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26/07/2012 - 10:47

Uma performance robusta referente o desempenho da Vale no 2T12


Destaques no período para os embarques de minério de ferro que alcançaram 63,0 Mt, 14,9% maior do que o primeiro semestre de 2012. Recorde de vendas de pelotas para um trimestre, 12,3 Mt, 13,1% acima do recorde anterior no 4T11. Receita operacional de R$ 23,9 bilhões, 19,0% acima do 1T12. Lucro operacional, medido pelo EBIT (lucro antes de juros e impostos), de R$ 7,8 bilhões. Excluindo os efeitos não recorrentes de perdas contábeis1, o EBIT alcançou R$ 8,6 bilhões, 24,8% maior que o 1T12. Margem do lucro operacional, de 36,7%, medido pela margem EBIT, após excluir as perdas não recorrentes.

Rio de Janeiro -A Vale S.A. (Vale) apresentou desempenho robusto em face aos desafios de um ambiente de preços mais baixos e os problemas operacionais em ativos de metais básicos e carvão.

De acordo com o comunicado da companhia, a produção e as vendas de minério de ferro registraram recuperação, enquanto que foram alcançados marcos relevantes para o desenvolvimento de nossos projetos mais importantes, incluindo Carajás S11D. Além disso, continuam a racionalizar o portfólio de ativos com o objetivo de otimizar a alocação de capital.

A receita operacional, lucro e margem, bem como o fluxo de caixa melhoraram em relação ao 1T12. O lucro líquido sofreu forte impacto contábil não caixa decorrente da desvalorização do real, nossa moeda funcional para fins contábeis, contra o dólar norte-americano. Por outro lado, a apreciação do dólar norte-americano contra o real, o dólar canadense e outras moedas, que representam cerca de 80% dos nossos custos operacionais, contribuiu favoravelmente para o fluxo de caixa. Dado que praticamente 100% de nosso endividamento é denominado em dólares americanos ou convertida para dólares americanos através de swaps, não há efeito material sobre a dívida. O desinvestimento de ativos, que concorre para melhorar a alocação de capital e é também uma fonte de criação de valor ao acionista, produziu perdas contábeis não recorrentes no trimestre. Continuamos a desenvolver um grande portfólio de projetos que visa atender a demanda decorrente da dinâmica de crescimento de longo prazo das economias emergentes com um importante foco na maximização da criação de valor.

Os principais destaques do desempenho da Vale no 2T12 foram: . Os embarques de minério de ferro alcançaram 63,0 Mt, 14,9% maior do que o 1T12. |. Recorde de vendas de pelotas para um trimestre, 12,3 Mt, 13,1% acima do recorde anterior no 4T11. |.Receita operacional de R$ 23,9 bilhões, 19,0% acima do 1T12. |.Lucro operacional, medido pelo EBIT (lucro antes de juros e impostos), de R$ 7,8 bilhões. Excluindo os efeitos não recorrentes de perdas contábeis1, o EBIT alcançou R$ 8,6 bilhões, 24,8% maior que o 1T12. |.Margem do lucro operacional, de 36,7%, medido pela margem EBIT, após excluir as perdas não recorrentes.

.[1* O efeito não recorrente das perdas de R$ 768 milhões no 2T12 devido aos desinvestimentos dos ativos de carvão térmico na Colômbia e manganês ferro ligas na Europa].

Lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, equivalente a R$ 1,04 por ação. “Se isolarmos a influência de efeitos não caixa, o lucro antes de impostos seria de R$ 7,2 bilhões, 7,1% acima dos R$ 6,7 bilhões no 1T12. |.Geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de R$ 10,1 bilhões. Excluindo as perdas contábeis não recorrentes, a geração de caixa totalizou US$ 10,9 bilhões, 23,5% maior do que o 1T12. |. Investimentos, excluindo aquisições, de US$ 4,3 bilhões no 2T12, 16,6% acima do 1T12. No 1S12, os investimentos alcançaram US$ 8,0 bilhões, 17,5% acima dos US$ 6,8 bilhões no 1S11. |.A primeira parcela da remuneração mínima ao acionista de 2012, US$ 3,0 bilhões, foi paga no dia 30 de abril de 2012. |.Manutenção de um balanço sólido, com baixa alavancagem, medida pela relação dívida total/LTM Ebitda, igual a 0,9x, e um longo prazo médio da dívida, de 9,4 anos, e baixo custo médio, 4,61% por ano em 30 de junho de 2012”, frisa o comunicado.

