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27/09/2007 - 19:50

Brasil iniciará pesquisas de combustíveis com o objetivo de melhorar a qualidade do ar

Em parceria com a indústria automotiva, órgãos governamentais, institutos de pesquisas e demais entidades, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) dará início ao AutoOil no começo de 2008; programa foi inspirado em experiências desenvolvidas nos Estados Unidos, Europa e Japão

Estudos e pesquisas oficiais apontam que um dos fatores que mais agravam a qualidade do ar é a queima dos combustíveis nos veículos. Para controlar os níveis de emissão desse poluente é preciso mais do que o Controle da Poluição Veicular (Proconve) criado pelo governo federal há alguns anos para impor limites. Estudar possíveis melhorias nos combustíveis pode proporcionar, a médio e longo prazo, a melhoria da qualidade do ar de uma forma mais consistente e abrangente. Este é o objetivo do AutoOil. Trata-se de um programa de pesquisa sob iniciativa da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) que será iniciado no Brasil no próximo ano com o envolvimento das montadoras de veículos, membros da indústria automotiva, órgãos governamentais e demais entidades ligadas ao setor automotivo e ambiental. Segundo José Edison Parro, presidente da AEA, além da melhoria da qualidade do ar, o programa pode gerar o desenvolvimento de novas tecnologias e processos de produção mais eficientes.

A organização do AutoOil será estruturada por um conselho de coordenação formado pela AEA, Ministérios e Agência Nacional de Petróleo (ANP) que dará as diretrizes básicas para a realização das pesquisas. Parro revela que o conselho também será responsável por captar recursos para o programa de combustível automotivo. Será elaborado um orçamento para realização de pesquisas e os gastos serão compartilhados entre os principais participantes do programa. “A previsão é que o conselho comece a atuar no começo do ano que vem. Depois disso, iniciaremos as pesquisas. Haverá a necessidade de criar vários grupos de trabalhos com uma série de reuniões e preparações”, diz o presidente da AEA.

Os primeiros passos do AutoOil foram dados em 24 de agosto, quando a AEA promoveu um Workshop em São Paulo com a presença de membros da ANP, Petrobrás, entidades setoriais e de três especialistas internacionais de controle de poluição veicular que trouxeram experiência de programas similares em seus respectivos paises: Japão, Estados Unidos e Europa. Essas experiências foram a inspiração para promover pesquisas similares no Brasil. Durante o evento, A ANP e Petrobrás pronunciaram-se a favor da implantação de pesquisas de combustíveis no País e confirmaram a participação no AutoOil nacional.

Um segundo seminário temático está sendo realizado em Curitiba (PR), no dia 25 de setembro, para incentivar associadas da AEA, além de outros interessados, a participarem do programa.

Para o presidente da Associação, os estudos de combustíveis no Brasil serão mais complexos do que os que foram realizados em outros paises. “Nos Estados Unidos, Japão e Europa só há o diesel e a gasolina. Aqui também existem outros tipos de combustíveis, como o gás natural e biodiesel. Isso demandará pesquisas mais detalhadas e abrangentes”, diz Parro. Segundo ele, “o País pode se tornar referência nesse tipo de estudo porque a tecnologia dos biocombustíveis está sediada aqui. No futuro, seremos o berço da geração dos novos combustíveis.”

O programa AutoOil em outros continentes - Durante o seminário, realizado em São Paulo, os três especialistas internacionais de controle de poluição veicular divulgaram as experiências do AutoOil em seus respectivos países. Carlos Alberto Bonote, coordenador do departamento de Homologação e Regulamentação para o Mercosul da Renault do Brasil comentou sobre a experiência do AutoOil em alguns países da Europa. Ele revelou que o programa europeu de emissões desenvolveu modelos matemáticos para calcular os níveis de poluentes de acordo com as diferentes propriedades dos combustíveis. Também inseriu novas propriedades de combustíveis e tecnologias de veículos, além de ter sido o programa responsável por definir as normas de emissão Euro 3 e Euro 4, e especificações de derivados de petróleo.Segundo Bonote, para o Brasil obter sucesso com o AutoOil é preciso observar experiências internacionais e promover uma significativa redução de emissões nos veículos automotores de todas as categorias, incluindo as motos.

Marie Valentine, engenheira chefe da área de Certificação de Veículos na Toyota dos Estados Unidos, mostrou que aquele país começou a desenvolver programas de pesquisas para a despoluição do ar já na década de 1970, quando foi observado que os veículos pesados, como caminhões e ônibus, iriam contribuir consideravelmente, num futuro próximo, no impacto das emissões de poluentes. Hoje, depois de várias pesquisas e iniciativas, os Estados Unidos reduziram drasticamente os níveis de monóxido de carbono (CO) e outros componentes responsáveis pela poluição atmosférica. De acordo com Valentine, para se ter êxito em um programa como este é necessário que haja a união das indústrias envolvidas na cadeia automotiva, que devem participar constantemente de debates para adquirir e aperfeiçoar o conhecimento sobre o assunto.

O programa japonês de limpeza do ar tem como regra que para reduzir as emissões de poluentes dos veículos automotores é necessário combinar novas tecnologias automotivas com as de combustível. Ryuichiro Kamioka, gerente de projeto do departamento de Certificações de Emissões da Toyota detalhou sobre as principais ações do programa. São elas: avaliar e desenvolver tecnologias de combustível para melhorar a qualidade do ar, determinar o futuro do automóvel e avaliar os custos e efeitos de futuras políticas ambientais. Destacou Kamioka que todas as ações desenvolvidas na Europa, Estados Unidos e Japão são essenciais para promover a melhoria da qualidade do ar e servem como parâmetro para o Brasil.

Perfil da AEA - A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), fundada em 1984, é uma entidade sem fins lucrativos. Tem como objetivos promover discussões técnicas e tecnológicas ligadas ao segmento automotivo, dos combustíveis alternativos, do transporte, da segurança e racionalização do trânsito. Os trabalhos e avaliações realizadas na AEA ocorrem por meio de comissões técnicas de alto nível. Entre os membros da entidade estão as montadoras de veículos, os fabricantes de motores e autopeças; produtores e distribuidores de combustíveis; prestadores de serviços, representantes da área acadêmica, institutos de pesquisas, e órgãos governamentais.

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