Focus: mercado ajusta projeção da Selic para 8,50% em 2012

Segundo a pesquisa Focus, a expectativa mediana para o IPCA de 2012 permaneceu em 5,12% na semana passada. Já a projeção mediana para 2013 subiu uma vez mais, passando de 5,53% para 5,56%.

A projeção mediana para o IPCA de 2012 das instituições Top 5 de curto prazo se manteve em 5,01%, ao passo que a projeção mediana das instituições Top 5 de médio prazo voltou a ficar acima de 5%, passando de 4,99% para 5,03%.

A mediana suavizada das projeções para o IPCA nos próximos 12 meses continuou em 5,53%. O mesmo comportamento foi observado na mediana das projeções de 12 meses para o IGP-DI (que se manteve em 5,36%). Para o IGP-M, no entanto, a mediana recuou de 5,41% para 5,39%.

A mediana das expectativas para o crescimento do PIB subiu para 2012 (de 3,22% para 3,23%), a despeito dos indícios de que a atividade econômica se manteve bastante enfraquecida no 1º trimestre de 2012. Para o PIB de 2013, a mediana continuou apontando crescimento de 4,30%. Já as projeções para a produção industrial voltaram a cair tanto para 2012 (de 2,00% para 1,92%), como para 2013 (de 4,00% para 3,95%), refletindo o desempenho decepcionante do setor no início deste ano.

As medianas das projeções para a taxa de câmbio subiram de R$ 1,80 para R$ 1,81 para 2012 e 2013.

No tocante aos próximos passos da política monetária, a mediana das projeções passou a considerar que o BC promoverá mais um corte na Selic, de 50 pontos-base, na próxima reunião do dia 30 de maio. Com isso, a expectativa mediana indica agora que a taxa Selic encerrará 2012 em 8,50%, embora a média das projeções indique patamar inferior (8,45%).

A expectativa mediana das instituições Top 5 de curto e médio prazo para a Selic também apontam que o juro básico deverá sofrer nova redução de 50 p.b., permanecendo em 8,50% até o final deste ano. Não obstante, para 2013 a expectativa mediana ainda aponta que o BC terá que tornar a subir o juro básico em 150 p.b. (para 10,00%).

Na semana passada o governo anunciou a alteração nas regras da correção da caderneta de poupança, tirando importante obstáculo ao prosseguimento do atual ciclo de redução da Selic. A medida consiste em aplicar remuneração de 70% da Selic mais TR a partir do momento em que a taxa básica for igual ou menor que 8,5%. Como resultado, alguns economistas já passaram a projetar que a Selic cairá para patamar inferior a 8,0%.

Para a LCA, no entanto, uma taxa de juro de 8,5% será compatível com estabilidade da inflação apenas se for complementada com outras medidas de contenção da expansão da demanda agregada. Sem uma indicação clara de quais medidas farão o serviço, parece cedo para apostar em juro muito abaixo da mínima histórica.

A distribuição das expectativas para a inflação divulgada hoje continua a indicar que o mercado não conta com a convergência da inflação para patamares próximos ao centro da meta, a despeito da evolução bem comportada do IPCA no início deste ano. As projeções para o IPCA de 2012 seguem concentradas entre 5,2% e 5,4%.

A distribuição das expectativas para 2013, por sua vez, ainda reflete uma grande incerteza em relação à trajetória da inflação, com maior concentração em três cenários distintos para o IPCA: em 5,4%, 5,8% e 6,2%.

A distribuição das expectativas para a Selic de 12 meses à frente também mostrou elevada incerteza em relação trajetória do juro básico. Um cenário trimodal começa a ganhar forma, com projeções concentradas em 8,5%, 9,5% e 11%.

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