Perspectivas dos negócios -A crise financeira global de 2008 originou uma profunda recessão, constituindo-se em um dos raros episódios de contração do PIB global na história econômica moderna. As medidas de política econômica implantadas em reação ao choque geraram uma recuperação “em forma de V”, liderada por países emergentes e pelo crescimento da produção industrial, o que levou à mais rápida alta de preços de metais pós-recessão em mais de quatro décadas.

Passados dois anos do o início das turbulências financeiras na Zona do Euro, o cenário permanece incerto. A crise bancária e de dívida soberana não produziu uma recessão global, mas não há perspectivas de uma recuperação forte no curto prazo.

Ao contrário do que ocorreu em 2008/2009, a volatilidade dos preços de metais tem sido limitada, e, apesar da queda em relação aos picos pós-crise, os preços encontram-se em níveis bem mais elevados do que os verificados durante a Grande Recessão. Por outro lado, assim como ocorreu em 2008/2009, as moedas de países produtores de minérios e metais se depreciaram contra o dólar, o que tem ajudado a reduzir os custos das companhias mineradoras. Após o bom desempenho verificado no primeiro trimestre do ano, o crescimento econômico global tem se desacelerado por razões que variam de região para região.

O modelo de crescimento baseado em dívida adotado por economias desenvolvidas chegou a exaustão. A recuperação dos EUA continua se desenvolvendo a ritmo abaixo da tendência de longo prazo, em linha com o padrão típico registrado em recuperações pós-crises financeiras. Por seu turno, a Zona do Euro encontra-se em recessão.

A dinâmica de crescimento nas principais economias emergentes, como Brasil, Índia e China, tem se arrefecido, o que reflete não só um ambiente externo mais desfavorável, mas também a desaceleração da demanda doméstica em função das políticas contracionistas do final do ano passado e das restrições de capacidade. Após a forte alta do 1T12 associada à reorganização da cadeia global de suprimentos, em reação à desestruturação causada pelas enchentes na Tailândia, a produção industrial global começa a mostrar sinais de fraqueza, o que em grande parte se deve à contração em países desenvolvidos e na América Latina. As indicações dadas pelo PMI manufatureiro global apontam para mais desaquecimento do produto industrial global no 3T12.

As autoridades europeias têm dado passos em direção à mitigação de riscos relacionados à crise. A inflação global está em queda, refletindo os efeitos do aperto monetário em economias emergentes e a redução generalizada de preços de energia. Inflação mais baixa tem duas relevantes implicações para o crescimento de curto prazo: (i) impulsiona o poder de compra das famílias, incentivando o consumo privado; (ii) dá mais margem de manobra para que os bancos centrais possam se focar no estímulo à reativação do crescimento econômico, o que já vem ocorrendo através da aplicação de políticas monetárias expansionistas. Tais estímulos devem produzir efeitos ao longo dos próximos meses. De fato, o crescimento do PIB na China no 2T12 já mostrou sinais de estabilização enquanto alguns indicadores apontam para o inicio de uma recuperação do investimento em infraestrutura e no mercado imobiliário, dois setores relevantes para a demanda por metais, em especial o cobre e o minério de ferro.

As vendas globais de automóveis estão em retomada, tendo junho sido o segundo mês de alta consecutiva, o que é positivo para a indústria da mineração, na medida em que o carro é o bem de consumo durável mais intensivo em metais. As famílias e os bancos norte-americanos já passaram pelo processo de desalavancagem, e os lucros e fluxos de caixa das empresas não financeiras têm crescido desde meados de 2009. Entretanto, as incertezas associadas à política fiscal e novas regulações atuam como entraves à uma recuperação econômica mais forte.

A importância relativa da Europa como mercado para metais vem se reduzindo nos últimos vinte anos. Sua participação no comércio transoceânico de minério de ferro diminuiu continuamente, de 37% em 1990 para apenas 11% em 2011. Um declínio menos pronunciado, porém semelhante, ocorreu com a participação no consumo global de níquel, que passou de 31% em 2000 para 20% no ano passado. Entretanto, a crise financeira na Europa afeta indiretamente a demanda por metais, principalmente através do canal financeiro, já que o aumento da volatilidade de preços de ativos impacta negativamente as expectativas, reduzindo o apetite para o investimento e afetando o crescimento no resto do mundo.

Em resposta à intensificação da crise financeira, as autoridades europeias anunciaram a adoção de medidas como o financiamento à recapitalização de bancos espanhóis, a flexibilização do uso de fundos de socorro financeiro e movimento em direção à supervisão unificada dos bancos da Zona do Euro. Ainda que um desastre financeiro tenha sido evitado, permanece a dúvida sobre a capacidade de algumas economias da Zona do Euro de pôr em prática os ajustes fiscais necessários à sustentabilidade de suas dívidas.

A Europa possui elevado estoque de riqueza, mais que suficiente para lidar com o desafio da dívida, e há forte apoio político para a preservação do euro, duas condições fundamentais para que se encontre a solução para a crise da Zona do Euro. Ainda assim, a recessão na Zona do Euro deve ser prolongada: há um longo percurso a ser feito pelos bancos europeus para a desalavancagem de seus balanços e a rigidez nos mercados de trabalho contribui para aprofundar os efeitos do ajuste fiscalna região. Entretanto, as intervenções realizadas têm evitado um aprofundamento da crise e limitado o contágio para o restante da economia global. O crescimento do PIB real chinês se desacelerou para 7,6% ante o 2Q11, porém, na margem, houve ligeira recuperação, de 6,7% no 1T12 para 7,0% , sugerindo que a desaceleração pode ter chegado ao fim.

Simultaneamente à redução na inflação, que está convergindo para 2%, as vendas no varejo se mantiveram firmes, com expansão de 13,7% a/a, e a expansão do investimento em ativos fixos foi de 20,4% a/a, em linha com os últimos meses. Enquanto o investimento imobiliário continua a arrefecer, o crescimento do investimento em infraestrutura se acelerou durante o segundo trimestre, alcançando 18,5% a/a em junho, e retomando tendência ascendente pela primeira vez desde meados de 2009.

Dada a relutância das autoridades chinesas em aumentar os gastos fiscais, políticas voltadas para fortalecer a atividade econômica têm sido implementadas via expansão de crédito. A concessão de empréstimos bancários alcançou RMB 920 bilhões em junho, crescendo a 45,1% a/a e 16,6% ante o 1S12. A ampliação do crédito bancário reflete mudança de orientação na política macroeconômica, através da redução na alíquota do recolhimento compulsório dos bancos, de cortes nas taxas de juros, do afrouxamento das restrições ao crédito e da aceleração de projetos de infraestrutura. Espera-se que a demanda por crédito continue a se recuperar na medida que mais projetos de infraestrutura forem aprovados e implementados.

Em junho, pela primeira vez desde outubro de 2011, o índice de preço de residências divulgado pelo National Bureau of Statistics (NBS), abrangendo 70 cidades, mostrou que o número de municípios com alta de preços foi superior ao de cidades nas quais o valor dos imóveis recuou. No mesmo sentido, de acordo com o Soufun, um provedor privado de estatísticas para o mercado imobiliário, houve, em junho, aumento no preço nacional de imóveis pela primeira vez desde setembro do ano passado. Estes primeiros indicadores de estabilização foram acompanhados pela recuperação do volume de transações imobiliárias, que se expandiu 6,9% a/a, também a primeira taxa positiva desde setembro passado.

