Desafios e oportunidades da Economia Verde é tema de debate em São Paulo

No segundo painel do Congresso Brasileiro do Aço e ExpoAço 2012, realizado pelo Instituto Aço Brasil, no dia 27 de junho (quarta-feira), foram debatidos os desafios e oportunidades da Economia Verde. A Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi a conferencista do encontro. Fazendo um balanço da Rio + 20, a ministra destacou que é necessário o engajamento político do setor produtivo para dar prosseguimento à discussão do desenvolvimento sustentável. “O foco está voltado para o consumo sustentável em todos os níveis. E a palavra é essa mesmo: consumo”. Izabella defendeu que a discussão e implementação de uma política sustentável também deve integrar todos os segmentos da sociedade, transformando a discussão em algo mais amplo. “A questão da sustentabilidade não é mais restrita à área ambiental. É necessário pensar de forma geopolítica, com outro olhar, que deve virar um novo tipo de engajamento. É preciso inovar na maneira de debater esse assunto”.

Os participantes do painel dissertaram sobre as perspectivas para a implementação de uma economia verde e as políticas do setor que estão sendo desenvolvidas neste sentido. Na oportunidade, o moderador da mesa Alexandre Lyra, diretor-geral da V & M do Brasil apresentou dados inéditos do Relatório de Sustentabilidade 2012 do Instituto Aço Brasil, com as iniciativas das empresas participantes em prol da política sustentável. Entre os destaques, o investimento de R$ 507 milhões pelas empresas em tecnologias e processos de produção limpos, 24% a mais se comparado a 2010. Em 2011 também, as indústrias do setor produziram 14% abaixo da média mundial de CO2. Já no uso de insumos, 96% da água utilizada nos processos produtivos é reciclada. Lyra apresentou o compromisso do setor de aço brasileiro no balanço da Rio + 20: prover o abastecimento interno de produtos siderúrgicos e participar do comércio mundial de aço com sustentabilidade. O conferencista destacou que a produção brasileira de aço tem como objetivo ter cada vez mais base em sucata e carvão vegetal, como redutor de CO2. “O carvão vegetal é produzido em florestas autossustentáveis plantadas pelas próprias empresas. Das companhias associadas ao instituto, são 29 mil hectares de áreas plantadas”.

O deputado federal Arnaldo Jardim destacou que a legislação brasileira é uma das mais completas em questões ambientais e falou também sobre os compromissos do governo em relação a temas como biodiversidade e bioenergética. Jardim defendeu o estímulo às empresas que tomam boas iniciativas na área. “Não temos uma legislação que compare as boas práticas e que estimule as empresas. Só se condenam as que nada fazem.”

Antonio Delfim Neto, Economista e ex-Ministro da Fazenda, deu sua visão sobre a questão ambiental: “O aumento do PIB produzido é associado e indissolúvel do crescimento de CO2. Ou seja, não há possibilidade de se enfrentar a questão ambiental com redução de consumo, com uma volta ao Neolítico”, disse. “A questão é: há limitação de recursos e não é possível impedir o crescimento. É uma ingenuidade se achar que o mercado pode ser substituído por um novo modelo. A solução é desenvolver tecnologias que reduzam as unidades de CO2”, concluiu.

Relatório de Sustentabilidade 2012 -Investimentos ambientais em 2011: acima de R$ 507 milhões(24% maior que 2010) |.600 kg de coprodutos e resíduos por tonelada de aço bruto produzido |.Índice de recirculação médio da água no setor em 2011: 96,3% |.Gradual aumento do nível de escolaridade do efetivo das empresas: 69,2% do efetivo próprio tem ensino médio completo .Tempo médio de trabalho na empresa: 10,19 anos |.Média do menor salário pago: R$915,24 (70% superior ao mínimo nacional) |.Benefícios oferecidos a todos empregados superiores ao exigido por lei .

.[Congresso Brasileiro do Aço - 23ª edição & ExpoAço 2012 até 28 de junho (quinta-feira), no Transamérica Expo Center, São Paulo. Realização: Instituto Aço Brasil [www.acobrasil.org.br].