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15/06/2012 - 09:34

Resultado do varejo fica abaixo do esperado em abril, mas confirma continuidade da expansão do consumo

Segundo o IBGE, em abril o volume de vendas do comércio varejista restrito (que não inclui veículos, peças e material de construção) superou em 6% o do mesmo mês de 2011. Descontadas as influências sazonais, as vendas cresceram 0,8% ante março. Os resultados ficaram bem abaixo das estimativas da LCA (+1,7% YoY e +7,5% MoM) e das medianas das expectativas do mercado (+1,4% MoM e +7,5% YoY). O resultado de março foi revisto de +0,2%MoM para +0,3%MoM; na comparação interanual os dados não sofreram revisão.

Dos oito segmentos da pesquisa, seis apresentaram variação positiva na margem. Os destaques positivos foram os segmentos de Combustíveis e Lubrificantes (+2,5%MoM), Móveis e eletrodomésticos (+1,5MoM), Equipamentos de informática (+1,3%), Tecidos, vestuário e calçados (+1,1% MoM) e Artigos farmacêuticos (+0,9% MoM). As vendas no segmento de Artigos de uso pessoal permaneceram praticamente estáveis na margem (+0,1%).

O destaque negativo ficou para o fraco desempenho das vendas dos Hipermercados, Supermercados, que recuaram 0,8% MoM em abril (é a terceira queda consecutiva na margem). Contudo, este resultado veio melhor que o sugerido pelo indicador de vendas dos supermercados estimado pela ABRAS, que apontou recuo de 1,8% MoM das vendas reais no segmento entre março e abril (dados dessazonalizados pela LCA). As vendas nos Hipermercados e Supermercados não voltaram a apresentar crescimento desde janeiro, quando avançaram 8,4% MoM – o que pode estar associado ainda à algum ajuste metodológico na série: o comportamento da série nestes três últimos meses sugere um movimento de “devolução” da forte alta observada no primeiro mês do ano.

O volume de vendas do comércio ampliado avançou 0,7% na margem e 3% na comparação interanual. As vendas de Veículos, motos, partes e peças registraram ligeira alta, de 0,2% MoM (a primeira após três quedas consecutivas). Os dados de licenciamentos de automóveis indicam que este mercado deve exibir resultados negativos em abril (-2,1% MoM de acordo com a Fenabrave, descontando as influências sazonais). As vendas das lojas de Material de Construção apresentaram alta de 1,8% na margem (representando uma aceleração de 1p.p. em relação ao resultado marginal de março).

Perspectivas - Embora o resultado do comércio em abril tenha ficado abaixo do esperado, ele sugere continuidade expansão do consumo – compatível com o desempenho ainda positivo do mercado de trabalho. De acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE, os ganhos reais de renda vêm se intensificando nos últimos meses. Em abril, a renda real habitual da PME/IBGE avançou 6,2% ante abr/11 (vindo de um de crescimento interanual de 4,3% no 1T12).

Os indicadores de crédito dão sinais de melhora incipiente. Em abril, as concessões de crédito para as famílias cresceram 4% ante março (dados dessazonalizados e deflacionados pela LCA), e os juros para pessoa física recuaram 2,3 p.p.. Por outro lado, o nível de inadimplência das famílias sofreu nova elevação entre março e abril, passando de 7,4% para 7,6%. O comprometimento da renda das famílias também seguiu nesta mesma direção na última leitura, passando de 22% para 22,3% entre fevereiro e março, de acordo com o Banco Central.

Os segmentos do comércio mais sensíveis à renda seguem com desempenho bem superior àqueles mais sensíveis ao crédito. Em números: o crescimento dos “setores-renda” no primeiro quadrimestre de 2012 foi de 8,8% YoY, enquanto que, neste mesmo período, os segmentos ligados ao desempenho do crédito permaneceram com crescimento estável em torno de 2,7% YoY.

A LCA avalia que essa discrepância, apesar de se perpetuar, deverá sofrer alguma redução nos próximos meses, a depender da melhora das condições de crédito que estão condicionadas a uma redução tanto do nível da inadimplência como do endividamento das famílias.

Em maio, de acordo com a pesquisa da FGV (de abrangência nacional), os consumidores ficaram 1,3% menos confiantes que em abril.

A LCA não altera a projeção para o crescimento do volume de vendas do comércio varejista restrito em 2012, que deverá se situar em torno de 7%.

Perfil - Presente no mercado há 16 anos, a LCA é uma das mais respeitadas e atuantes consultorias econômicas do país. Com uma equipe de mais de 70 especialistas em economia, conta com ampla experiência em inteligência de mercados, economia do direito, investimentos e finanças corporativas, análises macroeconômicas e políticas. Além da expressiva atuação nacional, hoje a LCA atende clientes internacionais e já exportou sua tecnologia e produtos para mais de dez países da Europa, Américas e Ásia.

Entre os clientes da LCA estão empresas líderes de bens de consumo e de produção, players de destaque nos serviços e no varejo, os principais escritórios de advocacia, bancos, instituições financeiras e grandes investidores em infraestrutura.

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