Petrobras se aproxima de fornecedores nacionais

Estatal apresenta, durante 67º Congresso da ABM, iniciativas de desenvolvimento tecnológico em parceria com empresas brasileiras e universidades.

Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de empresas nacionais inovadoras e de alto conteúdo tecnológico, a Petrobras está envolvendo ativamente fornecedores brasileiros nos seus projetos de desenvolvimento com as universidades. Desta forma, os projetos de inovação deixam de ser puramente acadêmicos e passam a contar com empresas parceiras que se responsabilizam em fornecer o produto ou serviço que foi desenvolvido. A inicitiva foi batizada de CNPJ Tecnológico, por reunir novas tecnologias a empresas, e não apenas universidades.

O projeto será apresentado no Painel Tecnológico Inovação e Conteúdo Nacional nos setores de Óleo, Gás e Mineração, no dia 1º de agosto. O evento faz parte do 67º Congresso ABM Internacional, que vai de 31 de julho a 3 de agosto, no Rio de Janeiro, e é conhecido como o maior fórum de debate e relacionamento do setor minerometalmecânico da América Latina.

Segundo o coordenador do painel, Carlos Cunha Henriques, do Centro de Pesquisa Petrobras (Cenpes), uma das vantagens da iniciativa da estatal é garantir que os projetos de pesquisa se materializem em produtos e serviços, e não apenas relatórios ou protótipos dentro das universidades.

De acordo com Cunha, a Petrobras seleciona as empresas que participam dos projetos, sendo que muitas são incubadas pelas universidades. O coordenador Roberto Cruz assumiu o programa há um ano, e apresentará mais detalhes durante o painel. Ele conta que o CNPJ Tecnológico está apenas começando. No momento existem cerca de 15 projetos em andamento, com contrato assinado neste ano. Em média, cada um leva dois anos para ser desenvolvido.

A Petrobras adotará três diferentes modelos no programa de desenvolvimento tecnológico da indústria nacional. Um deles prevê o desenvolvimento de empresas incubadas pelas universidades; outro contempla a transferência da tecnologia para empresas já existentes no mercado. O terceiro modelo prevê a procura de parceiros estrangeiros para a nacionalização de tecnologias que vêm de outros países.

Para garantir o sucesso da iniciativa, as companhias contempladas poderão ter acesso a linhas de financiamento. No caso de empresas menores, como as incubadas, o parceiro é a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Para empreendimentos maiores, entra em cena o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco estará presente no painel, representado pelo Superintendente Área de Insumos Básicos, Rodrigo Bacellar, que falará sobre o apoio do BNDES à inovação e à cadeia produtiva de óleo e gás.

Outra representante do setor no painel será a Gerente de Engenharia da FMC Technologies, Fátima Cunha da Silva. A empresa é uma importante parceira da Petrobras no fornecimento de equipamentos submarinos para uso no pré-sal.

Mineração -O painel tecnológico contará ainda com a presença do Diretor de Planejamento Integrado e Desenvolvimento Tecnológico da Vale, Stephen Potter, que falará sobre os diversos projetos de mineração e siderurgia que estão em andamento no Brasil e os desafios para implantação. Na área de siderurgia serão discutidos os projetos atuais que representarão um consumo adicional de minério de ferro da Vale e possibilitarão maior desenvolvimento da cadeia local de fornecedores. “Nos projetos de mina pretende-se utilizar as tecnologias mais recentes e inovadoras”, afirma o executivo.

.[ Inscrições e detalhes da programação do 67º Congresso ABM Internacional no endereço: http://www.abmbrasil.com.br/congresso/2012/informacoes-gerais.asp].

.[ 67º Congresso ABM Internacional, de 31 de julho a 03 de agosto de 2012, na Royal Tulip Rio de Janeiro (antigo Hotel Intercontinental), São Conrado, Rio de Janeiro. Promoção: Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração – ABM [www.abmbrasil.com.br].