É bastante provável que o mercado imobiliário esteja começando a responder aos recentes incentivos, em especial para compradores de pequenos apartamentos e para aqueles que compram imóveis pela primeira vez. Embora não seja esperado um relaxamento nas restrições ao investimento imobiliário, é bastante provável que a atividade do setor se estabilize no segundo semestre do ano. Nossa visão é baseada no investimento em moradias populares e na melhoria nas condições de compra de residências, a qual deriva do aumento na renda disponível das famílias, de preços dos imóveis ligeiramente mais baixos, dos cortes nas taxas de juros e dos vários incentivos dados pelos governos locais e central da China. O programa de moradias populares é uma das prioridades do 12º Plano Quinquenal chinês, dado o elevado déficit habitacional no país e seu papel na mitigação das tensões sociais, particularmente nas principais cidades, onde os preços já estão em níveis elevados e permanecerão inacessíveis a famílias de baixa e média renda. Além disso, o programa de habitações populares proporciona um colchão para a absorção dos impactos negativos das restrições no mercado privado de moradias. O setor imobiliário representa por volta de 12% do PIB chinês, e o investimento imobiliário representa 25% do total de investimentos, que tem sido o principal motor do crescimento econômico chinês. Esperamos que a demanda por imóveis continue a se expandir nos próximos anos, devido ao rápido crescimento econômico e ao intenso processo de urbanização. A China tem elevada taxa de poupança, o que facilita o investimento imobiliário, requerendo um nível de alavancagem bem menor do que em economias desenvolvidas, o que contribui para a mitigação de riscos de uma crise financeira.

Além disso, governos locais veem o mercado imobiliário como uma fonte importante de crescimento econômico, já que a venda de terrenos para construção contribui de maneira importante para o aumento de suas receitas. A melhoria em infraestrutura financiada por estas receitas sustenta o preço de imóveis e em última instância influencia positivamente a venda de terras para construção. As importações de minério de ferro da China cresceram 9,7% no 1S12, alcançando 367 Mt e implicando na substituição do minério de ferro doméstico. A menor qualidade e os custos crescentes têm restringido a produção doméstica chinesa de minério de ferro. Nesse contexto, os produtores chineses se comportam como fornecedores marginais de minério de ferro, sendo altamente sensíveis a variações de preços. Como desde outubro passado os preços de minério têm flutuado entre US$ 130 e US$ 150 por tonelada métrica, muitos produtores marginais de alto custo se mantém fora do mercado, permitindo uma sustentação mínima para os preços. Como resultado do enfraquecimento do consumo global de aço, o prêmio para 1% Fe contido caiu em relação aos altos níveis de 2011, quando estava por volta de US$ 5,50/6,00 por tonelada, para o intervalo de US$ 3,00/3,50.

Dada a flexibilidade permitida por nossa rede de distribuição global, tivemos capacidade de ampliar as vendas de minério de ferro em linha com a evolução de nossa produção, beneficiando-nos dos baixos custos de nossas operações. Para o futuro, esperamos que os preços permaneçam elevados face à recuperação do consumo de aço global, aos altos custos operacionais e de capex e à contínua restrição do crescimento da oferta. Após o choque de oferta de 2011, causado pelas inundações em Queensland e a conseqüente ruptura da produção australiana, os preços de carvão metalúrgico retornaram a níveis compatíveis com as condições de demanda de aço.

A China tem superado a Índia como segundo maior importador de carvão metalúrgico e é provável que nos próximos anos se torne o maior importador mundial, superando o Japão. Espera-se que as importações atendam um terço do aumento esperado do consumo chinês nos próximos cinco anos.

De forma semelhante ao minério de ferro, é provável que devido aos altos custos a China também se torne um produtor marginal de carvão. Como o comércio transoceânico é pequeno relativo ao mercado chinês, qualquer desequilíbrio nesse mercado tem potencial de gerar grande instabilidade de preços no comércio transoceânico.

