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04/10/2007 - 10:33

Lusa – a matriz portuguesa

O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a exposição “Lusa – a matriz portuguesa”, que reúne 147 peças de 38 prestigiosas instituições portuguesas. A exposição inicia as comemorações dos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil, e integra a seqüência de mostras sobre a formação cultural do povo brasileiro, iniciada com “Arte da África” e seguida por “Antes – Histórias da Pré-História” e “Por Ti América”. “Lusa – a matriz portuguesa” pretende investigar o elemento europeu, especificamente o português, e sua riquíssima e diversa matriz, fundamental em nossa formação.

Virão para a mostra 39 tesouros nacionais de Portugal, que nunca atravessaram o Atlântico e, muitos deles, jamais deixaram o país, e para isso receberam autorização expressa da Ministra da Cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima.

Exemplos disso são um guerreiro celta de granito (provavelmente do século I a.C), com quase dois metros de altura, e uma tonelada; e o torques, um colar de ouro maciço, em forma de ferradura, usado por esses guerreiros. Das instituições portuguesas que estão emprestando obras para a exposição destacam-se o Museu Nacional Arqueológico de Lisboa, o Museu Islâmico de Mértola, a Torre do Tombo, o Museu da Marinha, a Biblioteca Nacional de Lisboa, o Museu Nacional de Arte Antiga, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Arqueológico de Serpa e o Museu Arqueológico de Silves.

São nove os curadores da grande mostra, todos eles pesquisadores expoentes em Portugal: Luís Raposo (Pré-História), Conceição Lopes (Período Romano), Santiago Macias e Paulo Almeida Fernandes (Alta Idade Média), José Custódio Vieira da Silva (Medieval cristão), Cláudio Torres (Medieval islâmico), Maria José Ferro Tavares (Judeus), Jorge Couto (Descobrimentos) e Ivo Castro (Língua). Todos os curadores estarão presentes na inauguração da exposição.

Rotunda: Cama sonora - “Lusa – a matriz portuguesa” busca levar o público a uma fascinante imersão nas origens de Portugal, desde a pré-história até 1500, abordando os povos antigos, o domínio  romano, as presenças cristã, judaica e árabe, o período de formação das suas fronteiras, chegando ao apogeu do país, com a era dos descobrimentos.

A mostra será  composta  de peças em pedra, mármore, cerâmica, ouro, azulejos, pinturas, esculturas, achados arqueológicos, mapas e componentes multimídia sobre a formação da língua portuguesa, bem como a arquitetura e a paisagem de Portugal.

No centro da rotunda haverá uma instalação construída em torno de uma das únicas palavras que permaneceram na língua desde o período mais ancestral, anterior à chegada dos romanos: cama. Uma gigantesca cama sonora de 32 metros quadrados permitirá que os visitantes, deitados nela, escutem as diversas sonoridades lingüísticas que formam o universo da língua portuguesa, como o árabe, o latim, as raízes indo-européias, e palavras indígenas do Brasil e africanas.

No primeiro andar estarão as salas históricas, abordando os períodos e influências religiosas: Pré-história, Romano, Alta Idade Média, Islâmico, Cristão e Judeu. Há ainda um ambiente, o Pátio, que serve como sala para consulta de referências literárias e musicais, assim como espaço educativo e painel com linha do tempo organizada.

No segundo andar estarão as salas temáticas, que abordam assuntos que foram centrais na história portuguesa: as Descobertas Científicas, os Descobrimentos e a importância do Comércio e da Língua. A narrativa dos fatos históricos, linear e cronológica que existia no primeiro andar ganha nesse andar um sentido transversal e interdisciplinar.

No espaço dedicado à Língua e ao Comércio, grandes estantes cobrirão três paredes, contendo potes de vidro com produtos, materiais, alimentos e especiarias que marcaram a história do comércio do país, e se tornaram elementos cotidianos imprescindíveis na sociedade e na língua. Os potes têm legendas com o nome do conteúdo, o significado, a etimologia e seu aporte cultural. Na quarta parede, outra grande estante conterá livros fundamentais para entendermos a formação lingüística e cultural do português, como os “Lusíadas” e “A formação do Estado de Portugal”, primeiro documento escrito em português. São edições fac-símiles que o publico pode consultar livremente.

Ainda no segundo andar haverá um espaço dedicado à projeção de vídeos com depoimentos de expoentes historiadores, arqueólogos e lingüistas que explicam e colocam em perspectiva a formação de Portugal e sua matriz miscigenada, tendo ao fundo imagens dos lugares, paisagens, objetos e obras de referência que ilustram o riquíssimo roteiro da mostra.

