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09/10/2007 - 10:38

Internet e educação

É inegável a revolução que a internet proporciona para a educação, em especial para os mais jovens. Pesquisas e mais pesquisas a este respeito demonstram que o mundo virtual cada vez mais se sobrepõe às técnicas de ensino mais tradicionais. Se hoje parece improvável desvincular uma e outra coisa, é válida a tarefa de questionar os aspectos positivos e negativos da internet para a formação intelectual e profissional de nossos jovens.

Comecemos pelo lado bom, aquele relacionado à facilidade que a internet proporciona quando se trata de fazer pesquisas, buscar informações e alcançar fontes de consulta que eram inacessíveis há pouco mais de 10 anos. O jovem de hoje tem um mundo inteiro ao alcance, e isso amplia o seu repertório e mesmo a capacidade de entender o mundo em que vive.

Esta quebra de barreiras é tida por educadores como uma grande vitória, à medida que permite avançar além do que é aprendido nos bancos escolares. Mais do que um complemento à grade curricular, a rede mundial de computadores oferece um campo aberto para novos conhecimentos e experiências.

A própria dinâmica entre alunos e professores é outra, tornando possível compartilhar todo o aprendizado por meios virtuais, seja por e-mail ou por sites que armazenam o conteúdo transmitido em sala de aula. A interatividade, como se vê, pode ser facilitadora do aprendizado.

Mas há quem conteste as vantagens apontadas acima, em especial por uma suposta superficialidade comumente associada à internet. Esta corrente de pensamento ganhou um argumento de peso com a divulgação, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que traça um perfil cultural das cidades brasileiras.

Dos índices todos, salta aos olhos a seguinte informação: enquanto o número de municípios com acesso à internet cresceu 178% nos últimos sete anos, houve uma expressiva queda, de 15,5%, no número de cidades com livrarias.

O que se pode depreender de tudo isso é que o maior acesso à internet não se traduz necessariamente em maior acesso à cultura. Muito disso se deve às múltiplas possibilidades oferecidas pela web, incluindo comunidades virtuais, meios de comunicação instantânea e sites que trazem conteúdo pouco instigante para a formação intelectual. Ou seja, ficar mais tempo diante do computador nem sempre é produtivo para a educação tida como formal.

Da pesquisa do IBGE, é possível absorver ainda outro dado preocupante, o de que apenas 4,2% das cidades brasileiras têm uma secretaria municipal exclusiva para a área de cultura. De certa forma, isso se reflete diretamente na pouca capacitação profissional de nossos jovens, contribuindo para um cenário em que coexistem altos índices de desemprego e falta de mão-de-obra qualificada em setores específicos.

Entre prós e contras, o que se espera é que a internet seja cada vez mais um instrumento a serviço da educação e da qualificação para o mercado de trabalho. Mais do que apenas facilitar o acesso, é preciso criar condições para que o jovem saiba como tirar o melhor proveito deste novo mundo que é cada vez mais hegemônico na educação do brasileiro.

.Por: Wilson Roberto Giustino é presidente do Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos) | E-mail: [email protected] | Site: www.cebrac.com.br

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