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29/09/2007 - 15:24

CPMF, o estado de exceção, a guerra e a paz

O Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Central do Estados Unidos, FED, lançou um livro recentemente com um título emblemático: "A Era da Turbulência". Eu tive a oportunidade de ler a resenha na Folha de São Paulo, embora não tenha chegado ainda nas livrarias. É mais que um livro obrigatório para o entendimento da economia atual, é de literatura, de história e de filosofia.

Juntando-se a resenha ao título conclui provisoriamente que segue a linha dos grandes intérpretes da realidade, refiro-me especificamente à "A Era da Incerteza" por J.K. Galbraith, "A Era dos Extremos" por Eric Hobsbawm e o "Século Sombrio" organizado por Francisco Carlos Teixeira da Silva. Sem querer abreviar o indivisível, apenas tentar elaborar uma síntese, contam a história pelas múltiplas relações da política com a economia e as múltiplas relações da política com a economia e a história.

Embora não sejam livros que possam ser catalogados como sendo de História do Pensamento Econômico, mas da realidade econômica no sentido amplo. Do desenvolvimento do capitalismo, da tecnologia, da competição, da democracia e a da liberdade. A descrição da paz e da guerra por outras linguagens que não sejam a dos mísseis e das bombas atômicas. De 1900 a 2003 ocorreram pouco mais de 200 guerras de grandes proporções no mundo sendo que a mais divulgada foi a II Guerra Mundial entre 1939 a 1945.

Detalhe, entre 1945 a 2003 ocorreu 2/3 e de 1900 a 1945 1/3. Se a história dependesse apenas de projeções estatísticas até 2045 já terá ocorrido o dobro do número de guerras registradas entre 1945 a 2003, no mundo. Isto é, mais de 280 guerras de grandes proporções. Se escolhermos como ano base, 1945, e somarmos a este mais 45 anos, então, de 1990 até 2003, já ocorreram mais de 40 guerras: Guerra de Secessão da Eslovênia contra a Servia, conflitos religiosos e separatismo na Caxemira, invasão do Panamá pelos Estados Unidos, invasão do Kuwait pelo Iraque, primeira Guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, Dissolução da URSS, Guerra Civil na Moldávia, Luta pela redemocratização da Birmânia, massacre de civis na Birmânia, Guerra civil na Geórgia e na Ossétia (Cáucaso), Guerra civil no Haiti, Golpe de Hugo Chaves na Venezuela, Autogolpe de Alberto Fujimori no Peru, guerra na Bósnia e Croácia contra a Sérvia e por aí vai.

E a preparação e a guerra no Brasil como vão? De vento em polpa. A participação do Brasil no espetáculo bélico do século passado se deu em cinco ocasiões: 1- Guerra do contestado (1912-1916); 2- Revolução de 1930; 3- Guerra Civil em São Paulo (1932); 4- Ditadura do Estado Novo (1937-1945); 5- Golpe Civil-Militar no Brasil (1964). A classe média não foi e não pode ser treinada para lidar com a guerra. Foi ensinada a defender a paz. Entretanto os estrategistas da guerra perseguem a classe média civil brasileira por que nesta encontram os meios para encenar o espetáculo beligerante: das bandeiras aos mártires.

Quanto menos se investe em educação mais engrossa o caldo de cultura guerreira porque nas trevas é aonde a propagação da calunia, das promessas de riqueza, da fama etc., se torna mais fácil. Em matéria de número de guerras (contra a sociedade civil) no século 20, o Brasil não perde se quer para o número de guerras travadas entre as nações Índia e Paquistão pela Caxemira e o número de guerras entre Israel e os paises vizinhos. Realmente, no século XX, Índia e Paquistão entraram em vias de fato por quatro vezes pelo mesmo motivo. E o Brasil internamente, cinco vezes.

Vamos supor que golpe que está sendo tramado se realize. Imagine senhores (as) leitores (as) o que não faria um ditador com a possibilidade de reajustar a alíquota da CPMF ao alcance da caneta? Ao invés de 0,38%, 1%. Ao invés de 1%, 2%. E por que não dizer, ao invés de 2%, 10%... Ora, seria a passagem da liberdade para a tirania total aparentemente se dor, sem sangue ou sem perdas de vidas humanas. Uma farsa cujo desdobramento não cabe especulação. Todavia os fatos revelam que se um ditador puder enriquecer os aliados pelo meio mais fácil e rápido fará, por que o amanhã não existe para quem está na guerra. Em outras palavras, se aprovar a CPMF da forma como está é também dar a senha para algum golpe de estado e do golpe de estado para a guerra. E isso que o Brasil quer?

