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30/05/2012 - 09:40

Atividade industrial deve fechar 2012 em queda

Pesquisa da Fiesp/Ciesp mostra que indústria paulista inicia 2º trimestre em queda; para diretor da entidade, medidas de estímulo do governo só devem ser percebidas a partir de julho.

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), divulgado na manhã desta terça-feira (29/05), apontou desaceleração de 0,3% em abril sobre março, na série com ajuste sazonal.

Sem o ajuste, o índice caiu 5,2% em comparação com o mês anterior. No acumulado de 12 meses, o nível de atividade da indústria sem ajuste sazonal foi negativo em 2,2%. De janeiro a abril de 2012, o indicador também acumula variação negativa, 5,9% em relação ao mesmo período de 2011, descontando o ajuste à sazonalidade.

Diante do fraco desempenho da atividade industrial, Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp, acredita que a indústria só sentirá alguma melhora a partir de julho. “As medidas de incentivo do governo à produção, como redução da Selic, câmbio competitivo e queda do spread, bancário só devem causar efeitos na atividade industrial no segundo semestre deste ano. E, ainda assim, a indústria não deve encerrar o ano com variação positiva”, avaliou.

“A melhora não será capaz de salvar da lavoura. Talvez ingressemos em uma rota diferente de crescimento, mais lento, mais temeroso do que já experimentamos. Porém, não sabemos o que o mundo nos reserva para o futuro”, antecipou Francini,

Revisão -A Fiesp revisou para baixo a estimativa de crescimento da atividade industrial paulista para este ano, passando de zero para uma queda de 2,1%. Mas alerta que, para chegar a essa taxa, o INA precisa crescer 0,6% todos os meses até dezembro. Previsão considerada “otimista” por Francini.

Já o prognóstico para o crescimento econômico do país deve ser revisado em junho. “Não fizemos ainda a revisão dos 2,6% de crescimento do PIB”, acrescentou o diretor do Depecon.

Calma -Francini reconheceu os esforços do governo, mas, na sua visão, os efeitos levam tempo para serem sentidos. “Onde estão os efeitos? Calma, a taxa de câmbio do comércio internacional não é uma coisa que muda hoje e, amanhã, altera o mercado. Primeiramente precisa ter a confiança de que essa taxa de câmbio veio para ficar. Leva tempo para que o agente seja capaz de aumentar a exportação ou inibir a importação”, explicou.

Assim como os analistas do mercado, a Fiesp espera que nesta quarta-feira (30/05) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza novamente a Selic, atualmente em 9% ao ano. “Esperamos nova redução entre 0,50 ou 0,75”, previu o diretor.

Atividade -O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) também apresentou queda, de acordo com análise da Fiesp/Ciesp: passou de 81% em março para 80,5% em abril. Na leitura com ajuste sazonal, o componente ficou em 81,4% no mês passado, contra 80,9% em abril.

De acordo com o levantamento, esse é o segundo pior abril da série iniciada em 2002, com resultado negativo de 5,2%. O mesmo comportamento também foi registrado no acumulado do ano. A queda de 5,9% só foi superada pela de 2009, quando o índice teve seu pior desempenhado com queda de 13,8%.

Dos setores avaliados pela pesquisa em abril, destacam-se as perdas nos seguintes setores: Produtos Têxteis, com queda de 0,1% na leitura mensal, considerando os efeitos sazonais; Máquinas e Equipamentos, com baixa de 0,6%; e Veículos Automotores, com retração de 0,2% sobre março, em termos ajustados.

Na avaliação de Francini, “alguns setores estão em piores condições do que outros, mas, no geral, não existem grandes exceções.”

Sensor -A percepção dos empresários com relação ao cenário econômico no mês corrente, medida pelo Sensor Fiesp, também não está otimista. O Sensor passou de 47,2 pontos em abril para 46,7 pontos em maio.

Outro item que apresentou recuo foi Emprego. Enquanto em maio ele registrou 47,2 pontos, em abril estava em 48,3 pontos, ou seja uma queda de quase um ponto. Já Mercado foi o item que apresentou a maior queda em maio: 47,4 pontos, contra 52,0 em abril.

O Sensor mostra ainda que o Estoque na indústria continua alto: 39,5 pontos em maio ante 41,5 em abril. O que indica uma expectativa de venda frustrada por parte do industriário. De todos os itens, os únicos que computaram altas foram Investimento, 50,5 em maio ante 48,7 em abril, e Vendas, que passou de 47,5 em abril para 49 pontos em maio.

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