiza, nos últimos anos, uma das 10 maiores empresas no ranking do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo.

Denominado Cultura & Negócios: O Jeito Luiza de Ser - dimensões simbólicos da cultura na gestão do Magazine Luiza – o estudo realizado pelo sociólogo e jornalista Maroni João da Silva, aponta que as chamadas “novas tecnologias gerenciais” desenvolvidas pela empresa ao lado de uma série de mudanças implementadas a partir de 1991, quando Luiza Helena Trajano assumiu o comando da organização, colocaram a empresa em um novo patamar de negócios, que redefiniram sua cultura corporativa.

Entre essas tecnologias citadas na pesquisa destacam-se os canais de comunicação que compartilham agilizam as decisões internas, o foco nas pessoas, o modelo de gestão flexível com participação colegiada dos funcionários e ações diferenciadas que reforçam de forma permanente e continuada a motivação e o envolvimento dos funcionários com a estratégia de negócios da empresa.

Outro aspecto levantado pelo estudo, apoiado em pesquisa de campo realizado durante cerca de dois anos, envolvendo mais de 50 entrevistas com executivos e funcionários da empresa em lojas do interior do estado de São Paulo, Guarulhos, São Paulo (capital) e em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é a nova postura da empresa no contexto da reestruturação produtiva. De acordo com a pesquisa, sem abandonar os princípios da racionalidade administrativa e contábil no controle dos resultados dos negócios, a empresa arejou o núcleo duro da gestão com conhecimentos oriundos de áreas, tais como psicologia social, comunicação, pedagogia e, de forma indireta, da sociologia, formando uma espécie de “governança multidisciplinar”.

Com base nesse modelo, o Magazine Luiza se autodefine como uma “empresa orgânica”, conforme entrevista de um de seus gestores. Em seu depoimento ao pesquisador, ele enfatiza que por causa desse perfil inovador, a empresa é capaz de fazer correção de rumos, quando necessário, bem como dar grandes saltos como a abertura de 50 lojas na capital paulista e região metropolitana, em 2008, sem colocar em risco o seu DNA, que ainda hoje preserva o sotaque caipira de Franca, cidade onde foi fundada, em 1957.

Quem é o autor da pesquisa - Graduado em Comunicação Social (Jornalismo) e em Ciências Sociais pela PUC-RS. Pós-graduado lato sensu em Globalização e Cultura (Sociologia da Mudança), pela Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo; Mestrando em Ciências Sociais pela PUC-SP. Técnico em Contabilidade pela Escola de Comércio Dom Feliciano (RS). Extensão em Relações Públicas, Jornalismo Interpretativo e Sociologia Urbana, pela PUC-RS; Extensão em Relações Internacionais, pela USP; fez curso de Siderurgia para Jornalistas no Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) hoje Instituto Aço Brasil (IABr) e de Consultoria Empresarial na Mocsany Associados. Foi editor-assistente de economia da Folha de São Paulo, repórter de economia do Jornal da Tarde, professor de jornalismo econômico da Faculdade Cásper Líbero, atuou em rádio e várias empresas jornalísticas em Porto Alegre, antes de se mudar para São Paulo, em 1985. Atualmente, é editor da revista de tecnologia e negócios ligados ao setor minerometalúrgico ABM – Metalurgia, Materiais & Mineração, da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração.