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31/07/2012 - 11:24

Sobre escola e jornais

Muito se discute, há tempos, sobre maneiras de transformar o trabalho escolar em práticas que tenham realmente algum significado frente às inúmeras oportunidades que a vida oferece. Todos já ouvimos e participamos de discussões acaloradas cujo tema tenha sido uma escola anacrônica, que não responde às necessidades de formação do aluno do século XXI e que, portanto, não lhes desperta interesse.

O que fazer, então, para tentar alterar esse quadro desolador? Frente às incontáveis fontes de informação, em especial as eletrônicas, tão festejadas como a cereja do bolo nas últimas duas décadas, esquece-se de um dos materiais mais importantes na história da Humanidade: o jornal. Sim, parece retrógrado, se comparado à gama de escolhas que a internet pode disponibilizar. Só para quem não se lembra de que a base de toda a produção do meio eletrônico reside conceitualmente no que o jornal faz há praticamente 2.000 anos: a comunicação mais legítima, o just-in-time, o uso da língua em sua forma mais visceral.

Barato, de fácil acesso e extremamente variado, o que permite seu uso nas diferentes áreas do currículo escolar, o jornal é uma ferramenta ideológica de inigualável valor quando se pensa em formação educacional. Por sua vez, diferentemente do que se nos oferece nos livros didáticos – a linguagem pasteurizada do discurso pedagógico –, no jornal se encontram as práticas de linguagem mais genuínas, aquelas que efetivamente atualizam a elaboração dos falantes sobre o sistema e as normas diversas do idioma. É o jornal que assenta o que hoje se denomina norma-padrão, e não mais norma culta de emprego da língua. Não menos importante é o campo frutuoso para cunhar expressões, fazer valer a criatividade dos indivíduos sobre as imensuráveis alternativas de que dispõem ao tomarem para si o idioma materno.

Quando se fala em trabalhar com o jornal em sala de aula, pensa-se em apresentar aos alunos, na mais tenra faixa etária, o veículo que compartilhamos para nos tornar cidadãos. É inserir os novos sujeitos, ainda que tenham dois, três anos de idade, nas mais diversas formas de manifestação cidadã. É contrapor ao discurso cristalizado dos livros didáticos a originalidade do fazer linguístico. É estender os princípios científicos para a vida real. É a busca incessante do Homem por entender qual o seu papel no mundo. Sem nenhuma sombra de dúvidas, é trazer para o ambiente clássico, mas já desgastado, uma peça que concede diariamente atualizações ímpares.

Por tudo isso, programar cursos em que o jornal seja a peça-chave para o trabalho didático-pedagógico é imperioso, e como tal não pode mais esperar, se o objetivo é alcançarmos uma escola que realmente faz.

.Por: Denise Masson*, professora de Português do Ensino Médio do Colégio Santo Américo.

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