Açúcar e etanol na safra 2012/13

Matéria-prima de qualidade elevará ganhos no setor.

Prejudicada pelas condições climáticas desfavoráveis do início de safra, moagem do Centro-Sul tem redução; no Nordeste, é a estiagem que preocupa a cadeia produtiva da cana-de-açúcar

Para DuPont, aumento da incidência de pragas e doenças nos canaviais e efeitos do clima levam usinas e fornecedores a rever programas de tratamento com inseticidas, fungicidas e maturador

Ribeirão Preto (SP) e Recife (PE) – A DuPont do Brasil está à frente de um novo programa de manejo fitossanitário, desenvolvido para que usinas e fornecedores de cana-de-açúcar aumentem a qualidade de sua matéria-prima, com vistas à melhora na produção de açúcar e etanol.

Focada na inovação, a companhia traçou uma estratégia aplicada ao controle de pragas como a broca da cana e de doenças provocadas por fungos. O programa abrange ainda uma metodologia de manejo centrada na antecipação da maturação da cana-de-açúcar.

O ponto de partida da proposta da DuPont foram análises recentes de pesquisadores que apontaram aumento significativo na incidência de pragas e doenças dos canaviais. Esse cenário, segundo especialistas, decorre da mecanização da colheita e também da redução verificada, desde a crise de 2008, nos investimentos em tecnologia aplicada às lavouras.

Na safra em andamento, contudo, várias usinas e fornecedores de cana estão retomando investimentos em programas de controle fitossanitário, baseados principalmente no uso de inseticidas e fungicidas, de acordo com a DuPont. As estimativas no tocante a moagem, produção de açúcar e de etanol, que registraram quedas no primeiro semestre, levaram a companhia a detectar, também, espaço para crescimento no uso de maturadores na cana.

“A qualidade da matéria-prima tem de estar na ordem do dia, pois influenciará diretamente nos resultados das usinas nesta safra que prossegue em condições desfavoráveis nos principais ambientes de produção”, resume Manoel Pedrosa, gerente de marketing da DuPont. “Ao implantar uma estratégia eficiente de manejo fitossanitário, o produtor terá mais açúcar por hectare, e poderá compensar perdas na qualidade de sua matéria-prima”, resume.

O executivo reforça que os números divulgados pela Unica – União da Indústria da Cana-de-Açúcar – demonstram que as chuvas observadas em praticamente todo o Centro-Sul, em junho último, prejudicaram a operação das usinas. A moagem da região foi de 31,70 milhões de toneladas na segunda quinzena do mês, uma queda de 24,97% em relação ao mesmo período do ano passado.

No acumulado da safra, até o dia 1º de julho último o volume processado de cana-de-açúcar atingiu 128,31 milhões de toneladas, contra 177,70 milhões de toneladas da safra 2011/12, redução de quase 40%.

Na região Nordeste, a situação é inversa: a produção começa a sofrer os efeitos da estiagem, observada nas principais áreas de produção canavieira.

Fora a redução do ritmo de moagem, a ocorrência de chuvas acima da média afetou também a concentração de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) nas plantas do Centro-Sul, prejudicando o rendimento industrial das unidades produtoras. O teor de ATR por tonelada de matéria-prima atingiu 124,61 kg nos últimos 15 dias de junho, segundo a Unica, queda de 7,2% em comparação à mesma quinzena de 2011.

De acordo com o gerente, além da ferrugem alaranjada, doença que provoca estragos incalculáveis no canavial, e que este ano pode chegar mais cedo por conta do alto índice de chuvas verificado no Centro-Sul neste inverno, a ação do produtor deve focalizar o controle da broca gigante no Nordeste e da broca no Centro-Sul.

“Anos chuvosos potencializam o avanço de doenças e pragas. Em 2009, por exemplo, choveu além da medida e houve elevada incidência de ferrugem alaranjada nos canaviais do Centro-Sul. Este ano já vimos variedades de cana, antes tidas como resistentes à doença, serem atacadas”, relata Pedrosa.

