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29/09/2007 - 15:25

Opções de carreira II: Empregabilidade

"O sistema de ensino no Brasil ainda incentiva o jovem a ser empregado e a buscar segurança na grande empresa, mesmo que com baixos salários. Ao contrário, os norte-americanos valorizam a tempos o empreendedor. Classificam-no como um super-herói, gerador de empregos e oportunidades.", Mordejai Goldenberg, apud Eduardo Bom Angelo.

Depois de ter abordado, no artigo anterior, a relação entre profissões e ocupações, um dos fantasmas que afligem os estudantes no difícil momento de decidir o que estudar, proponho-me, neste e no próximo artigo, a focalizar outros aspectos que preocupam muita gente, em parte, pelo próprio desconhecimento do significado de cada um dos elementos envolvidos: a empregabilidade e o empreendedorismo.

A primeira idéia que vem à cabeça da maior parte das pessoas ao se defrontarem com essas expressões é a de que a empregabilidade refere-se exclusivamente a quem vai trabalhar como empregado, ao passo que empreendedrorismo diz respeito a quem vai montar um negócio próprio. Diante disso, uma primeira observação: isso não é verdade, principalmente no que concerne ao segundo conceito.

Sobre empregabilidade, o que quero realçar é que se trata de um termo relativamente novo, mas dotado de muito significado, o que permite prever que foi um termo que "veio pra ficar", especialmente porque vivemos numa época em que o emprego tradicional, com carteira assinada, enfrenta enormes dificuldades em várias partes do mundo, como bem assinalam alguns livros que provocaram forte impacto, como os de Viviane Forrester, Paul Ormerod e Jeremy Rifkin. A força do conceito de empregabilidade, aliás, foi destacado por Claus Möller e reproduzido por Jean Bartoli, num livro publicado em 2005, cuja leitura recomendo enfaticamente:

Empregabilidade é a maneira mais clara de enxergar as três áreas de êxito de uma organização: produtividade, relações e qualidade. Também é uma palavra nova. A empregabilidade pode ser comparada a outras formas de "ade", "ança" ou "ia". Da mesma forma que a palavra cidadania define aquilo que é preciso para ser um bom cidadão e liderança, o que é preciso para ser um bom líder, a empregabilidade define o que é preciso para ser um bom funcionário.

Considerando que a tendência predominante no mercado nos dias de hoje dá preferência aos "especialistas generalizantes", não há dúvida de que alguns cursos se adequam melhor do que outros a essa realidade. O trecho que se segue, também de Claus Möller e extraído do livro de Bartoli, deixa isso mais claro:

O conceito de empregabilidade expressa o que é preciso para a pessoa ser um bom funcionário ou um bom membro de uma equipe. [...] A meu ver, a empregabilidade é composta por três elementos básicos: responsabilidade, lealdade e iniciativa. Esses três conceitos globais são característicos da atitude e do comportamento das pessoas que são boas funcionárias.

Que cursos são esses, deve estar perguntando o amigo internauta? São, na minha opinião, aqueles que oferecem, no nível de graduação, uma formação sólida e abrangente, como é o caso dos cursos de engenharia, medicina, economia, direito, administração, comunicação e relações internacionais. Com a formação adquirida nesses cursos, o indivíduo poderá - e deverá -, em seguida, procurar um curso mais especializado, já aí no nível de pós-graduação, seja mestrado (stricto sensu), seja especialização (lato sensu). Normalmente, mais maduro e já iniciado na carreira profissional, esse indivíduo possui um leque maior de elementos para fazer uma boa escolha.

Feitas essas considerações sobre a questão da empregabilidade, tratarei, no próximo artigo, da questão do empreendedorismo

. Por: Luiz Machado, Economista, formado pela Universidade Mackenzie em 1977. É Vice-Diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP, na qual é Professor Titular das disciplinas de História do Pensamento Econômico e História EconômicaGeral./Cofecon

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