Comunidades terão casas retrofitadas

Trabalho será feito exclusivamente por moradores, que receberão treinamento especializado.

As comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia, localizadas na Zona Sul do Rio de Janeiro, estão caminhando para se tornarem cada vez mais sustentáveis. A iniciativa faz parte do projeto piloto Rio Cidade Sustentável, organizado em parceria entre o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Prefeitura do Rio e governo estadual. As comunidades receberão soluções de infraestrutura urbana em sete frentes de atuação: melhoria Habitacional Sustentável; infraestrutura urbana verde; agricultura urbana orgânica; turismo comunitário; sustentabilidade nos lares e nas escolas; gestão comunitária de resíduos sólidos; e desenvolvimento de empreendedores locais.

A construtora e incorporadora Even, uma das maiores do país, está conduzindo o processo de melhoria habitacional sustentável nas duas comunidades. Mais de 20 casas estão sendo retrofitadas, com o objetivo de melhorar o estado das habitações e garantir maior conforto, segurança e condições sanitárias. Todo o trabalho está sendo feito pelos próprios moradores locais, que receberam treinamento ministrado pela ONG Como se Faz, em parceria com a Votorantim, e por colaboradores voluntários da Even. Juntas, as duas comunidades têm cerca de seis mil moradores reunidos em 1100 famílias. Foram capacitados 93 trabalhadores em curso composto de quatro módulos de 160 horas cada um, com as especializações de pedreiro, serralheiro, bombeiro hidráulico e eletricista.

Claudio Hermolin, diretor da Even no Rio de Janeiro, explica que a formação de mão de obra local é importante para o mercado imobiliário. “Com o ritmo de lançamentos, hoje, no Rio, o mercado precisa de mão de obra qualificada. Estamos formando novos profissionais e dando oportunidade aos moradores das duas comunidades. Todos podem participar independente de terem suas casas retrofitadas. Eles saem dos cursos capacitados, prontos para serem incorporados pelo setor”, explica Hermolin.

As casas passaram por avaliação, onde foram observadas três condições: Análise técnica, realizada pela Even, cujo objetivo é verificar se a propriedade está localizada em área de risco ou apresenta algum problema estrutural; Análise de recursos para apurar se o proprietário possui recursos próprios ou crédito aprovado pelo Bradesco para a compra do material; Análise quitação de serviços, que verifica se o morador está em dia com o pagamento das contas de água, luz , etc.

Somente após avaliação destes critérios, as casas foram selecionadas. Agora as residências estão passando por um mutirão de ações. Entre as melhorias previstas, estão o uso racional da água; a regularização e impermeabilização de lajes, para reduzir infiltrações; aquecimento solar e reforma nas instalações elétricas, para eficiência energética; Emboço (reboco), pintura externa e interna e revestimento cerâmico, para reduzir a infiltração e conforto térmico; reforma nas instalações hidráulicas, para racionar o uso da água; e instalação de esquadrias, para melhorar a circulação de ar. Sobre o material da obra, deve ser adquirido pelo próprio morador. Pode ser com recursos próprios ou por uma linha de financiamento do Bradesco (Linha de Crédito João de Barro), criada justamente com esta finalidade. Já a compra do material é feita com a ajuda de lojas locais, parceiras da Even, que disponibiliza a preço de custo para estes moradores.