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29/06/2012 - 08:58

Fatores limitativos à competitividade da indústria do aço em debate em São Paulo


Albano Chagas Vieira, presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil

No quinto painel do Congresso Brasileiro do Aço e ExpoAço 2012, realizado pelo Instituto Aço Brasil, no dia 28 de junho (quinta-feira), foram debatidos os fatores limitativos à competitividade da indústria do aço. Os palestrantes traçaram um amplo panorama de todos os aspectos da economia brasileira que influenciam a produtividade: cenário macro e microeconômicos, energia, logística e infraestrutura e as relações de trabalho.

A abertura do painel coube ao presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Albano Chagas Vieira, para quem a tributação brasileira sobre a produção é um dos fatores que influenciam na perda da competitividade. “O custo de investimento de capital em novos projetos (Green Field) no Brasil é muito alto. Para se ter uma idéia, na China é de US$ 550 dólares por tonelada de produção. Na Índia, é de US$ 1 mil, e no Brasil, de US$ 1.800.”, comparou Vieira.

Conferencista convidado, o professor de economia Eduardo Gianetti apresentou um amplo panorama do cenário macroeconômico brasileiro, identificando as causas do baixo crescimento do país nos últimos dois anos. “O Brasil passou bem pela crise mundial de 2008/2009 por conta de vários fatores, como o dinamismo do mercado doméstico e a continuidade das políticas econômicas. No entanto, em 2010, o país não foi capaz de forçar o seu crescimento econômico, ficando abaixo de seu speed limit que é de 4%. O motivo pode ter sido o fato de o Governo ter exagerado na dose de estímulos econômicos que causaram desequilibro e forçaram o esfriamento da economia em 2011”, explicou.

Sobre o setor siderúrgico, o economista ressaltou as dificuldades enfrentadas pela indústria de transformação com a presença dos importados e a dificuldade de manter os mercados externos por conta das legislações sobre exportação. Segundo ele, para piorar, a queda da demanda mundial e a ociosidade da produção, atreladas à elevação de preços de insumos como carvão e minério de ferro, entre outros fatores, prejudicam ainda mais a produtividade e competitividade. “É importante agora foco na produtividade, com economia de escala, eficiência produtiva, valorização de pequenos ganhos obtidos de forma cumulativa, integração vertical, inovação e fortalecimento do setor por meio de coalizões”, sugeriu.

O Assessor de Energia Elétrica da Abrace, Fernando Camargo, destacou os altos custos da energia elétrica no Brasil, principalmente para o consumidor industrial. “De 2008 para cá, houve crescimento no custo de energia para o setor industrial. O Brasil é o segundo país do mundo com as mais altas tarifas médias ”, alerta. Ele atribui o fato ao elevado número de encargos setoriais, propondo a redução dos mesmos como solução para implementar a produtividade e a competitividade. “Com a redução desses encargos, haverá uma redução de R$ 7,5 bilhões por ano para o setor’, sugere.

O Especialista em logística Bernardo Figueiredo apresentou panorama das malhas rodoviária e ferroviária no país. Ressaltou que, apesar das dificuldades do setor, como a baixa produtividade e a defasagem tecnológica, há uma agenda de trabalho visando a expansão e modernização dessas malhas, com investimento via PAC e iniciativa privada, de R$ 116 bilhões em rodovias e de R4 64, 1 bilhões em ferrovias. “O investimento em infraestrutura vai eliminar o risco logístico para o setor produtivo”.

Já o Diretor de Relações do Trabalho da FEBRABAN, Magnus Ribas Apostólico, discursou sobre o fator trabalho na competitividade, mencionando o alto custo que os encargos e salários representam para as empresas. “Acordos coletivos aumentaram os salários acima dos ganhos de produtividade”, disse. Magnus Ribas lembrou, ainda, os projetos de lei que correm no Congresso Nacional e que visam a criação de novos custos e entraves na produção. Destacou também a baixa qualificação profissional, em decorrência da má estrutura educacional brasileira. “É necessário levar racionalidade à elaboração das leis. Os custos de trabalho levam a uma queda da produtividade”. [www.acobrasil.org.br].

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