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05/06/2012 - 09:19

Indústria surpreende e demonstra otimismo mesmo em momento de baixo crescimento econômico, aponta estudo global da KPMG International

O clima atual de baixo crescimento econômico faz com que as indústrias globais procurem novas maneiras de inovar e colaborar ao longo da cadeia de valor, criando, assim, um inesperado otimismo no setor, com previsão de crescimento elevado nas margens de ganhos projetadas para os próximos 24 meses, de acordo com levantamento realizado pela KMPG Internacional.

De acordo com o Panorama Industrial Global 2012 da KPMG: Promovendo o Crescimento pela Inovação (KPMG´s 2012 Global Manufacturing Outlook: Fostering Growth through Innovation, do título em inglês), 76% dos entrevistados disseram se sentir otimistas sobre as perspectivas de suas empresas para os próximos 24 meses. A região mais otimista neste sentido é a América Latina. Este otimismo parece manter as expectativas de que tanto as vendas quanto a lucratividade durante o período ficarão em alta, com quase metade dos entrevistados declarando que o crescimento da renda líquida (43%) e o das receitas (41%) são suas principais prioridades.

Quarenta por cento dos entrevistados afirmaram que o crescimento deve ser liderado pelos Estados Unidos, seguidos pela China, Índia, Brasil e Alemanha. “É interessante perceber que o Brasil vem se beneficiando por permanecer nas intenções de investimentos de grandes corporações nos mercados emergentes. Temos visto recentemente anúncios de diversas iniciativas nesse sentido, o que confirma a abertura de novas ótimas oportunidades de negócios no país. Certamente, o representativo mercado interno brasileiro tem sido percebido como muito importante para o crescimento das corporações”, avalia Charles Krieck, sócio-lider das áreas de Auditoria e Diversified Industrials da KPMG no Brasil.

"Os industriais não se prepararam apenas para o crescimento, mas, sim, 'para um crescimento elevado na margem'", declara Jeff Dobbs, líder global da prática de Diversified Industrials e sócio da firma-membro norte-americana da KPMG.

Os principais desafios que ainda persistem para as indústrias, de acordo com a maioria dos entrevistados, são a volatilidade dos preços de insumos, riscos na cadeia de fornecimento e demanda incerta. Para Dobbs, “Os industriais tiveram que se familiarizar com um mundo onde a volatilidade é a ordem do dia”. “Atualmente, as indústrias estão mais ágeis e enxutas, muitas têm balanços sólidos e reservas financeiras robustas, ou seja, estão prontas para crescer", acrescenta.

Em alguns países, determinados segmentos industriais têm contado com o apoio dos governos para encarar problemas relacionados direta ou indiretamente aos reflexos das turbulências internacionais. Este é o caso do Brasil, onde, no mês maio, o governo fechou um acordo com empresas do mercado automobilístico, reduzindo até agosto de 2012 alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incide sobre a venda de veículos, baixando o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado dos empréstimos e liberando parte dos recursos do “compulsório” retido dos bancos pelo Banco Central para aumentar a quantidade de dinheiro disponível para o crédito automotivo. Tudo isso com o intuito de estimular o setor, que vinha enfraquecido nos últimos meses devido à queda nas vendas.

“Em certos momentos, o apoio oferecido pelos governos pode ser necessário para equilibrar a sustentabilidade de determinados setores. Com as medidas, por exemplo, as montadoras de veículos brasileiras podem equilibrar seus estoques e retomar a tendência de crescimento que era projetada para este ano. Vale lembrar que esse não é o tipo de medida protecionista, até porque, mesmo com os cortes de alíquotas e estímulos ao crédito, a carga de tributos que incide sobre o setor automotivo segue alta na comparação com outros países”, afirma Charles Krieck.

Entre os entrevistados, 62% responderam que estão realizando melhorias nos processos e se concentrando em competências fundamentais. Pouco mais de 50% deles afirma estar eliminando mercados e linhas de produtos não lucrativas.

Maior inovação pela colaboração - É evidente que os industriais estão fazendo muito mais do que somente reduzir escala; eles estão também aumentando o nível de atividades de inovação e colaboração, mantendo uma visão de longo prazo quanto ao retorno do crescimento sustentável. A maioria dos entrevistados (72%) acredita que a inovação transformacional já esteja a todo vapor, ou o estará nos próximos 24 meses, com os entrevistados norte-americanos sendo os que mais expressaram esse tipo de opinião (84%).