Custos altos de capex irão provavelmente ditar um patamar mínimo de preço para o prêmio contido nos preços do carvão hard coking coal (HCC). Em um mundo com crescente escassez de reservas de carvão metalúrgico, a Vale está bem posicionada em Moatize, uma das mais ricas províncias deste tipo de carvão. Moatize I, uma operação de mina a céu aberto de baixo custo, está obtendo sucesso em seu ramp-up, produzindo dois tipos de HCC, Chipanga prime e típico. Moatize II está em construção e estamos nos encaminhando para iniciar a construção da infraestrutura logística, que compreende uma estrada de ferro e um terminal marítimo em águas profundas no norte de Moçambique. O preço de níquel caiu em relação ao pico alcançado em fevereiro deste ano quando os preços de commodities iniciaram tendência de alta influenciada pelas expectativas positivas geradas pelo financiamento de € 1 trilhão aos bancos dado pelo Banco Central Europeu. Nas últimas semanas, os preços do metal têm girado em torno de US$ 16.000 por tonelada métrica, determinado pela desaceleração da demanda por aço inoxidável e expectativas negativas sobre o crescimento econômico global.

A demanda por níquel para aplicações fora da indústria de aço inoxidável tem se mantido estável, influenciada pelo consumo da indústria de energia e da indústria aeroespacial. O aumento nas venda de automóveis também deve ter um impacto positivo sobre a demanda por níquel no curto prazo. A indústria de nickel in pig iron (NPI) está sendo desafiada pelos preços mais baixos preços do níquel, o que força alguns produtores marginais a interromperem suas operações, o que contribui para o estabelecimento de um patamar de preços.

Como comentado no 1T12, o imposto de 20% sobre exportações de minério de níquel e de quotas de volume devem colocar pressão adicional na indústria de NPI, que depende de maneira essencial da oferta de minério da Indonésia e das Filipinas. O Japão, segundo maior importador de níquel do mundo, também depende de importações do minério para alimentar sua indústria de ferro níquel. No curto prazo, produtores de NPI chineses estão mantendo estoques elevados, formados em antecipação à nova regulação indonésia.

Para o longo prazo, acreditamos que as restrições sobre as exportações de níquel irão causar pressões adicionais sobre os produtores de NPI. Apesar de existir alguma substituição dos alto fornos de custo elevado por plantas de forno elétrico (EAF), o movimento compensará a alta de custos somente de forma parcial, dado o grande peso de minério de níquel nos custos operacionais das plantas EAF. A pior seca do meio oeste americana em mais de 50 anos está provocando alta dos preços das commodities agrícolas a níveis recordes, em particular os preços dos grãos e oleaginosas, cuja produção faz uso intensivo de fertilizantes. Preços de soja e milho já ultrapassaram os picos alcançados em 2007/2008. O aumento dos preços dos alimentos é o importante indicador antecedente da demanda por fertilizantes, na medida em que os agricultores buscam maior produtividade para aumentar a oferta em resposta aos preços mais atrativos.

A crescente restrição de recursos, uma vez que 25% das terras agrícolas do mundo estão altamente degradadas, com falta de matéria orgânica e de nutrientes naturais do solo, e as pressões ambientais – a agricultura é grande responsável pela produção de gases estufa – exigem crescimento sustentado da produtividade para atender à crescente demanda global por alimentos. O aumento da renda per capita e a urbanização das economias emergentes estão produzindo mudanças na dieta alimentar, que passou a incluir mais alimentos processados, gorduras e proteínas de origem animal – o que impulsiona a demanda por grãos e oleaginosas, o que em ultima instância conduz à expansão da demanda por fertilizantes.

A Vale está se posicionando para produzir volume crescente de fertilizantes no médio prazo através do desenvolvimento de vários projetos de potássio e fosfatados.

Apesar da recessão na Europa e o desafio da sustentabilidade da divida enfrentado pelas grandes economias desenvolvidas, acreditamos que a expansão da economia global deverá se acelerar gradualmente nos próximos trimestres. Apesar da expectativa de que o PIB e a produção industrial global cresçam a um ritmo menor nos próximos cinco anos do que o observado nos cinco anos que precederam a Grande Recessão de 2008/2009, a atividade econômica global continuará robusta. Neste cenário, o crescimento global liderado pelas economias emergentes irá sustentar uma forte demanda por minerais e metais, o que combinado a escassez crescente de recursos naturais, concorrerá para a manutenção de preços em níveis elevados.

