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17/05/2012 - 10:40

Caderneta de poupança é a melhor opção para sua aposentadoria? análise do passado, presente e futuro

Na última semana, o assunto mais falado no noticiário econômico foi a mudança nas regras da poupança - o investimento mais tradicional do país, mas quais são as mudanças da nova regra? É bem simples, caso a taxa básica de juros Selic alcance um patamar de 8,5% ao ano, ou menos, a poupança será remunerada em 70% do rendimento da taxa Selic + Taxa Referencial (TR). Na ausência desta condição, a remuneração permanece a mesma de antes, 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR).

Não se discute os benefícios da mudança da regra, para a continuidade da queda nas taxas de juros no país, mas o que o pequeno investidor precisa saber é se compensa apostar suas economias na poupança ao longo do tempo, com a esperança de formar uma quantia suficiente para sua tranquilidade na terceira idade.

Não basta analisar o rendimento nominal, mas é fundamental calcular o rendimento real da aplicação, ou seja, o rendimento nominal descontado da inflação do período. Imagine uma aplicação que renda em determinado ano, 10%, e neste mesmo período, a taxa de inflação acumulada seja de 15%, neste caso, o rendimento real da aplicação seria negativa.

A lógica é simples, a inflação é o aumento médio dos preços dos bens e serviços, portanto, neste ano, o preço de tudo subiu 15% em média, um ganho nominal de 10% em qualquer aplicação não seria suficiente, nem para manter o poder de compra deste investidor, mesmo obtendo uma rentabilidade positiva, devido a inflação maior. A rentabilidade real da poupança desde 1991 foi na média de 1,46% ao ano (taxa calculada pelo índice IGP-DI) - o investidor nesse ritmo precisaria de 48 anos para dobrar seu poder de compra.

Para 2012 e 2013, com base nas expectativas do mercado financeiro esta rentabilidade deve flutuar próxima a essa média histórica, mesmo com a mudança no cálculo da rentabilidade. Mas se nos próximos anos, a taxa Selic alcançar patamares históricos, próximos aos países desenvolvidos, e a taxa de inflação anual não ceder para níveis abaixo de 5% ao ano, o investidor que apostar na poupança pode ter surpresas, com rendimentos reais negativos ao longo dos anos. Um cenário de taxa Selic a 5% ao ano, e uma taxa de inflação de 5% pode produzir uma rentabilidade real negativa de 0,4%, isto é, o investidor estará perdendo poder de compra.

Uma excelente alternativa para aqueles que buscam um investimento de baixo risco como a poupança, são os títulos públicos federais indexados a inflação, as notas do tesouro nacional série B (indexado ao IPCA). Estes títulos remuneram o investidor com uma taxa de juros de cerca de 4% ao ano, mais a variação da inflação medida pelo índice IPCA, ou seja, uma rentabilidade real de 4% ao ano.

Estes títulos podem ser comprados por pessoas físicas pelo sistema do Tesouro Direto (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/). Diversos bancos já estão integrados ao sistema, o que permite as compras e vendas através do próprio home broker da instituição, e outra opção, é através de corretoras e distribuidoras que vendem esses títulos.

. Por: Richard Rytenband ,Economista pela PUC-SP e especialista em investimentos e métodos quantitativos pela FGV. Richard é autodidata em diversas áreas, como teologia, antropologia, filosofia e psicologia experimental. Possui certificações do mercado financeiro da Ancor, Anbima CPA-20, todas da BM&F e CNPI-P da Apimec. [www.timos.com.br e www.infoprobrasil.com.br].

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