Reviravolta no FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) já foi um poderoso aliado para o nosso país. Quando o Brasil passou por difíceis situações econômicas, lá estava ele pronto para ajudar, prestando milhões de dólares para socorrer a nossa moeda extremamente desvalorizada na época.

Diante disso, o FMI era visto mais como um socorro financeiro para países pobres do que para os países ricos. As nações desenvolvidas só procuravam a autoridade monetária para aplicar contribuição financeira, enquanto os países subdesenvolvidos o procuravam para suplicar pela ajuda econômica.

Hoje, o cenário é completamente outro. A situação mudou tanto que chega até mesmo a assustar. Países que naquela época eram pobres, hoje se tornaram emergentes e verdadeiros “motores” para a economia mundial. Já os países ricos, se desesperam e clamam pela ajuda de várias autoridades monetárias, inclusive do próprio FMI. E para piorar, o fundo também chegou a pedir ajuda monetária para abastecer as suas reservas, que estava chegando ao limite.

Observamos uma cena inimaginável: agora são os países emergentes que contribuem para as reservas do fundo. Diante deste cenário, é oportuno perguntar: qual a verdadeira moral do FMI para criticar ou alertar sobre a situação econômica brasileira?

Por outro lado, em agosto do ano passado, ocorreu um fato curioso. O Banco Central decidiu reduzir as taxas de juros. Naquela época todos nós sabíamos que a inflação já estava praticamente alcançando o limite do teto estipulado pelo próprio Governo, de 6,5%. A decisão foi criticada pelos analistas econômicos e até mesmo pela imprensa, mas elogiada pelo FMI. Só depois, todos nós percebemos que foi realmente uma decisão sensata do Banco Central e que o fundo já tinha percebido isso. Diante dessa perspectiva, fica a questão: afinal, devemos ou não devemos confiar no FMI?

.Por: Izilda Maria,Gerente Regional da Rede de Supermercados Comper do Centro-Oeste