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29/05/2012 - 08:19

Falta de perspectivas de crescimento preocupa empresários da indústria


Lideranças concordam que pressão política é um dos caminhos para conquistar reformas e sustentar o crescimento das empresas do setor .

O Dia da Indústria, comemorado no dia 25 de maio( sexta-feira), motivou a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) a promover o CIC Debate - Fórum da Indústria, na manhã desta segunda-feira (28). Empresários do setor se reuniram para discutir cenários, perspectivas e desafios da indústria brasileira. O presidente da CIC, Carlos Heinen, conduziu o debate e se pronunciou em diversos momentos. Ele lamentou a situação atual do estado do Rio Grande do Sul, que segundo ele, “beira a falência” e está em último lugar em educação, saúde e infraestrutura, em comparação aos outros estados da Federação. Queixou-se também da complexidade e do excesso de burocracia que afetam a rotina das empresas.

O presidente do Sindicato da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários, Rodoviários e Duas Rodas (Simefre), diretor da Marcopolo e diretor Institucional da CIC, José Antonio Fernandes Martins, saudou as medidas adotadas pelo governo federal de desoneração de alguns segmentos para fortalecer a indústria nacional. Ele acredita que a reforma tributária deva ocorrer de forma lenta e fracionada. Positivo em sua fala, Martins destacou as vantagens que o Brasil tem, em sua opinião, para enfrentar uma crise. “É preciso arregaçar as mangas para sermos melhores do que éramos e lutarmos em torno de medidas para melhorar a nossa performance”, definiu.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Odacir Conte, está temeroso com a situação atual, especialmente com relação ao segmento que representa. Conforme ele, houve um decréscimo no crescimento, em relação a 2011, e foram perdidos 1.015 postos de trabalho. O maior agravante é que ele não vê perspectiva de recuperação no curto prazo. O principal desafio é a capacitação da mão de obra, que atualmente não acompanha a velocidade desejada. Conte sugeriu a retomada da Lei 6.297/75, que trata do abatimento de impostos para empresas que realizarem treinamento de mão de obra. Segundo ele, no passado as empresas funcionavam bem como centros de formação profissional com foco no próprio negócio, em parcerias com instituições de ensino.

O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Victor Oscar Borkoski, relatou os principais entraves ao crescimento de seu setor: energia elétrica, infraestrutura e mão de obra. O sindicato plástico sofre com os altos custos de energia elétrica, que segundo ele é um dos itens mais caros. Borkoski sugeriu que a única forma de avanço é a partir da união das lideranças da indústria com os representantes políticos no Congresso em torno das demandas comuns. A ideia foi reforçada por Martins que lembrou que há muitos anos está em Brasília defendendo os interesses da indústria de ônibus.

O vice-presidente de Indústria da CIC, Reomar Slaviero, afirmou que é preciso combater o custo Brasil. Ele argumentou que não são apenas os empresários que sofrem com a tributação, pois o trabalhador é constantemente penalizado e não recebe de volta em benefícios o que gera ao governo. “Todo o potencial da indústria, do comércio e dos serviços e toda a capacidade que nossas organizações têm de superar os obstáculos, mesmo nos momentos de maior crise, precisam ser considerados por quem cabe o papel de articulador do desenvolvimento e da criação de um ambiente favorável ao crescimento da economia e, por consequência, do bem-estar social”, argumentou Slaviero.

Também presente no evento, o deputado federal Assis Melo manifestou-se a favor do desenvolvimento tecnológico e científico. “O Brasil está no caminho certo, mas precisa da mobilização dos setores para gerar mais desenvolvimento”, frisou.

O presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário e do Calçado do Nordeste Gaúcho (Sindivest), Thiaraju Barbosa, salientou que seu segmento vem sofrendo ao longo dos anos com a desindustrialização. “Lutamos anos para conquistar o mercado externo, e pela instabilidade econômica acabamos perdendo esses mercados”, observou. Segundo ele, as pequenas empresas familiares do ramo do vestuário estão ficando ainda menores, pois perdem mercado para os produtos chineses.

O conselheiro do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem (Fitemasul) João Paulo Reginato referendou os comentários de Barbosa. Ele apresentou dados sobre a importância da indústria têxtil para a economia brasileira, mas ressaltou que as perspectivas para o setor não são animadoras. “Cada vez mais tem gente importando e menos gente produzindo. Nosso trabalhador ganha pouco, mas custa caro para a empresa. Essa conta está errada. Se não nos mexermos contra a desindustrialização, as indústrias vão acabar e seremos prestadores de serviço”, opinou.

O presidente Carlos Heinen encerrou enfatizando que uma indústria forte representa um comércio e um setor de serviços fortes. Ele declarou que a CIC vai continuar lutando pelos interesses da classe empresarial e pelo retorno, por direito, de tudo que é produzido na região. [www.cic-caxias.com.br].

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