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07/08/2012 - 08:36

Pesquisa Fiesp mostra cenário ruim para o 2º semestre de 2012

Empresários estão mais pessimistas com retomada. Intenção de contratar funcionários é a menor em seis anos.

A indústria paulista não vislumbra um cenário tranquilo para o segundo semestre de 2012. Pelo contrário. De acordo com a pesquisa “Rumos da Indústria Paulista”, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apenas 39% dos empresários paulistas acreditam em um bom segundo semestre, o menor índice desde 2005. Para o projeto realizado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp (DEPECON), foram entrevistados 482 empresários do Estado de São Paulo, entre 04 e 27 de julho de 2012. A pesquisa compara os resultados deste ano com o mesmo período de 2011, quando os números já não eram tão animadores.

Na avaliação do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o novo levantamento confirma a crítica que a entidade sempre fez a respeito da capacidade de crescimento e produção da indústria brasileira perante o mundo. “O resultado dessa pesquisa é mais uma prova de que estávamos certos desde quando começamos a falar que o Brasil estava com problemas de competitividade. Esse quadro mostra claramente que os juros ainda altos; o câmbio valorizado; o elevado custo do gás, da energia elétrica e outros insumos; a carga tributária; o peso da burocracia; os incentivos às importações, além da infraestrutura deficitária em todo o país destroem a competitividade brasileira. Se a indústria mais competitiva do mundo vier para o nosso país concorrer em condições de igualdade com a Indústria brasileira, certamente essa empresa perderá toda a sua competitividade, justamente em função da atual conjuntura econômica. Enquanto essa situação não for enfrentada com a coragem necessária, com reformas amplas e profundas promovidas pelo governo, essa realidade não vai se alterar”.

O estudo abrangeu todos os portes de empresa. Foram procuradas 259 empresas pequenas, 179 médias e 44 grandes. Nos três portes, o percentual de pior desempenho foi maior que o de melhor desempenho, sendo as de pequeno porte as que mais indicaram pior desempenho (63% de pior para as pequenas e 41% para as grandes). Na comparação temporal do 1º semestre de cada ano comparado com o mesmo semestre do ano anterior observamos que, desde 2009, o percentual de pior desempenho não superou o de melhor desempenho.

Importação e exportação -Quanto ao volume de produção esperado para o 2º semestre de 2012 em relação a igual período de 2011, os números estão mais próximos. No total, 30% das empresas acreditam que haverá queda, contra 29% que projetam aumento. Sobre as vendas no mercado interno, a situação é semelhante: 30% acreditam que terão queda e 29% que terão aumento. A respeito das exportações, 24% das empresas preveem queda, contra 22% que acreditam em aumento.

Os números negativos afetam diretamente as expectativas de contratação. Para o resto de 2012, apenas 24% das empresas ainda têm intenção de realizar contratações. Em 2011, esse percentual era de 32% e agora atingiu o nível mais baixo desde 2006.

Impacto dos custos -Outro ponto apontado por ampla maioria foi o aumento dos custos em relação ao faturamento. Para 86% dos empresários, a indústria gastou mais do que faturou, sendo que os gastos com pessoal lideram a lista de itens com maior peso. Segundo 87% dos entrevistados, reduções drásticas na carga tributária sobre os produtos, no custo da energia e na taxa de juros seriam medidas essenciais para conseguir alavancar o esperado crescimento. A queda no preço da energia é outra bandeira defendida pela Fiesp, sendo constantemente lembrada pelo presidente Paulo Skaf. “O preço da energia é muito caro no Brasil e está diretamente interligado com o desenvolvimento e a logística. Tudo é competitividade”.

Em suma, pesquisa mostra que quase todas as empresas paulistas têm sofrido com os altos custos e seus impactos no pessoal e na produção nos últimos cinco anos. Apenas com uma significativa redução da carga tributária sobre os produtos e a desoneração da folha, o setor poderia recuperar sua margem de lucro e aumentar a produção e os investimentos.

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