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26/07/2012 - 11:27

Pesquisa revela: em um ano, dobra o percentual de brasileiros testados contra hepatite C e conhecimento sobre a doença aumenta

Baixar todos os gráficosMesmo assim, especialistas continuam preocupados com as pessoas acima de 40 anos, que compõem o principal grupo de risco (mais de 50% dos casos confirmados na última década).

Ampliar o alcance do levantamento feito em 2011 e descobrir qual o grau de evolução do conhecimento da população brasileira sobre hepatite C, suas formas de transmissão e tratamento. Esse foi o principal objetivo da pesquisa inédita da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), realizada pelo Instituto Datafolha, com o apoio da MSD.

Entre a população brasileira maior de 16 anos e residente nas regiões metropolitanas do país (42 municípios, incluindo as 11 capitais pesquisadas em 2011), 32% dos entrevistados afirmaram já ter realizado exame para detectar a hepatite C, percentual que é o dobro do registrado em 2011 (16%). Ao serem questionados sobre o conhecimento a respeito da doença, mesmo que de ouvir falar, 75% dos entrevistados responderam positivamente, um crescimento de 5 pontos percentuais, em relação a 2011 (70%).

Mais da metade dos entrevistados residentes nas regiões metropolitanas (55%) estão na faixa etária dos 35 aos 60 anos. De acordo com a pesquisa, o índice de conhecimento sobre a doença declina com a idade, sobretudo entre os mais velhos, a partir de 60 anos. Esse é um fator preocupante, segundo os especialistas, já que a parcela da população conhecida por “baby boomers” (nascidos entre 1945 e 1965) é hoje a maior vítima das complicações da hepatite C crônica como cirroses, transplantes e cânceres hepáticos.

A gravidade do problema é ressaltada pelos dados do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais divulgado, em 2011, pela Secretaria de Vigilância em Saúde – Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Segundo esse estudo, 54,4% dos casos de hepatite C confirmados no país, entre 1999 e 2010, encontram-se na faixa etária de 40 a 59 anos, sendo que a forma clínica predominante nesses casos é a crônica (98,3%).

Mesmo tendo causado quase 15 mil mortes na última década, sendo 81,7% delas nas regiões Sul e Sudeste do país (dados do inquérito do Ministério da Saúde), o Datafolha apurou que apenas 5% dos moradores dessas regiões citam espontaneamente a hepatite C entre as doenças de maior gravidade. Nas regiões metropolitanas do país, o índice é de 6%.

“Esses números são preocupantes, se levarmos em consideração que, ao fazermos uma análise mais profunda dos dados, percebemos que as pessoas ainda não se deram conta que, quando não tratada, a hepatite C pode matar. Por isso, precisamos cada vez mais alertar a população sobre a real necessidade de se fazer o teste de detecção, mesmo que nunca tenha tido qualquer sintoma da doença”, destaca Henrique Sérgio Coelho, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Percebe-se que houve redução na concordância entre os entrevistados de que “os médicos não orientam sobre hepatite C” (de 74% para 68%), fator que pode estar relacionado às campanhas de informação sobre a doença, que atingiram tanto a população quanto a classe médica. E nota-se um pequeno crescimento no conhecimento da população sobre as formas de contágio da hepatite C (de 49% para 54%), sendo a transfusão de sangue (22%) e as relações sexuais (20%) as vias de contaminação mais conhecidas entre os brasileiros residentes nas regiões metropolitanas.

Um dado novo e não computado em 2011, é a relação HCV-HIV. Estima-se que no Brasil de 30% a 40% dos portadores de HIV estejam coinfectados com o vírus da hepatite C, que é seis vezes mais contagioso e mata quatro vezes mais do que o HIV.

A pesquisa mostra que a percepção de que a hepatite C é altamente contagiosa continua predominante. No entanto, na comparação com a Aids, apenas 33% dos entrevistados acham que a hepatite C é mais letal .

A pesquisa SBH/Datafolha foi realizada por meio de abordagem pessoal e aplicação de questionários, respondidos por 2.017 pessoas, entre 10 e 16 de abril de 2012. O público pesquisado abrangeu homens e mulheres, com 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas, em 132 cidades brasileiras das regiões metropolitana (42 municípios, incluindo os 11 pesquisados em 2011) e interiorana (90 municípios) do país. A margem de erro para o total da amostra, considerada pelo Datafolha, é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e um índice de confiança de 95% (igual ao utilizado no Inquérito sobre Hepatites Virais do MS) .

SUS incorpora boceprevir e telaprevir ao tratamento da hepatite C -Porém, pesquisa SBH/Datafolha revela que brasileiro ainda não despertou para o risco da doença que até 2025, pode provocar uma epidemia de cirrose e câncer hepático.

Já considerada uma epidemia mundial, a Hepatite C é seis vezes mais contagiosa e mata quatro vezes mais do que a AIDS.

O Ministério da Saúde anunciou no dia 25 de julho (quarta-feira), a incorporação de dois novos medicamentos ao tratamento da doença que atinge cerca de 2 milhões de brasileiros. Os inibidores de protease boceprevir e telaprevir devem ser utilizados em terapia tripla (com a ribavirina e o interferon) para tratar portadores do genótipo 1 da Hepatite C, que estejam com grau avançado de cirrose e fibrose hepáticas.

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