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A família e o rendimento escolar

Cresce o debate sobre a qualidade da educação no Brasil. As altas taxas de repetência e evasão escolar colocam o país em 72º lugar no ranking da Unesco, entre os 125 pesquisados. Além da qualidade do ensino e das condições sócio-econômicas das crianças, é preciso levar em conta a importância da estrutura familiar para o bom rendimento na escola. E isso vale para crianças de famílias pobres e ricas, de escolas públicas ou privadas.

Tanto em consultórios particulares como na clínica de psicopedagogia para crianças carentes, notamos o mesmo problema: pais alcoólatras, presos ou simplesmente ausentes demais da rotina dos filhos – indícios de famílias desestruturadas – levam a crianças infelizes na escola, desatentas às aulas e com baixo rendimento nos estudos. Não porque sejam menos inteligentes, incapazes ou pouco estimuladas, mas porque sua atenção não está focada na escola, e sim no problema familiar.

O curioso é que, diante do mau rendimento nos estudos, a família passa a dar mais importância à questão educacional do que ao próprio dilema que a criança está enfrentando. Em vez de conseqüência do problema, o desempenho na escola passa a ser visto, injustamente, como a causa das brigas em família, gerando um círculo vicioso.

Alguns pais apelam, também, para as atividades extracurriculares ou às aulas de reforço para “recuperar” as crianças, muitas vezes sem sucesso. Afinal, se ela não aprendeu o conteúdo escolar, não haverá o que reforçar.

Como solucionar o problema? Primeiro, não apontar culpados. Crises familiares não acontecem por vontade deliberada de ninguém e os pais certamente não desejam que seus filhos estejam enfrentando dificuldades na escola. Portanto, em vez de perder tempo apontando culpados, é importante tentar entender o problema enfrentado. O diálogo ainda é, sem dúvida, o caminho mais eficiente. A conversa ajudará pais e filhos a encontrar soluções e fará com que a criança se sinta acolhida.

É importante também que, ao se sentirem desamparados, os pais não tenham vergonha de buscar ajuda profissional para eles e para as crianças. Na clínica de psicopedagogia, ao identificar problemas na aprendizagem, trabalhamos não o conteúdo escolar, mas o inconsciente infantil, com contos, histórias, artesanato e brincadeiras. A idéia é fortalecê-los internamente para que saibam lidar com os dilemas familiares.

É bom ressaltar: nada disso quer dizer que pais separados, solteiros, viúvos ou que trabalham demais, por exemplo, não possam ter filhos centrados e felizes no ambiente escolar. Basta que a situação esteja bem resolvida dentro da família e que a criança esteja à vontade para centralizar suas energias nos estudos.

. Márcia Siqueira de Andrade, coordenadora dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicopedagogia do Centro Universitário FIEO (Unifieo)

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