Palestras - Nos dias 12 e 13 de outubro, às 17h, no auditório do 4º andar do CCBB Rio, serão realizadas palestras com temas ligados a exposição. A entrada é franca e haverá distribuição de senhas meia hora antes. No dia 12, será a palestra “Os Povos Matrizes de Portugal”, com Santiago Macias, Conceição Lopes e Luis Raposo. No dia seguinte, o tema será “Comércio, Religião e Expansão”, com Cláudio Torres, Jorge Couto e José Custódio.

Em novembro será lançado um catálogo bilíngüe, português e inglês, sobre a exposição, com textos desses nove pesquisadores, e imagens das obras que estão na exposição. “Lusa – a matriz portuguesa” vai itinerar depois para o CCBB Brasília, de fevereiro a abril de 2008.

“Lusa – a matriz portuguesa”, de 12 de outubro de 2007 a 27 de janeiro de 2008, de terça a domingo das 10h às 21h, no [Primeiro e segundo andares, foyer, rotunda e fachada], Rua Primeiro de Março, 66 – Centro no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (RJ). Telefone: 21 3808-2020. Entrada franca.

Palestras: Auditório 4º andar, com entrada franca com distribuição de senha meia hora antes | Capacidade: 84 lugares. Dia 12 de outubro, às 17h - Os Povos Matrizes de Portugal - Palestrantes: Santiago Macias, Conceição Lopes e Luis Raposo. | Dia 13 de outubro, às 17h - Comércio, Religião e Expansão - Palestrantes: Cláudio Torres, Jorge Couto e José Custódio.

Idealização e desenho de montagem: Marcello Dantas; Produção executiva: Maria da Conceição Amaral [Portugal] e Angela Magdalena; Realização: Centro Cultural Banco do Brasil, Patrocínio: Banco do Brasil; Apoio: Ministério da Cultura de Portugal

Perfil da Exposição - Quando os portugueses chegaram ao Brasil, trouxeram uma bagagem de elementos culturais que herdaram dos povos com os quais conviveram por mais de 1500 anos. A exposição busca organizar as diferentes camadas que formaram a etnia, cultura e identidade do povo português, dedicando uma sala a cada período e propondo algumas salas temáticas e conceituais que atravessam múltiplos períodos.

No primeiro andar, temos as salas históricas, que incluem obras, textos e imagens dos períodos e influências espirituais tratadas. Os períodos são: Pré-história, Romano, Alta Idade Média, Islâmico, Cristão e Judeu. Há ainda um ambiente, o pátio, que serve como sala para consulta de referências literárias e musicais, assim como espaço educativo e linha do tempo organizada.

No segundo andar do CCBB, temos uma projeção vídeo, a traçar o itinerário conceitual da mostra e as salas temáticas, que abordam assuntos que foram centrais na história portuguesa: as descobertas científicas, os Descobrimentos decorrentes, e a importância do comércio e da língua como motivo e conseqüência desta expansão. A narrativa dos fatos históricos, linear e cronológica, que existia no primeiro andar, ganha nesse andar um sentido transversal e interdisciplinar.

As salas possuem um código cenográfico com cores, disposição espacial e lógica inspiradas nos signos predominantes dos períodos. Assim, Romano é branco, Islâmico, Azul, Cristão, Vermelho e Judaico, Negro.

As obras centrais de cada sala serão apresentadas em vitrines especiais com bases espelhadas que revelam a complexidade formal de algumas peças.

O roteiro expositivo de LUSA traz três momentos experienciais distintos: O primeiro histórico, formal, cronológico. O segundo vivencial, de identidade, imersivo e lúdico E o terceiro conceitual, de interpretação, reflexão e leitura.

Detalhamento das salas no Térreo – Rotunda: No centro da rotunda haverá uma instalação retangular construída em torno de uma das únicas palavras que permaneceram na língua desde o período mais ancestral, anterior à chegada dos romanos: cama. Cama é um dos objetos específicos do mundo rural dos antepassados dos portugueses, que não tinham equivalente na língua latina. Por isso, se conservou no idioma local desde antes do português e sobreviveu às camadas lingüísticas impostas sucessivamente. Uma gigantesca cama sonora permitirá que os visitantes, deitados nela, escutem as diversas sonoridades lingüísticas do português, as palavras de origem árabes, latinas, indo-européias, indígenas do Brasil e africanas.

