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21/07/2012 - 11:25

Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva é inaugurado no CTI Renato Archer, em Campinas


Iniciativa do Programa Viver sem Limite permitirá a formação de uma rede de pesquisa, desenvolvimento e produção de tecnologia para pessoas com deficiência, visando plena inserção na sociedade, mais autonomia e melhor qualidade de vida.

O Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA), uma ação do Programa “Viver sem Limite”, gerenciado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), acaba de ser inaugurado em Campinas/SP, nas instalações do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer. O investimento inicial previsto é de R$ 12 milhões e seu papel será articular uma rede formada por outras instituições e pelo setor industrial, mobilizando e fomentando a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia assistiva para que bens e serviços tecnológicos sejam distribuídos massivamente no mercado, com custos acessíveis.

O CNRTA foi inaugurado no dia 20 de julho (sexta-feira), pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, a ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário Nunes, o secretário-executivo do MCTI, Luiz Antonio Rodrigues Elias, e o diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), Victor Pellegrini Mammana.

O Centro não atenderá diretamente às pessoas com deficiência, mas contribuirá, de forma efetiva, para a melhoria da inserção delas na sociedade. Hoje, segundo dados do Censo IBGE/2010, o Brasil tem 45 milhões de pessoas com deficiência. Segundo Victor Pellegrini Mammana, diretor do CTI Renato Archer, o alinhamento da demanda social à capacidade de inovação dos agentes de pesquisa é bastante atrativo para o setor produtivo, que é o agente responsável por levar a tecnologia assistiva na forma de bens e produtos, até a sociedade.

“A transformação da missão do CTI Renato Archer, que a partir de agora passa a se dedicar, também, à promoção da acessibilidade e do desenho universal, à promoção da qualificação de produtos e serviços e à geração de avanço do conhecimento em Tecnologia Assistiva, somando décadas de pesquisas nessa área, com pelo menos 9 diferentes projetos de grande porte em andamento (ver quadro de exemplos abaixo)”, afirma Mammana.

O MCTI pretende repassar anualmente R$ 1 milhão para o custeio dos trabalhos do Centro, além de R$ 500 mil para vinte núcleos organizados em várias universidades do país. Esta medida busca apoiar coordenadamente os esforços nacionais de produção de inovações tecnológicas nessa área. A verba é vinculada ao plano “Viver sem Limite”.

Segundo Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Centro é um empreendimento exemplar em termos de política social e científica. “Arrisco-me a dizer que o CNRTA é a tradução do sonho de unir a ciência e a tecnologia com as demandas concretas da sociedade”, afirma.

A criação do Centro é uma das ações do componente de Ciência e Tecnologia do Plano Viver sem Limites, que também conta com R$ 90 milhões de crédito subsidiado e R$ 60 milhões de subvenção para financiar o desenvolvimento de novos produtos. “Em resumo, trata-se de uma ação integrada para gerar inovação e difusão tecnológica em larga escala. E o CNRTA será líder desse processo”, diz Raupp.

Para Maria do Rosário Nunes, ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, o Viver sem Limites deve ser um plano federativo que potencializa a união, estados e município com a locação de recurso e políticas públicas. “Entre todas as políticas que o viver sem limites prevê, o CNTRA é a que mais nos inspira o espírito da convenção dos direitos da pessoa com deficiência das Nações Unidas”, afirma.

Após a cerimônia de inauguração, as autoridades fizeram uma visita ao CTI Renato Archer para conhecer as instalações e as pesquisas desenvolvidas na área de tecnologias assistivas. Estiveram presentes, também, 6 entidades que apresentaram seus produtos e serviços na área. No período da tarde, foi realizado 1º Encontro do Observatório de Ofertas e Demandas de Tecnologia Assistiva, em que foram debatidas com especialistas questões relacionadas à área.

Segundo Vitor Mammana, hoje, se existe uma indústria de TI no País, isto ocorreu por conta, também, do trabalho de décadas realizado por 3 instituições públicas: a Unicamp, o CPqD e o CTI Renato Archer. “Foram meus colegas do CTI Renato Archer, que fizeram o primeiro projeto brasileiro de um marca-passo cardíaco no início da década de 80, o primeiro projeto de um helicóptero robótico no meio da década de 80 e a primeira demonstração mundial de um sistema de votação eletrônica no final daquela mesma década”, acrescenta. Em 1988, o CTI criou uma das primeiras interfaces digitais para interação de pessoas com deficiência com sistemas de computador. Além disso, o CTI é a instituição pioneira na utilização de tecnologias 3D para medicina.

Tecnologias criadas no CTI Renato Archer para deficiência visual: 1) Maquete táctil: esta é uma tecnologia dominada pelo CTI Renato Archer que permite a qualquer órgão ou empresa criar uma maquete táctil voltada para apoiar a mobilidade de pessoas com deficiência visual em espaços públicos.

2) Protótipo de Display Táctil: este componente, ainda em estágio de desenvolvimento, aproveita duas décadas de experiência do CTI Renato Archer na área de ondas acústicas superficiais. Com ele é possível apresentar “imagens tácteis”, tanto dinâmicas como estáticas. Esta tecnologia tem potencial para revolucionar todas as interfaces de dispositivos móveis, como telefones celulares e tablets. Circuitos microeletrônicos concentram a energia mecânica em uma fina camada na superfície, causando deformação na tela e uma sensação táctil de rugosidade. O CTI Renato Archer está trabalhando para permitir que este tipo de componente substitua as linhas braille, que são hoje dispositivos muito caros.

3) Lousa com tecnologia Haptics (técnica que permite estimular o sentido do tato por meio de vibrações mecânicas): Essa tecnologia pode ajudar as pessoas com deficiência visual a utilizarem os computadores e interagirem com os mais variados dispositivos digitais, permitindo à pessoa com deficiência visual criar uma mapa mental da imagem que está sendo apresentada na tela do computador. Este tipo de tecnologia complementa os leitores de tela porque permite ao usuário “sentir”, por exemplo, a presença de um elemento ícones ou botões na tela sem sobrecarregar o canal auditivo.

4)Sensor de iluminação do ambiente para pessoas com deficiência visual: Trata-se de uma solução de baixíssimo custo para informar às pessoas com deficiência visual sobre condições de iluminação de um determinado ambiente. Uma de suas aplicações se refere ao auxílio para a orientação e mobilidade, de forma que a pessoa possa saber se está próxima de uma porta ou se está saindo ou entrando em um espaço aberto ou fechado, conforme o grau de iluminação do ambiente. O dispositivo pode ser utilizado também para determinar se as lâmpadas deste ambiente estão acesas ou apagadas, por exemplo.

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