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06/07/2012 - 08:46

Uso da capacidade instalada na indústria em maio é o menor desde setembro de 2009, informa CNI

Brasília – Com uma queda de 0,3 ponto percentual na utilização da capacidade instalada (UCI) frente a abril, a indústria operou em maio com 80,7% da capacidade instalada, descontados os fatores sazonais. É o menor nível da UCI desde setembro de 2009, informa a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, 05.07.

Diz a pesquisa ser este o quarto mês consecutivo de retração da UCI, que mostra a diferença entre o que a empresa tem condições de produzir e o que efetivamente está produzindo. A UCI acumula queda de 1,4 ponto percentual desde janeiro último. “A indústria está trabalhando com ociosidade crescente”, assinalou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco..

À exceção do emprego, que se manteve praticamente estável, os demais indicadores registraram declínio em maio sobre abril, confirmando que a atividade industrial continua enfraquecida. O faturamento e as horas trabalhadas em maio caíram 0,4% e 1,4%, respectivamente, em comparação a abril, mas apesar da queda mensal, o faturamento registra crescimento de 2,3% em 2012.

O emprego ficou praticamente estável em maio em relação a abril, com crescimento de apenas 0,1% de um mês para o outro, descontados os efeitos sazonais. Castelo Branco disse que já existe acomodação no indicador de emprego. “ Em alguns setores e regiões, há perdas de postos de trabalho”, completou.

A pesquisa revela ainda ter sido a primeira vez, desde 2006, que os indicadores de massa salarial e rendimento médio real de maio registraram queda frente a abril. Enquanto os salários da indústria recuaram em média 0,8% no período, o rendimento médio dos trabalhadores do setor diminuiu 1,3% no período, de acordo com dados sem ajuste sazonal. Conforme o estudo, o rendimento – que inclui salário, abonos, participação nos lucros, horas extras e outros ganhos, com exceção de indenizações e encargos trabalhistas – está caindo há um ano.

Semestre perdido - A fraca atividade está disseminada na maioria dos setores industriais. Na comparação com maio de 2011, a UCI foi menor em 13 dos 19 segmentos analisados pela pesquisa. As maiores quedas foram registradas nos setores outros equipamentos de transporte, que recuou 5,8 pontos percentuais, metalurgia básica (menos 5,6 pontos percentuais), couros e calçados (retração de 4,6 pontos percentuais) e veículos automotores (menos 4,5 pontos percentuais).

O segmento de couros e calçados registrou piora em todos os indicadores, com o maior declínio, de 7,5%, nas horas trabalhadas em relação a maio do ano passado. Já os produtos de metal foram o segmento no qual se verificou a maior queda em horas trabalhadas e no emprego, com menos 8,8% e 9,9%, respectivamente, na comparação com igual mês de 2011.

O economista-chefe da CNI atribuiu o declínio da atividade industrial aos reflexos da crise econômica internacional, que estreitou os mercados e acirrou a concorrência dos produtos importados no mercado interno. Some-se a isso, lembrou ele, o alto custo de se produzir no Brasil, e se agrava a perda de competitividade da indústria nacional. “A realidade mostra dificuldades maiores do que se previa. O primeiro semestre já foi perdido para a indústria”, enfatizou.

A saída para tentar reverter a situação negativa da indústria, na visão de Castelo Branco, está no aumento dos investimentos, especialmente em infraestrutura, o que passa por medidas que reduzam seus custos. As iniciativas de estímulo ao consumo, segundo ele, têm se mostrado cada vez menos eficazes, entre outras razões pelo nível de inadimplência. “A grande alavanca é o investimento”, concluiu.

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