Petrobras e Bolívia: Especialista fala sobre reunião entre eles para discutir o preço do gás

A estatal boliviana YPFB e a Petrobras se reuniram dia 6 de dezembro para tentar negociar o preço do gás natural importado pelo Brasil. "É a seqüência de um problema já anunciado lá atrás, quando Evo Morales utilizou-se das tropas para tomar conta dos investimentos da Petrobras em nome do povo boliviano e, a partir daí, teve início uma densa negociação, que passou por uma discussão sobre o preço do produto e desapropriação dos investimentos realizados pela Petrobras no País.

O governo brasileiro desmentiu a possibilidade de ocorrência das duas situações, depois que fez um acordo com a Bolívia, cujos termos de contrato até hoje não se tornaram públicos. Existe uma discussão: como ficará no futuro o investimento da Petrobras na Bolívia, que supera 1,5 bilhão de dólares? Logo após a assinatura desse contrato, foi acertada uma reunião no Rio de Janeiro para continuidade da conversa, a qual foi transferida para La Paz, para permitir a participação das autoridades locais, e isso não aconteceu.

A discussão foi remarcada e, ao que tudo indica, não deve acrescentar novidades ao problema, que já está configurado. Aparentemente, existem compromissos de continuidade de investimento da Petrobras no país vizinho, em intenções firmes do governo brasileiro em aumentar o preço do gás, situação esta que na questão do investimento afeta diretamente os acionistas da Petrobrás e, na questão do preço do gás impacta no custo da energia paga pelos consumidores brasileiros, sejam pessoas físicas ou jurídicas. É um assunto que continua parado na discussão inicial e não mostra evolução nos pontos suscitados no início", diz Carlos Eduardo Stempniewski, coordenador do curso de Administração das Faculdades Integradas Rio Branco e mestre em Administração de Empresas.