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05/05/2012 - 08:26

Trabalho em casa traz independência financeira

Profissionais que escolhem tocar a carreira por conta própria devem dedicar atenção à rede de contatos.

Chefes de si mesmo. Este é o sonho de muitos profissionais: conseguir trabalhar por conta própria, na área de formação ou no segmento que desenvolveram habilidades, durante experiência profissional no mundo corporativo. O voo solo é um desafio que pode ser bem-sucedido, entretanto Ylana Miller, diretora executiva da Yluminarh Desenvolvimento Profissional e professora do IBMEC, avalia que não basta estar atento somente às competências adquiridas no processo educacional ou profissional. “É necessário fazer um estudo do mercado em que se pretende atuar para se lançar diante da concorrência. Um dos pontos mais positivos é a flexibilidade de horário que permite a melhor qualidade de vida. Muitas vezes essa vantagem é destacada por alguns profissionais que trabalham por conta própria, como a melhor, mas vale ressaltar que o isolamento pode ser empecilho para alavancar a carreira, caso não seja construído ou reconstruído o networking”, alerta Ylana.

Na avaliação da especialista, o profissional que pretende se arriscar por conta própria deve estar atento à premissa de que vende um serviço para o mercado. Dessa forma, será mais exigido do que, por exemplo, se estivesse trabalhando numa empresa, porque terá que desenvolver habilidades e competências além do mundo corporativo. "Um arquiteto, engenheiro ou advogado que pensa em se lançar sozinho no mercado deve estar consciente de que o expertise técnico não é suficiente. O profissional que vai trabalhar por conta própria terá que ampliar suas competências e a rede de contatos. Seu network não é mais o do mundo corporativo e deve ser ampliado. Esta pessoa também deve saber, por exemplo, para quem vai vender seu serviço. Atuar por conta própria tem exigências além de ser tecnicamente preparado", avalia a consultora.

Sérgio Carvalho Pereira (53) se lançou sozinho no mercado em 2010. Depois de trabalhar alguns anos em diversas empresas como consultor de gestão de empresarial e cursar um MBA Executivo em Gestão Negócios, tornou-se especialista em Gestão Empresarial com complementação pedagógica em Docência de Ensino Superior , se arriscou e resolveu ser "empresário de si mesmo", como ele mesmo denomina. Atualmente, é diretor executivo da Kikursos, empresa de cursos e consultoria que abriu no Rio de Janeiro, após os anos de experiência nas empresas que trabalhou. "Percebo que é uma tendência os profissionais conduzirem suas carreiras por conta própria como atividade principal ou secundária. Saí do mundo corporativo para me tornar um consultor de fato. Sempre achei que tinha um networking que seria responsável pela minha recolocação. Percebi que os amigos são os que menos contratam. Assim, tive que transformar a minha competência corporativa em uma metodologia. O profissional que está em uma companhia é um especialista da empresa em que trabalha e não do mercado e, muitas vezes, não vai conseguir aplicar em outras organizações o que fazia na anterior porque a cultura é diferente", conta.

Portanto, segundo Carvalho, o profissional que sai do mundo corporativo é experiente nos assuntos desta determinada empresa. A alternativa para que não fique isolado, avalia Ylana Miller, é frequentar associações, seminários e palestras para ampliar a rede de contatos e estar inserido no mercado. Além disso, a consultora ressalta que trabalhar por conta própria requer habilidade comercial, divulgação do trabalho, enfim, competências diferentes para as quais os profissionais muitas vezes não atentam. "Trabalhar por conta própria requer mais coragem do que competência porque, às vezes, a experiência anterior não ajuda muito. A tendência é que o profissional abra um negócio na sua área de atuação, independentemente da necessidade do mercado e se há demanda. Depois que saí do mundo corporativo passei seis anos construindo novamente meu network. Existe a possibilidade de ficar isolado", revela Sérgio Carvalho Pereira que montou a Kikursos em um dos quartos desocupados de sua casa no Leblon e terceiriza os auditórios da Igreja Santa Mônica para aplicar os cursos.

Outro caso de sucesso é o da advogada Sandra Barbosa (36) durante 9 acumulou experiência em algumas áreas da profissão num mesmo escritório. No final desse período, chegou à conclusão de que precisava buscar novos caminhos para ascender profissionalmente. "Decidi sair de onde estava e correr atrás de outros escritórios. Queria dar uma balançada na minha vida e conseguir uma remuneração maior também. Mas as respostas eram sempre as mesmas: a minha proposta salarial estava muito acima do mercado", lembra. Diante desse panorama, Sandra preferiu trabalhar por conta própria. Montou um escritório em seu apartamento em Botafogo. "A principal vantagem de ter independência profissional é saber que, no fim do mês, não preciso dividir o dinheiro com ninguém", destaca a advogada, que trabalha nesse sistema há cinco anos e possui rendimentos mensais bem lucrativos. “Mesmo não tendo renda fixa, pois o salário varia de acordo com a comissão acertada com o cliente, essa opção de trabalho oferece mais vantagens do que o sistema convencional” conta acrescentando que por causa da falta de cobrança de uma chefia, o quesito disciplina tem que ser redobrado. "Programo as minhas tarefas com pelo menos um dia de antecedência e já penso em contratar uma secretária ou um estagiário para me dar assistência", acrescenta.

A advogada concorda com especialistas que afirmam que um dos problemas em atuar como profissional liberal é deixar o nome cair no esquecimento. Para evitar essa trajetória, ela busca parcerias com advogados em alguns processos. "Dessa forma, troco experiência com outros profissionais e também ajudo a aumentar a minha rede de relacionamentos. Faço vários cursos também com objetivo de aprimorar os meus conhecimentos e de ampliar a minha rede de contatos", explica.

“Trabalhar em casa não é privilégio de profissionais liberais. O progresso das novas tecnologias e a crescente preocupação com possíveis fórmulas que permitam conciliar a vida profissional com a pessoal estão transformando o conceito tradicional de empresa e de expediente de trabalho” explica Ylana Miller, lembrando que a internet e os sistemas móveis são os protagonistas dessa revolução, que permitem, cada vez mais, aos profissionais realizarem suas tarefas de qualquer ponto do planeta sem necessidade de comparecer ao escritório.

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