Ao longo dos próximos vinte anos, é estimado que mais de dois bilhões de pessoas ingressem na classe média, o que implicará em maior procura por imóveis, serviços de infraestrutura, bens de consumo duráveis e proteínas, o que resultará em forte demanda por metais e fertilizantes, entre outros produtos. A Vale está investindo em um portfólio diversificado de projetos para a produção de produtos cuja demanda é baseado na expansão do investimento e do consumo, de forma a atender e se beneficiar da dinâmica de crescimento de longo prazo das economias emergentes.

Lucro líquido -O lucro líquido no 2T12 foi de R$ 5,314 bilhões, equivalente a R$ 1,04 por ação, caindo 20,9% em relação aos R$ 6,720 bilhões no 1T12. A grande queda no lucro líquido se deveu aos efeitos contábeis sem impacto no fluxo de caixa.

“Se desconsiderarmos a influência dos efeitos não caixa5, o lucro seria de R$ 7,195 bilhões, contra os R$ 6,719 do 1T12. O efeito contábil não caixa mais importante foi devido à forte apreciação do dólar americano (USD) contra o real (BRL) no 2T12 – 11,0% comparando preços no final do 2T12 e 1T12. A variação monetária e cambial reduziu o lucro em R$ 3,458 bilhões, contra um impacto positivo de R$ 579 milhões no 1T12, totalizando um movimento negativo de R$ 4,037 bilhões, que é R$ 2,631 bilhões maior do que a redução no lucro líquido”, continua o comunicado.

Apesar de reportarmos o nosso desempenho financeiro em USD, nossa moeda funcional para fins contábeis da nossa empresa controladora, Vale S.A., é o BRL. A depreciação do BRL contra o USD produz um efeito contábil não caixa no lucro antes de impostos por meio do seu impacto nos passivos financeiros líquidos – dívida denominada em USD menos caixa disponível e contas a receber em USD6. Esse impacto é registrado nas demonstrações financeiras como “variações monetárias” no 2T12 totalizou R$ 3,458 bilhões, reduzindo o lucro pelo mesmo valor mas sem impacto no fluxo de caixa. Variações monetárias fazem parte do resultado financeiro líquido, que também inclui os efeitos de receita e despesas financeiras, marcação a mercado das debêntures participativas e derivativos. O resultado financeiro líquido reduziu o lucro antes de impostos em R$ 5,144 bilhões. No 2T12, a receita financeira foi de R$ 230 milhões, ligeiramente acima dos R$ 207 milhões no 1T12, e as despesas financeiras aumentaram para R$ 1,112 bilhão de R$ 1,084 bilhão no trimestre anterior. O efeito não caixa determinado pela marcação a mercado das debêntures participativas foi de R$ 132 milhões, contra R$ 178 milhões no 1T12, contribuindo para aumentar as despesas financeiras, mas sem impacto no fluxo de caixa.

O efeito não caixa da marcação a mercado das transações com derivativos foi negativo em R$ 804 milhões comparado com ganho de R$ 519 milhões no 1T12. Houve um impacto positivo no fluxo de caixa de R$ 454 milhões contra R$ 325 milhões no 1T12.

Composição do efeito de derivativos: (a) Os swaps de moedas e taxas de juros produziram efeito negativo não caixa de R$ 892 milhões. Houve um impacto positivo no fluxo de caixa de R$ 373 milhões. (b) As posições com derivativos de níquel produziram efeito positivo não caixa de R$ 88 milhões. Houve um impacto positivo no fluxo de caixa de R$ 81 milhões. (c) As transações de derivativos relacionadas ao bunker oil (combustível para navios) não tiveram impacto. O resultado de equivalência patrimonial totalizou R$ 310 milhões no 2T12, contra R$ 437 milhões no trimestre anterior. As coligadas não consolidadas que mais contribuíram para esse resultado foram as dos negócios com bulk materials com R$ 368 milhões e logística com R$ 28 milhões. Individualmente, as maiores contribuições ao resultado de equivalência patrimonial vieram da Samarco (R$ 276 milhões) e Hispanobras (R$ 57 milhões).

