Pesquisa identifica fatores que predispõem os jovens à violência

Os fatores que levam uma pessoa entre 18 e 24 anos a testemunhar, praticar ou sofrer atos de violência são desvendados pela pesquisa "Determinantes da violência interpessoal entre os jovens do DF", que será lançada dia 6, em Brasília. O estudo - encomendado pelo Grupo Caixa Seguros - é o primeiro do gênero a identificar as variáveis que aumentam as chances desse público se envolver em um confronto, onde agredido ou agressor são pessoas conhecidas.

O estudo conta com o apoio institucional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e será enviado à oficina de projetos de prevenção à violência do organismo, sediada em Washington, para ajudar na definição das estratégias de intervenção desta organização.

A análise dos dados revela que o principal fator de exposição do jovem à violência não é o ambiente onde ele vive ou a renda familiar, e sim suas escolhas pessoais. As mais importantes, nesse contexto, são o uso de drogas, o consumo de bebidas alcoólicas e o porte de armas.

O estudo trata também das relações do jovem com a mídia, com a família, a escolaridade e o acesso ao trabalho. Uma das descobertas mais importantes é que a educação funciona, comprovadamente, como um antídoto à violência. Quanto maior a escolaridade de uma pessoa, menores as chances de ela agredir alguém. Já a reprovação escolar aumenta em 8,1% a propensão de um jovem se transformar em um agressor.

A pesquisa apresenta, ainda, estatísticas preocupantes: mais de 60% dos jovens do Distrito Federal já fez sexo sem proteção; 27% deles admitiram usar drogas consideradas ilegais e 15,3% já pensaram em suicídio.