Brasil prestes a entrar na onda da mobilidade corporativa

São Paulo - Uma pesquisa da IDC Brasil realizada com empresas de médio e grande porte mostra que o mercado corporativo de mobilidade está em pleno processo de desenvolvimento e aponta um grande potencial para 2008.

O levantamento mostra que todas as empresas possuem uma parcela de funcionários que necessitam de ferramentas de mobilidade e que, em média, os empregados trabalham 23% do tempo longe de suas mesas ou do escritório. Esses empregados estão visitando clientes (vendedores), movendo-se entre empresas, filiais, eventos (executivos), trabalhando no escritório do cliente (auditoria, consultoria, desenvolvimento de software, etc) ou mesmo trabalhando em home-office. O destaque fica para setores como serviços e governo, que possuem uma parcela expressiva de funcionários trabalhando “em campo”.

Apesar da demanda latente por mobilidade, o setor governo ainda está atrás na adoção de serviços móveis de voz, dados ou mesmo redes sem fio. Apesar disso, as perspectivas são boas para 2008. “A economia está nos trilhos e o governo deverá colocar a mão no bolso, principalmente por se tratar de um investimento com potencial de aumentar a eficiência de alguns processos governamentais”, afirma Alex Zago, analista sênior de telecom da IDC Brasil.

Um movimento nítido observado entre as grandes corporações são os investimentos em redes sem fio internas. Com o desenvolvimento tecnológico, as redes sem fio se tornaram mais seguras e economicamente gerenciáveis, e as empresas passaram a investir mais fortemente. Entre setores como governo, manufatura – além de médias empresas – as redes sem fio aparecem mais nitidamente nos planos de investimento para 2008.

Em termos de aplicações, além das tradicionais como e-mail pelo celular e acesso à Internet, destaca-se o crescente uso dos smartphones para acessar a intranet da empresa e suas aplicações. Outras aplicações como ERP, CRM e field automation deverão ser mais fortemente adotadas pelas médias empresas já em 2008.

Por fim, o estudo indica que, dados os planos de investimento futuro das empresas, a mobilidade deverá seguir crescendo no ambiente corporativo, seja um simples serviço de voz móvel ou uma sofisticada aplicação de dados. “As empresas deverão buscar mais fortemente as aplicações móveis como uma alternativa de aumentar a eficiência e a flexibilidade dos trabalhadores”, conclui Zago.

América Latina - Mobilidade consolida seu posicionamento pelo aumento de produtividade e geração de receita.

De acordo com estudo realizado pela IDC, as porcentagens de adoção de mobilidade seguem com crescimento saudável, sustentado à medida que os provedores aumentam e aprimoram a oferta. Assim como também tem aumentado o conhecimento de seus benefícios por parte das empresas.

O estudo, realizado com 460 companhias na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México, com o mínimo de 250 funcionários e de variadas verticais como finanças, manufatura, comércio, serviços e setor público, indicou que o Chile é o líder na adoção de mobilidade nas empresas, seguido de perto pelo México.

No Chile, além do acesso crescente dos funcionários à Internet e Intranet corporativa a partir de um dispositivo móvel, avança significativamente a mobilização de aplicações de CRM, ERP, Field Service Automation, etc. Nesta mesma linha, o México vem demonstrando grande maturidade no uso de aplicações desktop, assim como em ferramentas de ERP e Expense Tracking a partir de ambiente móveis.

Já nos mercados do Brasil, Colômbia e Argentina a adoção ainda está focada em soluções menos específicas como e-mail, web browsing, IM, PIM, entre outras.

A Argentina, por sua vez, mostra a menor penetração de mobilidade, apesar de ser o mercado com mais potencial para este tipo de serviço.

Por outro lado, os maiores benefícios que obtêm as empresas com a adoção de mobilidade são a eficiência e a flexibilidade da força de trabalho através da possibilidade de acesso a recursos corporativos a partir de múltiplos ambientes, como também assim como de responder de uma forma mais rápida e efetiva às novas necessidades de negócios.

O estudo aponta que, entre os funcionários que necessitam desempenhar suas tarefas longe de seu escritório, mais de 40% conseguem um impacto definitivo em sua produtividade por acessar suas ferramentas de trabalho e aplicações a partir do local do cliente, o qual indica uma clara vontade de não apenas aumentar a tal produtividade, senão, mais especificamente, gerar receita.

O próximo ambiente móvel que emerge em termos de relevância são os outros espaços comuns dentro dos limites da empresa, o que demonstra uma crescente necessidade de colaboração interna. Nesta mesma linha, cabe destacar que a adoção às funcionalidades de WLAN vem aumentando, com uma boa disposição para o aumento em um curto prazo.

Em relação aos dispositivos preferidos para demonstrar as capacidades de mobilidade, além da histórica penetração de celulares e o crescente uso de laptops wireless, destaca-se o avanço notável dos smartphones ou dispositivos convergentes que ganham a cada dia mais popularidade e adoção em reconhecimento de suas funcionalidades e da ativa promoção dos provedores de serviços chave na região.

Segundo as conclusões do estudo efetuado, além de beneficiar aos setores de negócios cujas atividades se desenvolvem em ambientes distribuídos, tais como em empresas de manufatura, transporte/logística, entre outros, já se vislumbra um significativo crescimento na adoção deste tipo de soluções nas áreas de serviços profissionais.

Além disso, e de acordo com a evolução do mercado, poderá progressivamente ocorrer uma caída na barreira de adoção das empresas de grande porte (mais de 500 funcionários) para o mercado de médias empresas (100 a 500 funcionários).

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