Suspiro nas vendas para o exterior

No acumulado das exportações brasileiras até junho, Rio Grande do Sul é o único estado que apresenta participação percentual positiva.

Embora com queda de 0,6% no registro de junho das vendas ao exterior, quando comparadas ao mesmo mês de 2011, o Rio Grande do Sul apresentou alta de 7,9 pontos percentuais no ranking nacional. Os índices estão no relatório de exportação divulgado pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (MOVERGS), em conjunto com o Centro Gestor de Inovação (CGI Moveleiro) e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

De acordo com o presidente da MOVERGS, Ivo Cansan, o que contribuiu para a recuperação das exportações gaúchas foi o grande empenho dos empresários. “Houve uma busca constante por novos caminhos e novos mercados para tentar diminuir os impactos das perdas nos países que foram alvo das exportações gaúchas até o final de 2011”, pontua. “Através deste comprovado empenho, apareceram novas oportunidades e o setor moveleiro gaúcho conseguiu fazer as suas exportações crescerem mesmo com as grandes dificuldades do mercado – pelo fato de estarmos vivendo um momento de crise econômica mundial”, ressalta Cansan.

Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia apresentam índices negativos para as exportações brasileiras de móveis no acumulado do primeiro semestre em comparação com os dados do ano passado. Neste período, o Rio Grande do Sul exportou pouco mais de US$ 90 milhões em móveis, permanecendo como o segundo estado que mais exporta, atrás apenas de Santa Catarina, que tem, em São Bento do Sul, um polo moveleiro genuinamente voltado à exportação.

Enquanto nestes primeiros seis meses do ano o Brasil apresentou queda de também 7,9 pontos percentuais nas exportações de móveis, o Estado gaúcho registrou índice de apenas -0,6% nas vendas para outros países. Uruguai é o país que lidera a lista dos destinos para os quais o Rio Grande do Sul mais exporta mobiliário, seguido de Reino Unido e Chile.

Expectativas -O setor moveleiro gaúcho sinaliza, a partir deste segundo semestre, um amplo trabalho para reconquistar o espaço perdido ao longo dos últimos três anos, no que diz respeito às exportações, segundo Cansan. “Quando as indústrias de móveis perceberam que o câmbio seria favorável para as exportações, passaram a manter o foco na retomada de mercado para reconquistar a notoriedade das indústrias do segmento”, expõe. “E conseguimos”, comemora o presidente da MOVERGS.

Apesar das dificuldades e das disputas – que poderiam apresentar-se danosas, segundo Cansan – é possível afirmar que o setor foi recompensado pelo esforço, afinal, as estatísticas até contrariaram as expectativas. “Retomar espaço no mercado externo é muito difícil, mas, com o passar dos dias percebeu-se que era possível acreditar num resultado favorável ao segmento”, reflete. “O resultado veio depois de muito sacrifício e atingimos a meta de igualar os índices aos de 2011”, traduz. “Agora, vamos continuar na busca pelo crescimento”, antevê.

Diante do cenário de mercado e da economia brasileira no momento, especialmente após a aprovação da Medida Provisória 563/2012 do Plano Brasil Maior – que cria incentivos fiscais, concede isenção tributária a produtos, estabelece regimes fiscais diferenciados e desonera a folha de pagamentos de alguns setores – os exportadores terão, conforme Ivo Cansan, maior oportunidade para competir com fabricantes internacionais. “Mesmo sabendo que as indústrias de móveis gaúchas estão longe da igualdade fiscal e tributária em relação às indústrias de outros países, esperamos crescer em relação a 2011”, afirma. “Por menor que seja este crescimento, será uma grande conquista chegar ao final de 2013 com números positivos”, conclui.