Primeiro andar da Sala 1 – Pré-história - A primeira sala da exposição apresenta os Tesouros da Pré-História Portuguesa, os povos Indo Europeus que formaram a base essencial da população dessa área da Península Ibérica, antes dos Romanos: são povos pré-históricos, do paleolítico até os pré-celtas, inclusive os Lusitanos, que viviam na região quando chegaram os Romanos. A cor da sala, devido ao contraste necessário para se destacar as peças, é preta, cor também das bases que apóiam as vitrines onde estarão as obras.

Dentre os tesouros nacionais portugueses, estão um guerreiro celta de granito, com quase dois metros de altura, colocado na frente de um torques, um colar de ouro maciço que era usado pelos guerreiros. Em perspectiva frontal, parecerá ao visitante que o guerreiro “veste” a jóia, que envolve seu pescoço, local onde originalmente era usado. Outros destaques dos tesouros são um báculo (cajado), estelas (monumentos de pedra, contendo representações pictóricas e inscrições), além de ídolos em calcário, utensílios, vasos, lanças, setas, espadas, capacetes.

Sala D1 – Romano - A sala e as bases são pintadas de branco: Os romanos chegaram na Península Ibérica durante a guerra contra Cartago (em 218 a.C) e completaram sua ocupação do território que hoje é Portugal em 25 a.C. Os romanos uniformizaram e integraram as populações autóctones que, pela primeira vez, começaram a falar a mesma língua, a usar a mesma moeda. Portugal era a margem extrema do Império Romano.

As peças centrais desta sala são a cabeça de Agripina, que por sua beleza e poder era ícone no mundo romano, o mosaico dos cavalos, apresentado no chão ao centro da sala, uma ânfora, a representar a importância do comércio para os romanos, uma coleção de moedas de prata, e uma garrafa de vidro. Além de inscrições, estátuas e utensílios. Os capitéis são postos nos cantos da sala, a uma altura próxima a que tinham em suas colocações originais, permitindo uma sensação mais real.

Sala E1 e F1 – Alta Idade Média: A sala é preta - Em 409, começaram as invasões dos povos germânicos e posteriormente dos visigodos, que, apesar de não deixarem muitos vestígios, devem ter ficado no território até a conquista islâmica, no século VIII. Contemporaneamente, no norte de Portugal continuavam a residir cristãos autóctones que estreitaram suas ligações privilegiadas com a área norte da Península Ibérica, em particular com as raízes da arte asturo-leonesa. No Sul, as influências do Mediterrâneo e os modelos norte africanos eram mais fortes e visíveis. Desta época temos capitéis, placas com elementos arquitetônicos decorativos, e pilastras de basílicas ou palácios, que são colocadas na sala E1. As demais peças, pratos, vasos, lucernas (lamparinas) e utensílios são apresentadas na sala F1.

Sala G1 – Islâmico: A sala é pintada em azul, como a água, elemento fundamental na religião islâmica, e tem detalhes dourados. Não podemos esquecer que em Portugal aconteceu um verdadeiro processo de islamização, que começou em 711 e continuou até o fim da Guerra da Reconquista, em meados do século XIII. Esta presença é tangível em diversos setores: cultural, lingüístico, econômico e científico. Foi graças aos conhecimentos matemáticos, astronômicos e científicos dos árabes, que os portugueses desenvolveram os instrumentos que permitiram os Descobrimentos. Os anos anteriores ao início da Guerra da Reconquista são caracterizados pelo convívio harmônico dos muçulmanos com cristãos e judeus.

Terão destaque na sala, as seguintes peças: o bocal do poço de Silves, um poço com inscrições judaicas e árabes, que ali compartilhavam a água, uma cruz cristã processional com motivos islâmicos, uma lápide. Também serão apresentados utensílios em cerâmica (pratos, tigelas, vasos e terrinas), lápides, capitéis, garrafas e cândis (lamparinas).

Sala H1 – Cristão: A sala é vermelha, como o sangue. A presença cristã continuou em Portugal, mesmo durante o período islâmico. No século V começaram as invasões germânicas (suevos, visigodos ). O império destes povos estava muito fraco e caiu sob a pressão muçulmana (começando no séc. VIII), mais urbana, cosmopolita. Em geral aconteceu uma contraposição norte (cristãos autóctones, em uma sociedade rural, feudal) versus sul (muçulmanos). De seus redutos no norte, os cristãos resistiram e impulsionaram a reconquista para o sul, que começou no século IX para se completar no século XIII.

Esta sala inclui peças dos estilos românico (até o século XII) e gótico (até o século XV). Românico: cruzes, cálices, capitéis, placas, esculturas, e iluminuras. Gótico: ourivesaria (jóias, cruzes), estátuas de santos, lápides. São destaques: a Virgem da Expectação (Senhora do Ó) do Mestre Pêro, as cruzes processionais, a Santíssima Trindade, um elmo nasal (capacete com nariz) e estátua do Profeta do Mestre da Batlha.

