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15/06/2012 - 10:18

Economia Criativa: a emoção é a alma do negócio

Muito interessante os temas abordados no Salão +B: Salão Brasileiro de Negócios de Moda e Conteúdo Criativo, realizado no Mube, em São Paulo. Durante dois dias, a ABEST promoveu o encontro de diversos profissionais do setor de moda para refletirem, como bem lembrou Carlos Ferreirinha, consultor do mercado de luxo, sobre a importância do design e das práticas de varejo com o objetivo de gerar negócios e conteúdo criativo para o segmento de moda brasileiro. Foram debatidos tópicos como a “Importância da Mudança do Calendário da Moda no Brasil”, o “Neuromarketing - O que determina as escolhas?”, as “Tendências de consumo para a próxima década”, “O Branding da moda”, a “Sustentabilidade e Responsabilidade Social no Negócio da Moda”, por profissionais como Glória Kalil, Valdemar Iódice, Luciano Deos, Ellen Kiss.

Uma das palestras mais empolgantes foi a Design 360º, que contou com a participação de Rony Meisler, fundador e diretor criativo da marca carioca Reserva. A empresa foi apresentada de maneira espirituosa, caracterizando a identidade jovial da marca. Com apenas cinco anos de existência, a Reserva procurou, desde a primeira loja, vincular a afetividade aos seus produtos. Rony explicou que “moda não é fazer roupas. Moda é comunicação. A moda é mídia. As peças devem ter um significado. Se a mensagem da marca éboa, a roupa também o será”. Para o diretor da Reserva, que aos 31 anos prefere ser chamado de sorridente no lugar de presidente, os espaços físicos das lojas foram criados com a mesma atmosfera da sua própria casa. “Na minha casa eu gosto de receber os amigos. Nas minhas lojas, eu quero que as pessoas sintam-se bem. Não estou interessado na venda, mas no prazer e satisfação dos meus clientes como se fossem meus amigos”.

Detectando que a maioria dos vendedores no Brasil tem acanhamento de exercer a atividade, desde a primeira equipe de venda, a busca do RH foi sempre contratar pessoas que soubessem, afetuosamente, tirar um sorriso do cliente. Esse foi o grande diferencial, ou seja, colocar as pessoas certas dentro da loja para que elas comunicassem a essência de marca. “A partir deste contato cliente/vendedor, a venda passa a ser uma consequência” assegura Rony.

Seguindo o preceito de Adam Smith, no qual “osentimento que mais direta e imediatamente leva-nos à recompensa é a gratidão”, a Reserva pratica com destreza o Gratitude in Relationship Marketing (Marketing de Gratidão). Ao reconhecer no cliente um amigo, a empresa cativa-o com mimos em datas especiais como: chocolate na Páscoa, rosas no dia das mães, doces no dia de São Cosme e São Damião. Este carinho fideliza o consumidor. E não é preciso um dia especial. Para exemplificar melhor este conceito, Rony contou que na loja de Ipanema, o gerente identificou que mensalmente uma cliente vinha e fazia alguma compra na loja. Depois de alguns meses, o gerente descobriu que o filho desta compradora estava com câncer e ela vinha de São Paulo para acompanhar o tratamento. O gerente descobriu o hotel e enviou uma lembrança com uma carta, onde dizia que a equipe da Reserva era solidária com aquele momento de vida e desejava melhoras o mais breve possível. Até hoje, em retribuição ao gesto, a cliente traz um vaso de flores para a equipe de vendedores da loja de Ipanema. E a Reserva ganhou mais uma amiga.

A partir desta história, foi criado o Programa dos Sonhos que estimula os vendedores a enviarem para a sede aspirações, desejos e sonhos que toquem o coração do cliente, proporcionando a este um bem estar, uma alegria, um afago. O diretor da Reserva contou com alegria que 34 sonhos jáforam realizados. “Não há melhor recurso para sensibilizar o outro do que o marketing de gratidão” garante Rony.

Diferentemente de um meteoro que traz uma alegria fugaz ao desaparecer com a mesma velocidade que surge brilhante riscando o céu, o rápido sucesso da Reserva está solidamente estruturado no conceito da economiacriativa, no qual não é possível ser feliz convivendo com o infortúnio alheio. Empresários como Rony Meisler sabem que numa economia criativa, a empresa faz parte de uma grande engrenagem na qual a lubrificação é a satisfação de todos os envolvidos na cadeia produtiva e a emoção é a alma do negócio.

.Por: Marly de Menezes, arquiteta e coordenadora dos cursos de extensão da FASM (Faculdade Santa Marcelina).

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