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27/07/2012 - 08:39

Atividade da construção cai pelo segundo mês consecutivo

Pesquisa da CNI aponta ainda que o setor registrou queda no emprego e na utilização da capacidade de operação em junho .

Brasília – A desaceleração da economia afetou a indústria da construção, cujo nível de atividade caiu em junho, pelo segundo mês consecutivo, registrando 47,7 pontos sobre maio, informou a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quinta-feira, 26 de julho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação ao nível de atividade que costuma ocorrer nos meses de junho, o indicador foi de 45,3 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em dezembro de 2009. Os índices variam de 0 a 100. Valores superiores a 50 indicam atividade aquecida, e abaixo, atividade desaquecida. A Sondagem da Indústria da Construção foi realizada entre os dias 2 e 13 últimos com 426 empresas, das quais 138 de pequeno porte, 186 médias e 102 grandes.

O desempenho negativo da indústria da construção em junho atingiu todos os setores – Construção de edifícios, Obras de infraestrutura e Serviços especializados, como assentamento de azulejos, por exemplo – e todos os portes de empresa – pequenas, médias e grandes. A pior performance no indicador do nível de atividade efetivo em relação ao usual, com 44,6 pontos em junho, foi do setor Serviços especializados. O setor Construção de edifícios registrou 45 pontos, contra 47,5 pontos em maio, enquanto para Obras de infraestrutura este índice atingiu 47,2 pontos, um pouco melhor do que no mês anterior, quando fora de 46,1 pontos, mas aquém da linha dos 50 pontos.

A pesquisa detectou queda também no número de empregados, cujo indicador situou-se em 47,8 pontos em relação a maio – abaixo, portanto, da linha divisória dos 50 pontos. A redução no emprego, que este ano só fora registrada em janeiro, foi mais intensa nas médias empresas, com 47 pontos, contra 48 pontos nas grandes e 48,4 pontos nas de pequeno porte.

Realizada em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Sondagem Indústria da Construção apontou queda, igualmente, na Utilização da Capacidade de Operação da Indústria da Construção (UCO), pelo segundo mês consecutivo. A UCO, variável que mede o percentual utilizado no mês do volume de recursos, mão de obra e maquinário e começou a ser calculada em janeiro, foi de 69% em junho, quando em maio atingira 71%.

Insatisfação - O economista da CNI Danilo Garcia assinala que, embora o setor da construção não seja afetado diretamente pela crise econômica internacional, por se restringir praticamente só ao mercado interno, foi atingido pelo desdobramento da crise nos demais setores da economia doméstica.

“Pela sua importância no estímulo à economia, na geração de emprego e renda e pela sua expressiva participação nos investimentos do país, é fundamental que a indústria da construção seja observada com atenção”, sugere a CNI na análise econômica da pesquisa. Garcia não vê perspectivas da atividade da indústria da construção recuperar o fôlego neste segundo semestre. “Não há sinais de recuperação até o final do ano”, sentencia.

Pela primeira vez desde que a Sondagem Indústria da Construção foi iniciada, em dezembro de 2009, a situação financeira da empresa não foi bem avaliada, atingindo 48,8 pontos no segundo trimestre. Os empresários consultados pela pesquisa se declararam insatisfeitos também com a margem de lucro operacional no segundo trimestre, com o indicador atingindo 44,8 pontos. O acesso ao crédito continuou avaliado como difícil, com 46,7 pontos. Valores abaixo de 50 indicam insatisfação com o lucro, situação financeira e acesso ao crédito difícil.

Os efeitos do desaquecimento da economia na indústria da construção fizeram com que, entre os principais problemas listados pelas empresas do segmento nas pesquisas trimestrais, a questão da falta de demanda tenha crescido em relação ao primeiro trimestre, apontada por 23% das pequenas, 26,6% das médias e 21,6% das grandes empresas.

O economista Danilo Garcia destaca que o aumento da preocupação dos empresários com a falta de demanda se justifica não só porque a desaceleração da economia tornou os consumidores mais precavidos na compra de imóveis, como também pelo fato de os desembolsos com investimentos do governo em infraestrutura ainda estarem reduzidos no ano.

Menos otimistas - A falta de trabalhador qualificado e o alto custo da mão de obra permaneceram listados como o segundo e o terceiro maiores problemas – a elevada carga tributária ocupa a primeira posição entre pequenas e médias empresas –, mas assinalaram queda. Nas pequenas empresas, a falta de trabalhador qualificado deixou de ser o problema mais assinalado, caindo de 52,8% no primeiro trimestre para 42,6% das empresas desse porte no segundo.

“O percentual de assinalações do item falta de trabalhador qualificado, que é um problema típico de períodos de mais aquecimento da atividade, mostrou queda nos três setores. Em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o item foi assinalado por 22,2% menos empresas de Obras de infraestrutura, 14,9% abaixo de Construção de edifícios e 9,8% de Serviços especializados”, reforça a análise econômica da pesquisa.

Embora ainda otimistas, as expectativas dos empresários da construção para os próximos seis meses caíram em julho, quando foi realizado o levantamento, em comparação a junho. Tanto sobre o nível de atividade (57,9 pontos contra 58,9 pontos em junho), novos empreendimentos e serviços (56,5 pontos, quando em junho foram 58,8 pontos), compras de insumos e matérias-primas (57,5 pontos contra 58,3 pontos) e evolução do número de empregados (56,3 pontos em julho contra 57,3 pontos no mês anterior).

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