Maturador da DuPont recupera ATR -Para Manoel Pedrosa, fora o controle de pragas e doenças, uma excelente alternativa para o produtor de cana vislumbrar melhora na qualidade de sua matéria-prima é o emprego dos chamados maturadores ou gerenciadores de colheita. Esses produtos, explica o gerente, uma vez aplicados permitem antecipar a colheita da cana, mesmo ante as condições de chuva.

Segundo Pedrosa, o maturador Curavial®, marca da companhia, há dez anos no mercado, é o que apresenta maior velocidade de ação entre a aplicação e a colheita, comparado a outros comercializados no País. O produto também aumenta o teor de sacarose das plantas, segundo ele.

O executivo assinala que um estudo recente realizado com a participação de 11 usinas mostrou que o emprego desse produto permitiu recuperar, em média, 6 kg de ATR por tonelada de cana, comparativamente às lavouras que não receberam aplicações do produto. Em comparação a outros produtos, Curavial® mostrou-se igualmente superior, diz o gerente, tanto no tocante à recuperação de ATR quanto à produtividade, que foi elevada em até 13 toneladas de cana por hectare nas áreas tratadas com Curavial®.

Companhia inova portfólio de tecnologias para cana -Uma companhia conhecida pela forte presença no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, a DuPont investiu no aumento de seu portfólio de tecnologias destinado ao segmento. Além da conhecida linha de herbicidas, introduziu no ano passado, na mesma categoria, o FRONT®, insumo indicado no controle de plantas daninhas na época seca, que acontece entre os meses de junho e setembro no Centro-Sul e entre setembro e maio, no Nordeste.

Em sua primeira safra, FRONT® foi aplicado numa área superior a 160 mil hectares, e conquistou 96% de satisfação. Seu uso visa o controle de um amplo espectro de ervas: braquiarias, capim colonião, complexo de digitarias e complexo de cordas-de-viola, entre outras.

Igualmente inovadores são os produtos Altacor®, inseticida e Aproach® Prima, fungicida. Ambos têm sua aplicação recomendada em caráter preventivo na cana-de-açúcar.

Altacor® resulta da molécula Rynaxypyr®, de última geração. Pouco tempo depois de lançado, o produto ficou conhecido por reunireficiência associada a propriedades sustentáveis: usado em baixas doses por hectare e com alta potência inseticida, é seletivo aos inimigos naturais das pragas que controla, e de baixíssimo impacto no meio ambiente.

Aproach® Prima chegou à cana-de-açúcar depois de se posicionar entre as mais eficazes tecnologias de controle da ferrugem da soja - ou ferrugem asiática - conhecidas no País. O produto recebeu registro dos órgãos oficiais para uso na cana-de-açúcar no final do ano passado.

DuPont Agrícola -A DuPont tem uma longa história de descobertas científicas e inovações que melhoraram a vida de bilhões de pessoas pelo mundo. Hoje, trabalhamos com mais pessoas e em mais lugares do que antes. Porque acreditamos que as respostas para os maiores desafios enfrentados pela humanidade podem ser encontradas através da inovação. Através do trabalho em conjunto com universidades, governos, empresas e organizações, podemos encontrar novas e melhores formas de fornecer alimento, energia e proteção necessários para uma população em constante crescimento. Na DuPont, é assim que trabalhamos melhor: lado a lado, aplicando nosso vasto conhecimento científico para solucionar problemas complexos pelo mundo afora. Isto significa trabalhar em um “colaboratório”. Estamos convidando o mundo todo.

Segurança e saúde no campo -A DuPont desenvolve quatro projetos especiais voltados ao uso correto e seguro de defensivos agrícolas, sob a plataforma Segurança e Saúde no Campo: DuPont na Escola, DuPont Mulheres no Campo, DuPont Natureza e DuPont na Universidade. Todos têm, também, objetivo de difundir boas práticas agrícolas. Cerca de 700 mil agricultores e profissionais rurais já foram treinados nos últimos anos. A DuPont é parceira do inpEV - Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias -, uma entidade sem fins lucrativos que representa a indústria em sua responsabilidade de destinar embalagens vazias para reciclagem.