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08/05/2012 - 09:33

Tomas Sigrist lança livro ilustrado sobre mamíferos brasileiros


Referência bibliográfica inédita para pesquisas científicas, “Mamíferos do Brasil – Uma Visão Artística” é a única obra que reúne ilustrações de todas as espécies catalogadas no País.

Depois de uma coleção completa sobre as aves brasileiras, chegou a vez dos mamíferos: o pintor naturalista Tomas Sigrist, famoso por seus livros sobre aves, lança agora, pela editora Avis Brasilis, “Mamíferos do Brasil – Uma Visão Artística”, uma obra de referência sobre a história natural dos mamíferos brasileiros. “Nesse grupo, os macacos são os que mais chamam a atenção”, destaca ele, que também cita felinos, como a onça e a jaguaritica, entre os animais ilustrados na publicação.

A obra reúne ilustrações feitas à mão que retratam os mamíferos encontrados no país pelo pintor autodidata. “Comecei a pintar por influência de minha mãe, que faz pintura em tecido. Tive muitas referências dentro de casa”, relata Sigrist. Ele explica que a publicação, assim como já acontece com os demais títulos da editora, servirá principalmente como referência bibliográfica para pesquisas científicas.

Para conseguir visualizar certos morcegos muito pequenos, ele acompanhou especialistas nesse tipo de animal, que usam iluminação especial e trabalham com redes nas árvores. O livro traz ainda ilustrações de cães, raposas, baleias, golfinhos, entre outros. “Levam-se alguns anos para ver a maioria das espécies”, afirma o pintor.

A Avis Brasilis é uma das principais editoras brasileiras de títulos ecológicos e culturais, e ao lançar o novo volume possibilita a estudantes, educadores, apreciadores de arte, profissionais do setor e ao público leigo, o acesso a informações completas sobre as diferentes espécies, por intermédio de textos e pinturas, a maior parte em acrílico sobre papel ou tela.

A obra conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet nº 8.313/91) e patrocínio da empresa TETRA PAK.

Processo criativo-Dentre as técnicas usadas no livro por Sigrist, ele ressalta o uso do pastel seco, material capaz de reproduzir à perfeição a textura do pelo aveludado de algumas espécies de mamíferos retratados no livro, como é o caso da onça pintada, que estampa a capa. O pintor também usou nas suas pinturas aquarela, têmpera (ou guache), além de nanquim, carvão e lápis. Mas ele prefere o acrílico, que permite mais complexidade e é tecnicamente superior. “Dá para fazer imagens com resolução quase fotográfica”, aponta.

O livro resulta de mais de cinco anos de pesquisa de campo feita por Sigrist nos mais variados biomas brasileiros: desde a Mata Atlântica, até o Cerrado, passando pela Floresta Amazônica, Parque Nacional das Emas (GO), Pantanal, matas virgens na região de Pernambuco, Serra do Cipó (MG) e Iguape (SP), entre outras localidades, por onde viajou sozinho ou em companhia de pesquisadores que o auxiliaram nesses levantamentos.

“Caçada” difícil-Para chegar a uma ilustração específica, Sigrist empreende uma aventura pelas matas e campos do Brasil. Ele conta que foi difícil encontrar a onça pintada. O animal costuma encobrir com folhas secas a carcaça de uma presa e volta depois ao local para terminar a refeição. “Os urubus localizaram essa carcaça, e ficamos vários dias esperando o bicho voltar, sem sucesso”, recorda. Depois de algum tempo, ela apareceu “do nada”.

Também foi difícil encontrar uma espécie de mono-carvoeiro, o maior macaco das Américas. Sigrist conta que viram alguns, na reserva biológica Augusto Ruschi, no município de Santa Teresa (ES), mas de longe. Mais tarde, em Juquiá (SP), puderam observar esses macacos de perto. “Se eu soubesse não precisaria ter ido tão longe para encontrá-los, estava mais fácil aqui”, lamenta.

Capa -Sigrist pensou em usar o mico-leão dourado na capa, mas acabou optando pela onça pintada. “Porque é um animal que precisa de carinho em termos de preservação, principalmente fora da Amazônia, onde está em risco de extinção. Hoje, existe todo um trabalho dos biólogos em prol da sua preservação”. Como a onça está no topo da cadeira alimentar, Sigrist explica que preservando bem a onça, seriam preservadas todas as demais espécies que estão “abaixo” dela na cadeia alimentar. O mesmo acontece em outros países, com os grandes predadores, como o tigre, o leão e o lobo, segundo o pintor.

Sigrist planeja, em seus próximos projetos, retornar para as aves. “Vários livros sobre pássaros esgotaram rapidamente. Por isso, vou retomar alguns, para repor para o público interessado. Depois, será a vez dos peixes”, antecipa.

Sem preconceitos, Sigrist já pintou anfíbios, répteis, peixes, insetos, quase todos os animais da fauna brasileira. “Como trabalhei muito tempo no campo e no mato observando os pássaros, vi também todo tipo de animais e consegui acumular um acervo de informações sobre vários deles”, revela. Agora, decidiu focar os animais divididos por classes.

Seu trabalho em campo envolve o esboço e anotações sobre o comportamento dos animais. Depois, ele vai a museus, pesquisa espécimes empalhados (já que nunca coleta animais), consulta pesquisas de outros cientistas e de museus como o de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), de História Natural da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de Nova York e até museus europeus (Viena, Stuttgart), para complementar as informações sobre cada espécie retratada no livro.

Seus livros costumam ser usados como referência bibliográfica e indicadores para estudos de impacto ambiental. Mas Sigrist procura, neste livro, dar-lhes a devida importância não apenas por esse aspecto, mas também sensibilizando o leitor quanto à necessidade de sua preservação.

O trabalho de Sigrist une aventura e a paixão do autor pela natureza. “Nossa intenção é possibilitar ao leitor que suas pesquisas se estendam além do livro. Assim, além das informações contidas no volume, são indicadas alternativas para encontrar novas fontes de referência”, explica.

Tomas Sigrist -Em 1986, iniciou sua carreira como pintor naturalista, e chegou a um estilo próprio de expressão para representar elementos da fauna e flora brasileira, trabalho para o qual desenvolve pesquisas em campo, em museus e em bibliotecas no mundo todo. Ele escreve artigos científicos sobre aves e ilustra livros para outros autores. No começo dos anos 90, auxiliou Edwin O´Neal Willis em seu livro “Aves do Estado de São Paulo”. O projeto durou sete anos. Em 2003, fundou a editora Avis Brasilis e no ano seguinte lançou “Aves do Brasil – Uma visão Artística”, a que se seguiram “Aves do Brasil Oriental”, “Iconografia das Aves do Brasil”, Insetos: Magia Formas e cores”, “Aves da Amazônia” e o “Guia de Campo – Avifauna Brasileira”. [ http://pt.wikipedia.org/wiki/Tomas_sigrist].

.[Mamíferos Do Brasil – Uma Visão Artística | Editora: Avis Brasilis |Ilustrações e textos: Tomas Sigrist |448 páginas| Formato: 23x31|Capa dura|Preço sugerido: R$ 160,00 na loja virtual da Avis Brasilis| www.avisbrasilis.com.br e [email protected]].

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