Investimentos -”Nossa estratégia de longo prazo prioriza o crescimento orgânico como a principal fonte de criação de valor, através do investimento em ativos de classe mundial de alta qualidade com longa vida útil e baixo custo e de acordo com os princípios de disciplina na alocação de capital. Tendo em vista as prioridades estratégicas para a alocação do fluxo de caixa, o plano de investimentos segue os objetivos da manutenção de um balanço sólido e da satisfação das aspirações por dividendos dos acionistas”, afirma o comunicado.

Os investimentos – excluindo aquisições – somaram US$ 4,287 bilhões no 2T12. Investimentos de US$ 2,864 bilhões foram destinados à execução de projetos e US$ 396 milhões à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e US$ 1,027 bilhão à sustentação das operações existentes.

O capex – excluindo aquisições – no primeiro semestre do ano totalizou US$ 7,964 bilhões, com aumento de US$ 1,185 bilhão em relação aos US$ 6,779 bilhões investidos no mesmo período de 2011. Nossos investimentos refletem o foco no crescimento orgânico como prioridade estratégica. Do total de investimentos, 76% foram destinados para financiar o crescimento, incluindo execução de projetos e P&D.

Os investimentos na sustentação das operações existentes no 2T12 de US$ 1,027 bilhão foram concentrados em minério de ferro e metais básicos. Os investimentos em manutenção de minério de ferro incluem: (a) a substituição e aquisição de novos equipamentos (US$ 140,6 milhões), (b) a expansão de barragens de rejeitos e pilhas de resíduos (US$ 50,1 milhões), (c) melhoria da infraestrutura (US$ 32,8 milhões) e (d) iniciativas para melhorar os padrões atuais de saúde e segurança e conservação ambiental (US$ 34,3 milhões). Adicionalmente, houve investimentos para desenvolvimento de minas, aumentando as taxas de recuperação do teor nas minas de níquel (US$ 81,6 milhões), o projeto AER (redução de emissão atmosférica), que irá reduzir significativamente a poluição do ar no Canadá (US$ 28,8 milhões) e para a aquisição de equipamentos relacionados com a melhoria dos processos de produção nas minas de cobre (US$ 39,0 milhões).

No 2T12, investimentos em P&D compreenderam US$ 146 milhões em exploração mineral, US$ 167 milhões em estudos conceituais, de pré-viabilidade e de viabilidade de projetos e US$ 82 milhões para desenvolver novos processos, inovações e adaptações tecnológicas. Investimentos de US$ 2,390 bilhões foram realizados no segmento de bulk materials, US$ 1,038 bilhão em metais básicos, US$ 516 milhões em fertilizantes, US$ 130 milhões em serviços de logística para carga geral, US$ 71 milhões em geração de energia, US$ 37 milhões em projetos siderúrgicos e US$ 105 milhões em atividade corporativas e outros segmentos de negócios. Marcos importantes foram alcançados no que diz respeito à implementação dos dois maiores projetos do nosso portfólio: Carajás S11D e Moatize II / Nacala. Recebemos a licença prévia (LP) para o projeto de minério de ferro Carajás S11D (S11D). A LP faz parte da primeira fase de licenciamento do empreendimento e comprova sua viabilidade ambiental. S11D é o maior projeto da história da Vale e também o maior da indústria de minério de ferro, servindo como a nossa principal alavanca de crescimento da capacidade de produção e da preservação da liderança da Vale no mercado global em termos de volume, custo e qualidade.

Localizado na Serra Sul de Carajás, no Pará, com investimento previsto de US$ 8,039 bilhões para o desenvolvimento de mina e usina de processamento, o projeto tem capacidade nominal de 90 milhões de toneladas métricas anuais (Mtpa) de minério de ferro com teor médio de ferro de 66,48% e baixa concentração de impurezas. A entrada em operação está prevista para o segundo semestre de 2016. Algumas características inovadoras são incorporadas no S11D, como o conceito de mineração sem caminhões (truckless), processamento de minério à seco e montagem modular das instalações de processamento, o que implica em menores custos operacionais e capex, uso mais eficiente das reservas, economia de água, redução do consumo de energia e de 50% na emissão de gases de efeito estufa. Como um grande projeto greenfield, o S11D exige um investimento por tonelada elevado, US$ 216, que é principalmente devido à necessidade de fazer grandes investimentos – estimados em cerca de US$ 11,4 bilhões – na expansão da infraestrutura logística existente – na EF Carajás e no terminal marítimo Ponta da Madeira – que permitirá a movimentação de 230 Mtpa de minério de ferro. Por outro lado, o projeto contribuirá para melhorar a qualidade média da nossa produção de minério de ferro, para reduzir os custos operacionais médios e criar uma nova plataforma para projetos brownfield de baixo custo, dados os amplos recursos existentes nos depósitos de minério de ferro localizados na serra sul de Carajás. Este mês, assinamos um acordo de concessão de 30 anos com o governo de Moçambique que compreende os trechos ferroviários greenfield que ligam Moatize até a fronteira do Malaui, e o final da ferrovia existente do norte de Moçambique a Nacala-à-Velha, bem como a construção e operação do terminal marítimo de carvão Nacala-à-Velha, na costa nordeste de Moçambique8.

