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17/05/2012 - 09:08

FGV Projetos inova na gestão e prevenção de fraudes corporativas

Workshop discute nova metodologia desenvolvida pela Fundação e suas tendências.

Com o objetivo de apresentar uma solução inovadora para a prevenção de fraudes no ambiente corporativo, a FGV Projetos realizou ontem, dia 15/5, o Workshop Visão Avançada de Prevenção de Fraudes Corporativas: Processos práticos e avançados de prevenção de perdas por desvios, descontroles e fraudes.

O encontro, que reuniu especialistas da FGV e empresários do País, teve como foco apresentar uma nova metodologia para adoção das melhores práticas e, ao mesmo tempo, prevenir e solucionar problemas de fraudes e corrupção nas empresas.

Com base na gestão de mudanças, enfoque para a capacitação de pessoas e a união de politicas de conduta e tecnologias bem aplicadas é possível criar de maneira estratégica uma camada de processos e controles internos que possibilitem a melhor interação e entendimento entre os colaboradores, o que de acordo com o coordenador da FGV Projetos, Paulo Hummel, evita o espaço para possíveis fraudes e desvios nas instituições, sejam privadas ou públicas.

Corrupção, suborno, desvios de ativos e conflitos de interesses, além de estarem entre as principais preocupações das empresas, também têm em comum o fato de serem problemas diretamente relacionados ao comportamento das pessoas. Frequentemente deixado de lado em processos de detecção de fraudes corporativas, o elemento humano é uma das peças mais essenciais — e vulneráveis — na gestão de risco das empresas.

“O mercado hoje se concentra basicamente em descobrir esses problemas através de estruturas como a controladoria e a auditoria. O problema é que o aspecto humano, comportamental e a cultura corporativa são muitas vezes deixados de lado nessa análise. E a prevenção ainda é incipiente”, diz Paulo Hummel.

De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Kroll Advisory, 74% das empresas latino-americanas são afetadas por fraudes corporativas. As áreas de maior vulnerabilidade, segundo o levantamento, são corrupção e suborno (70%), desvios de ativos ou de estoques (58%) e conflito de interesses (53%). Na avaliação da FGV Projetos, é possível combater esses problemas por meio da gestão da mudança, promovendo políticas corporativas e treinamento para os profissionais em todos os níveis da companhia, do estratégico ao operacional.

As pesquisas, no campo de estudos organizacionais, têm mostrado pouca compreensão e análise do tema "prevenção de fraudes corporativas", pois não pensam o fenômeno como um processo e sequência de atos, tratando-o apenas como um evento, menosprezando que cada tipo de fraude requer um conjunto de recursos, esquemas cognitivos e contextos. Após essa identificação e análise dos fatores que permitem a fraude surgir e se sustentar, é possível trabalhar a fundo na questão inicial do problema, detectando ou procurando resolver antes de serem efetuadas.

O trabalho da FGV Projetos buscou analisar o movimento do fenômeno, desde suas origens, desenvolvimento, consolidação até a crise, identificando as variáveis antecedentes (de predisposição e oportunidades), bem como os recursos usados no desenvolvimento da fraude; evidenciando assim a forma como os recursos se relacionaram para criar a lógica institucional e operacionalização fraudulenta.

Buscando ampliar o debate com os convidados, os coordenadores do projeto demonstraram como a união de processos, controles e programas podem viabilizar a mudança da cultura organizacional. Também foi possível entender como as fraudes acontecem, quais as características mais comuns e a tendência das empresas em focar no pós-ocorrido. Também foi a oportunidade de apresentar a nova metodologia desenvolvida focada na prevenção e capacitação de pessoas unidas aos processos, tecnologia e políticas de gestão e governança.

Metodologia e exemplos -A metodologia da FGV Projetos prevê 12 políticas, 12 controles e 8 programas complementares de prevenção de fraudes. Um exemplo é a criação de um programa de delação segura, embora ainda raro na maioria das companhias, ele prevê a existência de um ouvidor ou de um escritório independente para receber denúncias de funcionários, sem que eles tenham medo de serem identificados ou prejudicados, o que estimula a transparência.

Também podemos citar falhas que as empresas cometem antes mesmo de contratar seus funcionários, como não verificar qualificações e referências profissionais. Outra vulnerabilidade muito comum são os tradicionais “presentes” recebidos por fornecedores ou clientes, que podem gerar conflitos de interesses. “Se a empresa não definir seus limites, o profissional não saberá como agir corretamente. A falta de uma política pode abrir uma brecha para a corrupção e fraudes”, explica Paulo Hummel.

O programa de prevenção de riscos, segundo ele, deve envolver não apenas áreas como auditoria e compliance. O departamento de recursos humanos, normalmente subestimado nessas políticas, também é um dos principais atores na metodologia da FGV Projetos. “O Brasil ainda está amadurecendo nesse quesito, mas o próprio mercado tem cobrado maior comprometimento das empresas. A própria Bovespa e a CVM cobram que as companhias abertas tenham um código de conduta, o que já é um primeiro passo para um combate mais efetivo às fraudes”, afirma.

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