O papel diferenciado do Brasil no mundo de hoje por uma série de fatores que a serviço da narrativa e da oportunidade os evita, passa pela rejeição à guerra e do repúdio completo a golpes de estado. Embora o desenho atual da CPMF seja uma provocação ao golpe por que o sucesso da arrecadação independe do sucesso da sociedade e da economia. É 50% do que um ditador precisa para por em marcha o seu plano de dominação,um instrumento único de arrecadação de dinheiro, os demais 50% já estão em pleno funcionamento no Brasil.

Não se sabe qual será o amanhã para a saúde pública, as estradas, a energia, o saneamento básico, o meio ambiente. Se o consumo e as vendas irão aumentar ou diminuir, se a segurança pública irá melhorar por dentro e por fora, se vai chover ou se vai fazer sol na cidade e nos campos, se o pão irá chegar à mesa de milhões, se as crianças dirão: bom dia professora! e se a viagem será boa para passageiros e motoristas.

Porém, sabe-se com antecedência que amanhã a arrecadação da CPMF será maior que a de hoje. A vitória de Lula não, o que surpreende é a elasticidade do resultado do dia 19 de setembro, da votação na Câmara Federal por 338 a favor e 117 contra a prorrogação da CPMF. Não obstante pesquisa do IBOPE revela que 54% da população estão contra a continuidade da CPMF (Jornal Nacional, TV Globo, 20.9.2007).

A outra parte é o esquema sofisticado de invasão à privacidade. Deste posso falar com a autoridade de uma vítima que conhece todos os métodos de agressão utilizados pelo esquema ditatorial em curso para realizarem seus objetivos, bem como dos prejuízos que causam à pessoa humana, a mim mesmo, à minha família e à coletividade. Se me fosse pedido o julgamento da concepção do mundo de ambos: de quem aprovou e de quem pratica, diria que têm a idade mental de uma criança e a malícia de um doente mental.

Veja senhores (as) leitores (as) para realizar o plano de destruição de uma família e roubar-lhe o patrimônio e a renda se utilizam das imagens e sons por aparelhos sofisticados e meios clandestinos e daí estudam o comportamento da pessoa e passam a agir segundo dois princípios: 1- que o alvo seja um irresponsável e que seja incapaz de distinguir o bem do mal. 2- que tenha medo do que podem fazer se acaso não aceitam a primeira condicionante. O que fazem está ancorado num rol de chantagens e ameaças baseado no princípio da impunidade. Na verdade deveriam ter medo de suas próprias ações, de si mesmos, quanto a mim não sou um homem moralmente fraco e nenhum cidadão deveria se sentir moralmente fraco diante de tamanha ameaça.

Ainda que tivesse sozinho não me venceriam por estes métodos. Porém, o prejuízo que nos impõem tem sido considerável, acho que estão fazendo uma experiência "científica" psico-sócio-biológica comigo e o tempo e a justiça irão revelar que tais experiências carecem de coerência mínima para serem aceitas como uma ferramenta de uso social. A melhor maneira de se adquirir uma moradia é no mercado de compra e venda de imóveis por intermédio de uma imobiliária com corretores registrados no CRECI.

Não é expulsando os moradores por conflitos e assim reduzindo o preço do imóvel ao patamar da renda do comprador potencialmente inadimplente que se vai gerar empregos, paz social e renda para o povo. Este tipo de aquisição de imóveis no centro urbano foi inaugurada com a chegada de D. João VI ao Brasil em 1808 ao Rio de Janeiro (a comitiva real não dispunha de vagas nos hotéis e passou a ocupar à força as casas dos colonos).

Na zona rural foi utilizado como meio de incorporação de terras baseado na ingenuidade política e na desorganização social campesina. Há até uma música sertaneja que descreve de passagem este tipo de mercado: "Eu nasci num recanto feliz, bem distante da povoação...".

Que este testemunho não seja visto como um pedido de socorro do autor, acho que passaria nas provas sobre sistemas de trocas arcaicas e ineficientes de economia, passada pelo melhor estrategista do governo, mas um alerta para a sociedade econômica e política. Finalizado indaga-se quando irá começar a CPI da espionagem oficial?

. Por: Carlos Magno. Economista, Escritor e Colunista do site do Cofecon/Cofecon

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