Os acordos com os governos de Moçambique e Malaui abrem a porta para a aceleração da construção do corredor de Nacala, que viabilizará o transporte de até 18 Mtpa de carvão9. Ainda em julho, a Vale assinou um memorando de entendimento (Acta Acuerdo) com o governo da Argentina, que é um passo fundamental para a constituição de um arcabouço regulatório e fiscal para facilitar a implementação do projeto Rio Colorado. Assim como Moatize, Rio Colorado é um projeto de classe mundial e com alto potencial de geração de valor.

O aumento dos custos de engenharia e construção causados pelo crescimento significativo do capex de mineração global, atrasos na execução e comissionamento de projetos esforços adicionais para manter o cronograma de implementação estão causando inúmeras pressões de custo nos nossos investimentos. Consequentemente, o Conselho de Administração aprovou aumentos orçamentários para quatro projetos: (a) Salobo, para US$ 2,507 bilhões de US$ 2,337 bilhões; (b) Salobo II, para US$ 1,707 bilhão de US$ 1,427 bilhão; (c) CLN 150, para US$ 4,114 bilhões de US$ 3,477 bilhões; e (d) Tubarão VIII, para US$ 1,088 bilhão de US$ 968 milhões. No 2T12, o Conselho de Administração aprovou o projeto de minério de ferro Itabiritos Cauê, que consiste da adaptação da usina para processamento de itabiritos de baixo teor das Minas do Meio, localizada no Sistema Sudeste, Minas Gerais. O investimento esperado é de US$ 1,504 bilhão para uma capacidade nominal de 24 Mtpa.

O projeto não adicionará capacidade líquida às nossas operações, dado que irá substituir capacidade perdida devido ao empobrecimento das reservas no Quadrilátero de Ferro. A planta adaptada permitirá a concentração de minérios de baixo teor para alto teor, o que melhorará a qualidade do minério de ferro produzido. Salobo, o nosso segundo projeto de cobre greenfield com capacidade estimada de 100.000 tpa de concentrado de cobre, iniciou o ramp-up com duas linhas de produção operando desde junho.

Gestão do portfólio de ativos -”A estratégia da Vale de crescimento e criação de valor sustentável engloba múltipla opções, sendo a gestão ativa de portfólio ação importante para otimizar a alocação de capital e concentração dos esforços da administração. O foco está em alienar ativos não estratégicos e de baixo desempenho, dos quais acreditamos não ser melhor dono.

No 2T12, concluímos a venda dos ativos de caulim, com a venda da participação de 61,5% na CADAM. Além disso, vendemos os ativos de carvão térmico na Colômbia por US$ 407 milhões e assinamos este mês um acordo de venda das operações francesas e norueguesas de ferro ligas de manganês por US$ 160 milhões, sujeito ao cumprimento de determinadas condições precedentes. Para continuar otimizando a estrutura societária e ampliar a exposição ao mercado global de minério de ferro, a Vale adquiriu uma participação adicional de 10,5% na EBM, uma empresa fechada cujo único ativo é 51% da MBR, proprietária do Sistema Sul, por US$ 437 milhões. Como resultado da aquisição, a Vale aumentará sua participação na EBM para 96,7% e na MBR para 98,3%”, destaca o comunicado.

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