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05/07/2012 - 09:29

Para onde vai a China?


Fruto de mais de 16 anos de pesquisa, o livro “China Hoje” foge de “clichês acadêmicos” e discute os fatores do crescimento chinês.

Como conciliar em um projeto nacional desenvolvimento e socialismo? É isso que o pesquisador Elias Jabbour explica em “China Hoje - projeto nacional, desenvolvimento e socialismo de mercado”, seu terceiro livro sobre o país.

Para ele, as análises se pautam entre deslumbre e horror: os capitalistas são obrigados a reconhecer a força do crescimento chinês ao mesmo tempo em que a esquerda, presa em modelos socialistas, não se reconhece nela.

Com 16 anos de estudos e três viagens ao país, as analises de Jabbour saem do senso comum de teses que afirmam que a restauração capitalista na China se deu com o avanço da propriedade privada e do capital estrangeiro, e se esquecem de considerar o país como uma formação social complexa. Ele não analisa a economia chinesa como “capitalismo de Estado”, tampouco como “neoliberal”, mas fruto do próprio sistema socialista e levanta a seguinte questão: A China é capaz de continuar com esse processo rápido e acelerado?

O trabalho de Jabbour também auxilia a compreender como, nos últimos anos, a China cresceu na disputa pelo poder mundial – ao conseguir contornar os efeitos da crise econômica de 2008 – e, segundo o autor, possivelmente chegará em 2040 ao topo da economia, ao lado dos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador, a China de hoje é produto de uma fusão entre o Estado Revolucionário fundado por Mao Tsétung, com o Estado Desenvolvimentista internalizado por Deng Xiaoping.

O motor do desenvolvimento da China deixou de ser o litoral para ser o interior pobre do país. E este espetacular crescimento econômico chinês é fruto de uma decisão política e visão estratégica que serve de amparo à maximização do mercado, do planejamento, da iniciativa privada e da propriedade estatal dos meios de produção.

“O que tem avançado é o domínio da grande produção socializada sob a forma de 149 conglomerados estatais, um sistema financeiro estatal e um controle estatal sobre os mecanismos fundamentais do processo de acumulação. O que é estratégico é estatal. A propriedade privada é ancilar ao capital privado e estrangeiro. O que demonstra o livro é que ambas as formas privadas de propriedade estão a serviço do desenvolvimento das forças produtivas de um país socialista”.

O livro “China Hoje - projeto nacional, desenvolvimento e socialismo de mercado”, tem apresentação do professor da USP, Armen Mamigonian e o prefácio é do filósofo italiano, Domenico Losurdo. São 456 páginas, editadas em conjunto pela Editora Anita Garibaldi e Editora da Universidade Estadual da Paraíba.

Perfil-O autor é doutor em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, membro do Conselho Editorial da revista Princípios, pesquisador da Fundação Maurício Grabois e do Núcleo de Estudos Asiáticos do Departamento de Geociências do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC e da UERJ.

. Dia 05 de julho (quinta-feira), às 18h30, na Livraria do Museu da República – Rua do Catete, 153 – Catete – Rio de Janeiro.

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