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26/06/2012 - 09:41

Missão cada vez mais possível

O entendimento crescente da genética do câncer abre portas para novas combinações mais personalizadas e precisas de tratamento.

O câncer é complexo, independente e tem uma capacidade de adaptação incrível para a sobrevivência. “É darwinismo puro”, compara Bernardo Garicochea, coordenador de ensino e pesquisa do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, estabelecendo uma relação com as teorias do naturalista britânico Charles Darwin (Seleção Natural), que defendia que somente os seres mais adaptados ao ambiente sobreviveriam e perpetuariam a espécies.

Segundo o especialista, isso se deve, entre outros fatores, à enorme habilidade que as células cancerosas têm de modificar o ambiente em que vivem, criando vasos sanguíneos para se alimentar (angiogênese); de serem capazes de interferir no sistema imunológico do paciente; de sobreviverem mesmo com quantidade reduzida de oxigênio e de conseguirem se adaptar a condições extremamente adversas.

Atualmente entende-se cada vez mais sobre as mutações genéticas envolvidas no processo de surgimento do câncer – já que algumas alterações ocorridas em determinados genes acabam provocando a multiplicação incontrolada de células que, por sua vez, se tornam cancerosas. Justamente sobre essas mutações que as pesquisas relacionadas ao tratamento do câncer têm se debruçado – o trabalho é separar o joio do trigo, já que dentre milhares de mutações existentes nas células cancerosas, é preciso identificar um pequeno número delas que, na realidade, são as fundamentais para a sobrevivência do tumor. “Nas últimas décadas, pudemos identificar que essas mutações genéticas ocorrem dentro de certos padrões”, explica Garicochea. “À medida que esses padrões são descobertos, conseguimos atuar com mais êxito na prevenção e tratamento do tumor”, complementa.

A partir dos anos 2000, houve uma grande aceleração na identificação das mutações genéticas presentes nas células cancerosas. Ainda nesta década, as terapias-alvo indicavam que esta nova abordagem no tratamento do câncer estava no caminho certo – já que têm como principal característica a seletividade da ação, atingindo preferencialmente partes importantes das células tumorais, diferentemente da quimioterapia tradicional, que ataca todas as células que se multiplicam rapidamente, sem fazer diferenciação entre as saudáveis e as tumorais.

Entre os medicamentos disponíveis no mercado que se encaixam nesse perfil estão os inibidores de tirosina quinase, os inibidores do mTOR e os anticorpos monoclonais. Um exemplo é Sutent (sunitinibe), terapia oral indicada para câncer de rim avançado, GIST (tumor estromal gastrointestinal) e um tipo raro de câncer no pâncreas – tumor neuroendócrino de pâncreas (pNET). Há também o Torisel (tensirolimo) que, assim como Sutent, é indicado para pacientes com câncer renal avançado, possuindo mecanismo de ação moderno também baseado no conceito das terapias-alvo, a inibição do receptor mTOR. Outra terapia-alvo já aprovada nos Estados Unidos e em fase de aprovação regulatória na Anvisa para a indicação de segunda linha de tratamento de carcinoma de células renais (RCC) avançado no Brasil é Inlyta (axitinibe), com atuação na inibição seletiva de receptores do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) – que tem papel importante no crescimento de novos vasos sanguíneos e progressão metastática de tumores. A seguir, as pesquisas de novas moléculas passaram a focar em soluções cada vez mais personalizadas para combater os tumores.

Hoje em dia, há tendências promissoras de tratamentos com foco no perfil genético do paciente. Um exemplo é Xalkori (crizotinibe), medicamento da Pfizer que recebeu da FDA (agência regulatória de medicamentos e alimentos nos EUA) a aprovação para tratamento de um tipo raro de tumor de pulmão: câncer de pulmão não-pequenas células – NSCLC – com uma alteração genética específica, chamada fusão EML4-ALK, que geralmente acomete pessoas não fumantes e numa faixa etária mais jovem do que a doença costuma atingir. “Exemplos como esse mostram que, de fato, estamos no caminho certo para a cura do câncer”, comemora o especialista. “Ela somente não é possível, ainda, pois geralmente conseguimos atingir apenas uma mutação genética por vez nos pacientes”, complementa. “À medida que novas mutações sejam identificadas e novos medicamentos forem aprovados – muitos deles já estão em fase de testes – conseguiremos uma atuação mais completa no tratamento do câncer”, explica. “E, quem sabe, chegaremos à cura”, finaliza.

Testes genéticos -O atendimento de especialistas em genética que realizam testes para identificar predisposição de algumas pessoas em desenvolver o câncer tem crescido cada vez mais. “Em 1998, costumava atender uma família a cada três meses. Atualmente, são cerca de 50 famílias por mês”, exemplifica Garicochea, apontando o crescente conhecimento da população e da própria classe médica sobre a genética relacionada à prevenção do câncer.

Mesmo assim, a prática ainda é aplicada em pequena escala e deve ser indicada com base em diferentes critérios. “Geralmente selecionamos pessoas que têm casos de câncer em familiares muito jovens, ou seja, que fogem do padrão, como uma mulher de 35 anos com câncer de mama ou um paciente de 40 anos com tumor no intestino”, aponta. Ou que têm parentes com associações como câncer de intestino e útero; pâncreas e melanoma; tireoide e mama, entre outros. Por fim, os pacientes selecionados são avaliados e recebem a indicação de qual teste deve ser feito.

Além dos testes que identificam determinadas variações genéticas relacionadas a tumores, podendo apontar a probabilidade de uma pessoa desenvolver a doença, há ainda os exames que identificam alterações genéticas existentes em pacientes que já desenvolveram um tipo de câncer. Nestes casos, o objetivo é avaliar a possibilidade de um tratamento mais personalizado, com medicamentos que possuam indicação para tumores com alterações genéticas já identificadas – por exemplo, o Xalkori (crizotinibe), indicado para pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células que possuem uma alteração específica no gene ALK.

Pfizer -Ao completar 60 anos de atuação no Brasil em 2012, a Pfizer reforça seu comprometimento com a saúde e o bem-estar das pessoas, trabalhando para ampliar cada vez mais o alcance de pacientes a tratamentos de qualidade, seguros e eficazes. Para isso, a companhia investe em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças importantes e para necessidades médicas não atendidas, além de estabelecer parcerias para possibilitar ampliação do alcance de seus tratamentos à população, por meio de medicamentos genéricos e produtos maduros. Hoje, a Pfizer oferece grande diversidade de opções terapêuticas que abrangem áreas como saúde da mulher, prevenção de enfermidades em crianças e adultos, infecções, dor, doenças autoimunes, câncer, Alzheimer, entre outras. A empresa também valoriza o apoio à comunidade e oferece suporte a projetos sociais no País relacionados a saúde, educação e sustentabilidade. No mundo, a história da Pfizer começou em 1849 com a produção de insumos para medicamentos nos Estados Unidos (Nova York) e se expandiu para mais de 150 países. No Brasil, a Pfizer está dividida em três áreas: Farmacêutica (produtos de prescrição para Saúde Humana), Consumer Healthcare (medicamentos isentos de prescrição) e Saúde Animal.

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