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12/05/2012 - 07:23

A produção de café em 2012 não atenderá os mercados interno e externo, aponta a CNC

— Com a nova estimativa de safra da Conab e os números previstos para exportação e consumo, a produção brasileira de café em 2012 não será suficiente para atender aos mercados interno e externo.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta semana, sua segunda estimativa para a safra 2012 de café no Brasil. Conforme a estatal, deveremos colher 50,45 milhões de sacas de 60 kg, volume que fica dentro do prognóstico que apresentamos em dezembro de 2011 [ http://www.cncafe.com.br/site/capa.asp?id=13183&t=1] após consulta a nossos associados. Esse volume evita especulações, pois algumas consultorias já chegaram a prever entre 55 e 57 milhões de sacas, fator que ajudou a derrubar os preços do produto no mercado internacional.

Também nesta semana, em entrevista concedida à Agência Estado durante o 19º Seminário Internacional de Café de Santos, o diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Guilherme Braga, mencionou que o País deverá remeter 32 milhões de sacas ao exterior. Esse dado, somado à projeção de aproximadamente 20 milhões de sacas da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) para o consumo, revela que a atual safra recorde brasileira sequer dará conta de suprir a demanda. Portanto, será necessária a utilização de cerca de 2 milhões de sacas dos estoques para atendermos aos mercados interno e externo.

Esse é um fato de extrema relevância, haja vista que nossos estoques estão em níveis historicamente reduzidos, devendo chegar ao final de junho (término desta safra) em torno de 6 milhões de sacas. Assim, qualquer observador pode entender ou interpretar que, apesar da safra 2012 ser recorde, ela sequer atenderá à demanda existente, demonstrando que os fundamentos são sólidos, positivos e deverão servir de fator de sustentação para as cotações do café.

Infelizmente, o mercado cafeeiro – e o das softs commodities como um todo – está atrelado ao desempenho macroeconômico, ficando sujeito ao humor da economia mundial. Portanto, entendemos que a pressão atual é oriunda da crise europeia, motivada pelas incertezas econômico-financeiras em vários países do Velho Continente, principalmente no que diz respeito à postura a ser adotada, em especial, pelos novos governantes de França e Grécia.

Outro ponto que pesa de forma negativa que observamos é a disparada do dólar frente a outras moedas globais, dentre as quais o real. No acumulado desta semana, a divisa norte-americana voltou a subir e fechou a R$ 1,956, pressionando os preços das commodities exportáveis.

Levando em consideração esse contexto, indicamos que os produtores de café tenham paciência no que diz respeito à comercialização de sua safra e saibam aproveitar os cenários positivos do mercado que irão ocorrer, haja vista que o Governo Federal disponibilizou recursos suficientes do Funcafé (R$ 2,45 bilhão) e da exigibilidade bancária (R$ 2 bilhões por intermédio do Banco do Brasil), atendendo ao pleito consensual dos titulares do CDPC, para que possamos realizar um melhor ordenamento das vendas do produto. Serão cerca de R$ 4,5 bilhões para isso.

“O momento é delicado, portanto devem sobressair a paciência e, principalmente, a sensatez, de maneira que consigamos vender nossos cafés a valores remuneratórios. Procurem suas cooperativas e corretores e busquem um entendimento para que possamos cobrir os custos e obter renda com a venda do nosso café”, conclui Silas Brasileiro, presidente executivo do CNC [www.cncafe.com.br].

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