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04/10/2007 - 10:55

O céu não é o limite

“Tudo pode ser impresso”, realidade ou armadilha? Há diversos setores que podem ser mais bem explorados pelas empresas que trabalham com impressão; quanto a isto não há dúvida. Mas quem não estabelecer limites à extensão de seu próprio negócio tende a comprometer sua visão de futuro.

A cidade de São Paulo é um exemplo que precisa servir como aprendizado. O problema da poluição visual causada por publicidade desorganizada e irregular é coisa antiga, mas as pessoas achavam que não daria em nada. E deu no que deu. Hoje, aprovada por mais de 60% da opinião pública, a Lei Cidade Limpa proíbe as mídias exteriores e, a idéia da lei já contagia outras prefeituras. A próxima, muito provavelmente, será a do Rio de Janeiro.

A indústria de máquinas ignora tal fato, prefere dizer que você precisa ser criativo e desenvolver novas aplicações, o que de fato é uma meia verdade. Precisamos ser criativos, mas entender de sustentabilidade antes. Entender que sua produção não irá gerar um efeito negativo junto ao público-alvo de seu cliente. A comunicação precisa ser mais eficiente e, não espalhafatosa. O equilíbrio é fundamental para o crescimento da indústria de impressão digital, ou então o trabalho dos famosos “bureaus” de impressão vai ser cada vez mais questionado. Quanto de resultado uma peça é capaz de gerar?

As marcas têm muitas opções em termos de mídia e, a impressão digital, se não for bem posicionada, vai ser mais um dos grandes modismos que a indústria já viu. Acredito ser necessário deixar de lado um pouco a questão técnica de quantas cabeças a impressora tem, e olhar para a questão estratégica quanto à capacidade de se manter competitivo perante outras empresas. Um processo que demanda mobilização interna, latência e foco nos objetivos.

É preciso diferenciar os tipos de informações e buscar apenas aquelas que são consistentes, coerentes, relevantes e em sintonia com o mercado. É preciso:

Considerar fatores externos como: economia, aspectos legais, demografia, tecnologia, aspectos sociais e naturais.

Além da análise da concorrência, probabilidade de novos competidores, produtos e serviços que possam substituir os seus em alguma ocasião, ou que você possa lançar.

Análise interna das áreas de marketing, finanças, recursos humanos e produção da empresa. Avaliar pontos fortes e fracos.

Após a análise, deve escrever a visão e missão da empresa, estabelecendo sua posição futura e as atividades que devem concentrar os esforços da empresa, onde todos precisam entender e, se sentir motivados.

Declarar os princípios e os valores (sustentabilidade e ética). Não basta escrever, devem ser praticadas. O não cumprimento cai em descrédito. Muitas marcas estão em busca de valores que possam ser traduzidos por atitudes corporativas. Isto é muito mais do que vender o metro quadrado de uma impressão digital a 12 reais, 1/10 do valor praticado há pouco mais de cinco anos.

Pela velocidade em que a quantidade de informação dobra (dois anos), acredito que missão e visão devam ser temporais e revistas até atingir os objetivos a longo prazo. Quando se pensa vigencialmente, os resultados a longo prazo são péssimos e, é como vive a indústria de impressão digital hoje no mundo. Se não houver um reposicionamento, muitos vão esgotar as oportunidades e vender suas máquinas para a sucata daqui a dez anos.

É imprescindível fazer pesquisas mercadológicas, buscar o aprendizado com erros e acertos daqueles que já estão globalizados. Algumas políticas associam a cultura organizacional das empresas à personalidade das pessoas que trabalham nelas. O desenvolvimento dessa cultura organizacional é um processo terapêutico, que implica identificar as características desde a sua origem até a formação dos valores, crenças e experiências. Em geral, empresas inseridas em cenários competitivos geram processos de modernidade e organização. Em casos contrários, é comum encontrarmos empresas mais acomodada e menos desenvolvida.

A satisfação dos colaboradores reflete na capacidade produtiva bem como no envolvimento e comprometimento com os objetivos e metas da empresa. Por este motivo é esperado dos gestores, não só um manejo comportamental, como também investimentos em novas tecnologias, mudanças estruturais, além de instrumentos, modelos de gestão e muitos treinamentos.

O uso em apenas uma dessas frentes tem se mostrado insuficiente, partindo dessa necessidade, que é importante realizar constantes pesquisas de clima organizacional, de modo a identificar variáveis que mais influenciam, positiva ou negativamente.

Com os investimentos em novas tecnologias, como sistemas ERP e CRM, somados à implementação em gestão do conhecimento, toda empresa terá num futuro próximo um canal de comunicação. Esse se inicia com o público interno e com maturidade atingirá públicos externos bem como fornecedores, leads e clientes.

Hoje, o problema das empresas está na forma de pensar e agir. Tudo é vigencial e não se respeita o tempo de latência para o desenvolvimento dos processos e o respeito pelos objetivos a longo prazo.

Nenhuma empresa foi criada com data de término. Por isso gosto da analogia do autor Faustino Vicente com o tema “O calcanhar de Aquiles das empresas”, quando fala de que as empresas funcionam como uma corrida de revezamento, que passam o bastão a cada ano, porém não há uma linha de chegada.

O desafio está em eliminar os excessos burocráticos rumo aos objetivos da empresa e à percepção de que a qualidade de vida dos envolvidos está cada vez melhor. Felicidade pessoal e carreira bem sucedida.

Só a partir dessa soma é possível encontrar clientes e posicionar a empresa rumo a seus objetivos.

Todavia, a única coisa que tem efetivamente mudado são os discursos e as práticas, que ainda estão muito teóricas. Mesmo com a descentralização dos poderes decisórios, há interferências nada satisfatórias em relação à carga tributária.

Enfim, toda e qualquer empresa precisa estabelecer uma visão clara e detalhada de onde pretende chegar. Deixando em segundo plano a questão de quantas cabeças de impressão tem o seu equipamento.

. Por: Marco Marcelino é escritor do livro Empresário Digital, jornalista especializado em marketing e gestão do conhecimento pela FGV, diretor da Serinews Editora e editor da Revista Empresário Serigráfico e, será palestrante da EXPO GF, com o tema “Gestão do Conhecimento”. |Telefone: (41) 3023-4979 - E-mail: [email protected]

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