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16/05/2012 - 07:36

Mieloma Múltiplo será discutido durante encontro internacional de hematologia em Foz do Iguaçu

Especialistas debatem diagnósticos e tratamentos oncohematológicos durante o 4º Highlights of ASH e no workshop que antecede o evento; a lenalidomida medicamento aprovado em 75 países, incluindo EUA, menos no Brasil, aguarda o registro da ANVISA há quatro anos; tal lentidão compromete a vida de milhares de brasileiros.

Hematologistas brasileiros, latino-americanos e norte-americanos se reúnem em Foz do Iguaçu (PR), em 18-19 de maio, para a 4ª edição do Highlights of ASH in Latin America, que já conta com mais de 600 inscritos. Organizado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e pela American Society of Hematology (ASH) tem a parceria de sociedades de especialidade da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela e Equador.

Um dia antes do evento, em 17/05, acontecerá o 4º Workshop Circuito Nacional de Diagnóstico e Tratamento do Mieloma Múltiplo. O oncohematologista Dr. Rafael Fonseca, professor associado e chefe do Departamento de Medicina Interna da Escola de Medicina da Clinica Mayo (Arizona/EUA), falará sobre manejo moderno da doença. A palestra, que vai acontecer no hotel Mabu Thermas e Resort, às 18hs, será interativa, com discussão de um caso clínico e sessão de perguntas e respostas.

Na opinião do Dr. Fonseca, houve uma revolução no tratamento do mieloma múltiplo na última década, em grande parte devido ao advento de novas terapias capazes de controlar a doença. Para muitos pacientes o mieloma se transformou uma condição crônica que requer manejo especializado. “Enquanto o transplante de medula óssea continua a ser um elemento chave no tratamento da doença, novas drogas como a lenalidomida e o bortezomibe permitem cuidar do paciente de uma forma muito mais eficaz. A lenalidomida é a segunda na classe dos agentes que são chamados IMiDs, medicamentos imunomoduladores”, explica ele. E completa “Trata-se de um análogo da talidomida, porém muito mais efetivo, com taxas elevadas de respostas e baixas taxas de neuropatia periférica. O futuro é promissor para os pacientes de mieloma, embora a doença permaneça incurável”.

No dia 19/05, a Dra. Donna Reece, professora e médica diretora do programa para Mieloma Múltiplo do Princess Margaret Hospital/Universidade de Toronto (Canadá), abordará os Distúrbios de Células Plasmáticas. Segundo a especialista, o grande desafio atualmente é transformar o mieloma, neoplasia incurável, em uma doença crônica, ou seja, possível de tratamento por muitos anos.

A especialista explica que um dos responsáveis por esta transformação é a combinação entre duas drogas bastante conhecidas do arsenal terapêutico dos hematologistas: a lenalidomida e a dexametasona. Ela conta que devido à sua eficácia anti-mieloma e perfil de toxicidade favorável, as duas drogas têm proporcionado vida prolongada com qualidade aos pacientes.

O diretor da ABHH, Dr. Angelo Maiolino, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, concorda e acrescenta que “as combinações que envolvem, em diferentes situações, os medicamentos bortezomibe, lenalidomida, dexametasona e ciclofosfamida demonstraram, em estudos recentes, resultados mais eficazes com maior taxa de resposta e impacto em termos de sobrevida e qualidade de vida para os pacientes do que a monoterapia”.

Lentidão da ANVISA - Mesmo sendo aprovada em 75 países, uma das drogas utilizadas para o tratamento de mieloma, a lenalidomida, aguarda há cerca de quatro anos o registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “Enquanto novas drogas estão sendo usadas em todo o mundo em benefício dos pacientes com mieloma, os pacientes brasileiros não têm acesso àquelas já consagradas para o tratamento deste câncer”, explica o Dr. Maiolino.

A falta do registro da lenalidomida no Brasil representa riscos, alerta o médico. “Principalmente após uma recaída. Sem essa alternativa terapêutica você tira a chance do paciente viver mais e melhor”, diz o especialista.

Ele destaca outros benefícios para o pacientes: não provoca dormência em mãos e pés, com muito menos constipação, sonolência e fadiga. O uso é oral, ou seja, não é necessário ir até a clínica ou hospital para ser medicado. O Dr. Maiolino comenta que “não existe a menor dúvida de que as novas drogas como bortezomibe e lenalidomida mudaram a realidade do mieloma múltiplo no mundo“.

O mieloma múltiplo é a segunda doença oncohematológica em incidência no mundo. Segundo a Fundação Internacional do Mieloma (IMF, em inglês), há mais de 700 mil novos casos por ano. Só nos Estados Unidos surgem 21 mil casos por ano. No Brasil, não há estatísticas exatas, mas o especialista calcula 10 mil novos casos/ano. Segundo ele, atualmente, são cerca de 30 mil pacientes em tratamento no Brasil, sendo que 80% deles têm mais de 60 anos de idade.

4º Workshop Circuito Nacional de Dieagnóstico e Tratamento do Mieloma Múltiplo |Palestrante - Dr Rafael Fonseca – onco-hematologista | Tema: Manejo Moderno do Mieloma Múltiplo - palestra interativa com a discussão de caso clínico e sessões de perguntas e respostas, no dia 17 de maio (quinta-feira), das 18h às 20h,no Hotel Mabu Thermas e Resort – Foz do Iguaçu (PR).

.[Highlights of ASH in Latin America, dias 18 e 19 de maio (sexta e sábado), das 8h às 17h30, das Bourbon Cataratas Convention Resort – Foz do Iguaçu (PR).Programa: http://www.hematology.org/Meetings/Highlights/4999.aspx].

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