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06/10/2007 - 12:26

Santander vira 3º maior banco do Brasil, caso feche a compra do ABN Amro Real

São Paulo- O banco Santander está perto de acertar a compra do ABN Amro Real, saltando quatro posições no ranking de instituições financeiras do país e ficando em terceiro lugar, atrás apenas do estatal Banco do Brasil e do Bradesco .

O grupo espanhol integra o consórcio liderado pelo Royal Bank of Scotland que caminha para fechar a aquisição de todo o ABN Amro por 71 bilhões de euros. Nesta sexta-feira, o britânico Barclays, que tentava se fundir ao ABN, reconheceu derrota na disputa que se arrasta há sete meses pelo grupo holandês.

A oferta do trio de bancos, que inclui ainda o Fortis, terminou às 10h do dia 5 de outubro, sexta-feira (horário de Brasília). Mas o resultado oficial não será imediato --as ações que aderiram à proposta devem ser contadas e o consórcio deverá detalhar o resultado e declarar a oferta incondicional na semana que vem.

Os ativos do ABN serão repartidos, e o Santander assumirá os negócios na Itália e no Brasil. Levando-se em conta os balanços do segundo trimestre, os mais recentes disponíveis, o Santander ficará com ativos totais no mercado brasileiro de 272,1 bilhões de reais.

Com a cifra, o espanhol estará atrás somente do BB, com quase 333 bilhões de reais, e do Bradesco, com 290,6 bilhões de reais. O Itaú cai para a quarta colocação, com 255,4 bilhões de reais.

No ranking do Banco Central, menos acompanhado pelo mercado por levar em conta apenas ativos bancários e não incluir atividades como seguros e previdência, o Santander assumiria a segunda colocação, perdendo apenas do BB.

"Só em agências, a participação no total do Brasil do Santander dobra. O Santander também ganha uma operação de financiamento ao consumo que ele não tinha", comentou a analista Maria Laura Pessoa, da corretora Fator.

O banco espanhol assume um negócio que vem registrando fortes resultados e que foi responsável por quase um quinto do lucro global do ABN Amro em 2006. A aposta é que a rentabilidade permaneça alta nos próximos anos, em meio à expansão do crédito no país, com crescimento a uma taxa de cerca de 20 por cento ao ano.

"O Santander vai se tornar menos agressivo. Ele não vai precisar fazer uma 'guerra de preços' para conquistar market share", avalia o analista Celso Boin, da corretora Link.

O grupo espanhol chegou ao país em 1982, quando abriu o primeiro escritório de representação. Nove anos depois, tiveram início as operações do Santander Investment, que começou a realizar compras no país, com destaque para a do Banespa em 2000, por 7 bilhões de reais.

O ABN Amro, por sua vez, iniciou suas operações no Brasil em 1917, como Banco Holandês da América do Sul. Entre as aquisições mais relevantes do grupo estão a do Banco Real e a do Sudameris.

Consolidação - Para analistas, a aquisição do ABN Amro Real deve intensificar o processo de consolidação do setor no Brasil. Os alvos agora serão bancos menores, em especial os que atuam em nichos como o crédito consignado, área que tem registrado expansão de 40 por cento ao ano.

"O segmento de pequenas e médias empresas também tem crescido fortemente. E vários desses bancos médios que abriram capital (recentemente) são 'middle market'. Alguns outros são focados em consignado", observou o analista Aloisio Lemos, da corretora Àgora Senior CTVM.

"Esses bancos seriam alvos naturais porque são bons no que fazem e são rentáveis", acrescentou.

Das pouco mais de 50 ofertas de ações que aconteceram este ano na Bolsa de Valores de São Paulo, nove foram de bancos de médio porte e a maioria das operações contou com forte participação de investidores estrangeiros. Outras quatro instituições financeiras estão com pedido de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Eles (os bancos médios) não têm porte para sobreviver. Quem tende a se dar bem são os bancos com grande capacidade de geração de crédito", afirmou Boin, da Link.

O aumento da participação do Santander no mercado brasileiro também esquenta as especulações de que o Unibanco estaria no rol de alvos. O banco da família Moreira Salles se mantém na sexta colocação entre os maiores do mercado, com ativos totais de 129,6 bilhões de reais no final de junho. Mas a avaliação de que o Unibanco será vendido não é consenso entre analistas, que admitem, no entanto, que a instituição perde agora poder de fogo.

"Ouço que o Unibanco é um alvo de aquisição há dez anos. Talvez o cenário agora seja um pouco mais propenso à consolidação", comentou Maria Laura, da Fator.| Por: Juliana Siqueira/Reuters.

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