Instituto do Câncer completa quatro anos com humanização como referência no SUS

Apenas em 2011, mais de 52 mil pessoas participaram de projetos de humanização no Instituto do Câncer; 99% dos usuários avalia projetos de maneira positiva.

Atualmente, o Icesp desenvolve 53 projetos de projetos de humanização. Ligados às diversas áreas e serviços do Instituto, o objetivo é que a unidade de saúde, como um todo, desempenhem atividades deste tipo. Em 2011, mais de 52 mil pessoas participaram de atividades de Humanização no ICESP, 99% delas avalia o projeto de que participaram como sendo “bom” ou “muito bom”. A grande maioria deste público, 97% (41.295 pessoas), é formada por pacientes. Mas os acompanhantes e profissionais também podem usufruir dos projetos disponibilizados, eles representam 17% (8.647 pessoas); e 4% (2296 pessoas), respectivamente.

Uma das ações desenvolvidas é o Cantinho da Beleza, que oferece aos pacientes com câncer da unidade corte de cabelo, manicure, barbearia, técnicas de maquiagem e dicas para amarrar lenços na cabeça, entre outros. São cerca de 200 atendimentos por mês. Os atendimentos acontecem todas as segundas, terças e sextas-feiras, nos leitos e no Ambulatório de Quimioterapia, durante três horas por dia. Há, ainda, o Grupo Acolhida, cujo objetivo é prestar acolhimento e orientação sobre os serviços disponíveis na unidade; o Alô Enfermeiro, um serviço telefônico, voltado aos pacientes acompanhados na unidade para esclarecer dúvidas, a fim de proporcionar comodidade e segurança aos pacientes, evitando idas desnecessárias ao hospital; aCozinha Experimental, uma programação de aulas de culinária, que podem ajudar os pacientes a comer melhor; Oficinas de Artesanato; Happy Birthday, com a comemoração do aniversário de pacientes internados, com direito a bolo, bexigas e a presença de familiares e amigos; e a Contação de Histórias, para pacientes internados ou que aguardam por exames e consultas nas salas de espera.

Humanização -Desde sua fundação, em maio de 2008, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) – órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde – demonstrou preocupação que vai além da qualidade técnica e da disponibilização de estrutura e equipamentos de ponta para os pacientes que atenderia. Entre os pilares do Instituto está a oferta de atendimentos mais humanos, de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Humanização. Isto significa uma preocupação com a melhoria das relações, acolhimento, ambiência e fluxos de trabalho.

Por entender que as relações que permeiam o contexto da oncologia (pacientes, acompanhantes e profissionais) são complexas e intensas pela vulnerabilidade do paciente/acompanhante diante do diagnóstico do câncer e necessidade de tratamentos que ainda são estigmatizados pelas pessoas leigas, o Instituto implantou seu modelo de atendimento humanizado. De acordo com a gerente do Centro Integrado de Humanização, Maria Helena da Cruz Sponton, ações como essa ajudam na autoestima do paciente, além de amenizar o processo do tratamento. “Tanto para os internados quanto para quem está em atendimento ambulatorial, receber uma atenção desse tipo é fundamental para que o dia-a-dia e as vindas ao hospital sejam amenizadas”, avalia. “Mais que considerar o volume de ações, no Icesp há, verdadeiramente, uma preocupação com a qualificação dos vínculos em sua integralidade. O ICESP transpira humanização. E este feito é algo que deve ser preconizado por toda a rede SUS”, completa.