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01/08/2012 - 10:26

Segurança patrimonial: uma questão pública e privada

Notícias sobre os recentes assaltos a condomínios, bares e restaurantes geram intensa polêmica na sociedade. Afinal, a quem de fato cabe a responsabilidade de garantir a segurança destes estabelecimentos? Sabe-se que, atualmente, a violência lidera o ranking dos problemas sociais e, por isso, os esforços da segurança pública não podem atender aos interesses pessoais ou particulares.

Essa é a mais uma demonstração de que o Brasil carece de ação mais enérgica e integrada para enfrentar a onda de violência que assola as regiões do país, principalmente, envolvendo homicídios de crianças e adolescentes. O Mapa da Violência 2012 revela que de 1981 a 2010, mais de 176 mil crianças e adolescentes foram assassinados. A taxa passou de 3,1, na década de 80, para 13,8, em 2010, de cada 100 mil. Muitos são os fatores que contribuem para esta realidade que, inclusive, extrapolam as fronteiras da segurança pública, e que continuam sob a égide do poder público. Desigualdade social, epidemia de drogas e facilidade de acesso a armas de fogo geram o cenário favorável.

Se o crime contra pessoas vem aumentando nos últimos anos, contra o patrimônio cresce incontrolavelmente. O ano de 2012 começou batendo recordes em números de roubos ao patrimônio, no Estado de São Paulo. O primeiro semestre teve cerca de 4% mais casos que o mesmo período de 2011. No ano passado, ao todo foram 1.155.578 ocorrências, 6% a mais que em 2010. Diante deste cenário, é difícil estabelecer quais devem ser as prioridades da segurança pública.

Sobra ao cidadão, contudo, uma opção para se prevenir contra as ocorrências: investir em recursos de segurança. Foi a partir desta necessidade, inclusive, que a atividade de segurança privada surgiu no Brasil, na década de 60. Na época, a preocupação era diminuir os assaltos a bancos, principais alvos do momento, que tiveram de recorrer aos serviços de empresas de segurança para diminuir os casos. Atualmente, as instituições financeiras são obrigadas a montar um plano de segurança, podendo ser multadas em caso de descumprimento.

Não que deva se obrigar condomínios, bares e restaurantes a empregar quadros da segurança privada, mas o caso dos bancos deveria servir de exemplo de como a prevenção gera resultado. Nos EUA, a cultura preventiva já é bastante difundida, ao contrário do Brasil. Lá a segurança privada é vista como grande parceira da segurança pública, pois desempenha atividades que a polícia não tem vocação ou recursos para realizar. Aqui, esta parceria ainda não é totalmente compreendida, mas é uma realidade que tende a se expandir mundialmente.

Por isso, é importante compreender que também é papel das instituições privadas garantir um ambiente seguro aos seus clientes. Condomínios têm de estudar seu espaço físico para descobrir seus pontos vulneráveis e tomar medidas preventivas adequadas, devendo, ainda, contratar profissionais qualificados e com boas referências. O mesmo vale para bares, restaurantes, órgãos públicos e demais instituições privadas. Não se trata de privar o poder público de suas responsabilidades sobre a segurança dos cidadãos. Porém, já não se pode negar que a proteção pessoal e patrimonial são razões para fazer valer o investimento. Aqueles que não querem fazer parte das estatísticas precisam, definitivamente, refletir sobre o real valor da prevenção.

.Por: José Adir Loiola, presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo - Sesvesp

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