Sala I1 – Judeus: A sala é preta, misteriosa, e discreta, como a presença judaica se fez marcar em Portugal. Os judeus estão entre os primeiros povos a chegar a Portugal e quando foram expulsos de Jerusalém em 70 d.C, sua presença foi protagonista de momentos fundamentais da formação do país, sua ciência e vida econômica, até sua expulsão de Portugal em 1496. O convívio pacífico dos judeus com os muçulmanos representou uma nova razão para sua perseguição. Acusados pelos reis católicos de Castela, na Espanha – que reinavam em Portugal – de serem inimigos da cristandade por seus laços com os “infiéis”, em 1496 os Judeus foram expulsos de Portugal e sua iconografia destruída, deixando poucos vestígios desta memória. A perseguição dos judeus e sua necessidade de se esconderem são representados cenograficamente pela escuridão da sala, onde as obras são colocadas em nichos escondidos e pouco iluminados. No centro da sala está um candelabro (menorá) inserido em uma vitrine cilíndrica que sai do chão. As demais obras são peças vindas de colecionadores privados: peças da pré-história judaica, a lápide de candelabro, iluminuras, lápides, documentos, inscrições, além de páginas e uma reprodução da Bíblia Judaica.

Pátio - Nas paredes dessa sala é apresentada uma cronologia detalhada da história de Portugal, da Pré-História até os Descobrimentos. É uma sala para consulta de referências literárias e musicais. Aqui, como em uma biblioteca, o visitante pode consultar, sobre uma grande mesa de uso comum, uma série de livros históricos de referência sobre todos os períodos apresentados na mostra. Nesta sala, haverá uma trilha sonora com músicas de vários períodos mencionados.

Segundo andar da Sala C2 – Descobrimentos e Descobertas Científicas (A sala é branca) - A grandeza deste período de expansão é representada por pinturas de grandes dimensões, além de duas grandes tapeçarias penduradas nas paredes, ilustrando os fatos da epopéia dos descobrimentos. Há peças das importantes descobertas científicas e dos instrumentos náuticos que permitiram os Descobrimentos. São prumos, balestinha, quadrante, tábua solar e ampulheta. No centro da sala, estão alguns exemplares de astrolábios, um instrumento que, resultado do conhecimento que os portugueses herdaram dos árabes e através dos judeus (como Abraão Zacuto), foi fundamental para as descobertas das novas terras.

No centro da sala, fica a maquete de uma caravela: a embarcação mais simbólica dos Descobrimentos Portugueses. Esta sala inclui também livros e documentos fundamentais, alguns originais, outros fac-símiles: mapas, cartas, iluminuras, gravuras ilustrando os navios portugueses.

Sala A2 – Vídeo-projeção: Nesta sala são projetados vídeos com depoimentos de historiadores, arqueólogos e lingüistas, que explicam e colocam em perspectiva a formação de Portugal e sua matriz miscigenada. Ao fundo, aparecem imagens dos lugares, paisagens, objetos e as obras de referência, que ilustram o discurso riquíssimo associado à mostra. Esta instalação é um momento de reunião, onde o visitante descobre a relevância das peças, que são inseridas em seu contexto histórico e geográfico.

Sala B – Língua e Comércio (A sala é branca e preta) - Esta sala, que é a mais cenográfica, representa, através de objetos, matérias-primas e alimentos, a formação da língua através da troca, do comércio e da chegada de novas coisas para serem nomeadas e novos nomes para serem traduzidos. Língua é dar nomes às coisas.

Em três paredes com grandes estantes, são colocados potes de vidro que contêm produtos, materiais, alimentos e especiarias que marcaram não somente a história do comércio português, mas que também se tornaram elementos cotidianos e imprescindíveis na sociedade e na língua. Além dos produtos comestíveis, os potes contêm elementos fundamentais para os períodos tratados: pólvora, pó de ferro, argila etc. Os potes têm legendas que ilustram o nome do conteúdo, o significado, a etimologia e seu aporte cultural.

Na quarta parede, uma grande estante terá livros fundamentais para entendermos a formação lingüística e cultural do português, como “Os Lusíadas” e “A formação do Estado de Portugal”, primeiro documento escrito em português. São edições fac-similadas que o público poderá consultar livremente.

Nesta sala, também estarão reproduções em grandes dimensões de quatro livros que foram fundamentais para as descobertas, e poderão também ser consultados livremente.

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