"Após tantos anos dedicados à diminuição de custos, muitas indústrias se deram conta de que precisam investir na expansão da oferta de seus produtos e serviços para manter a competitividade", comentou Dobbs.

No mundo todo, significativos contingentes de industriais estão procurando aperfeiçoar seus processos e produtos nos próximos 24 meses, por meio de "inovação em processos" e "inovação incremental". Porém "inovação radical" e "inovação fundamental" também aparecem como itens proeminentes para os quais as atividades devam aumentar.

As indústrias provenientes de mercados emergentes suplantaram as dos mercados desenvolvidos em 10 a 14 pontos percentuais, respectivamente, no que diz respeito à intenção de aumentar a inovação fundamental e/ou radical nos próximos 24 meses. Além disso, quando foi perguntado aos entrevistados que afirmaram planejar aumentar suas atividades com fornecedores na China e Índia quais tipos de atividades estariam planejando, mais da metade respondeu "P&D" (pesquisa e desenvolvimento) para a China e mais de três quartos responderam "desenvolvimento/design de produto" para a Índia.

A inovação não será uma atividade isolada, de acordo com os resultados, mas sim, cada vez mais irá acontecer por intermédio de acordos de colaboração nos próximos 24 meses. Pouco mais de 60% dos entrevistados respondeu que irá trabalhar mais com clientes para o desenvolvimento de produtos customizados e com fornecedores para design de produtos.

“Existe uma mudança clara no comportamento dos industriais no sentido de introduzirem a colaboração nos processos inicias de desenvolvimento de produto", afirma Dobbs. "Esta visão abrangente da inovação não somente dispersa os custos, riscos e remuneração potenciais ao longo da cadeia fornecedora, mas permite com que os fabricantes se concentrem naquilo que são especialistas, ao alavancar a experiência dos parceiros externos e acelerar o ingresso no mercado."

Este ambiente colaborativo está promovendo impacto também sobre os modelos de negócios das indústrias, que estão se tornando mais orientadas para os serviços. Isto pode resultar em novas maneiras de adquirir vantagens competitivas para o setor manufatureiro, por exemplo, no fornecimento de contratos de desenvolvimento e manutenção e em outros serviços colaborativos. Mudanças nos valores propostos, tais como novos modelos de preços, ficaram na terceira posição (49%) após custo da estrutura e novas metas de vendas como mudanças pretendidas que os entrevistados desejam fazer nos seus modelos de negócios.

Acredita-se que este crescimento em serviços com valor agregado venha a aumentar os lucros. Quase dois terços dos entrevistados previram que um novo ou melhorado atendimento ao cliente contribuirá muito ou muitíssimo para os lucros a serem alcançados nos próximos 24 meses.

“Na tentativa de proteger os ciclos, os industriais estão expandindo suas ofertas de produtos com a inclusão de serviços com valor agregado. Enquanto isto tiver a capacidade potencial de aumentar as margens de lucro, também poderá auxiliá-los no fortalecimento do relacionamento com os clientes e na identificação de futuras oportunidades de vendas", conclui Dobbs.

Relatório -Para elaboração do Panorama Industrial Global 2012 da KPMG: Promovendo o Crescimento pela Inovação (KPMG´s 2012 Global Manufacturing Outlook: Fostering Growth through Innovation, do título em inglês), foram entrevistados 241 executivos sênior em fevereiro de 2012. Os entrevistados representaram os setores de produtos aeroespaciais e de defesa, metais, engenharia e industriais, incluindo conglomerados industriais. Os participantes representaram empresas com mais de US$ 1 bilhão anuais de receita, sendo que 33% são de organizações com mais de US$ 10 bilhões anuais de receitas. Geograficamente, as empresas ficaram divididas em Europa Ocidental (29%), América do Norte (23%), Ásia-Pacífico (28%), Oriente Médio e África (10%) e América Latina (10%).

A KPMG é uma rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de Audit, Tax e Advisory presente em 152 países, com 145.000 profissionais atuando em firmas-membro em todo o mundo. As firmas-membro da rede KPMG são independentes entre si e afiliadas à KPMG International Cooperative ("KPMG International"), uma entidade suíça. Cada firma-membro é uma entidade legal independente e separada e descreve-se como tal.

No Brasil, a empresa tem aproximadamente 4 mil profissionais distribuídos em 21 cidades de 12 Estados e Distrito Federal.

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