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10/10/2007 - 08:14

Sistema Firjan inaugura Escritório de Carbono

Na solenidade, governo anuncia liberação de licença ambiental para o Comperj.

A aprovação da licença ambiental para o início das obras do Arco Metropolitano, obra de grande importância para a construção do Complexo Petroquímico de Itaboraí, e a entrega do relatório de impacto ambiental deste empreendimento pela Petrobras ao governo do estado do Rio de Janeiro marcaram a inauguração do Escritório de Carbono do Sistema Firjan,no dia 9 de outubro, que contou com a presença do governador Sérgio Cabral.

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema Firjan, comemorou a liberação da licença ambiental para a construção do Arco Metropolitano, obra que defende há 12 anos. “É quase um milagre o que está acontecendo. Outro milagre é o entrosamento entre o Sistema Firjan e o governo do estado. Na área ambiental, é notória a preocupação do governo com o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, em alinhamento com as propostas formuladas pelo empresariado fluminense”, disse Gouvêa Vieira.

Uma das metas do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, trabalho desenvolvido por mais de mil pessoas, entre empresários, acadêmicos, estudiosos e especialistas, lançado há um ano, era a reestruturação da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema).

A proposta se tornou realidade, com investimentos da ordem de R$ 28 milhões, numa ação coordenada pelo Sistema Firjan com grupos empresariais fluminenses associados ao Centro das Indústrias do Rio de Janeiro (Cirj), principalmente a Petrobras. “Reforma dos seis andares da Fundação, informatização de seus serviços e treinamento de pessoas especializadas são fundamentais para transparência e agilidade no andamento dos processos de licença ambiental”, destacou o presidente do Sistema Firjan. Na reta final, encontra-se o projeto de criação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a partir da unificação das fundações Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Feema.

Entusiasmado com os avanços já alcançados, Cabral anunciou apoio à proposta da COPPE/UFRJ para criação do Instituto do Clima no Rio de Janeiro.

Escritório de Carbono - O Escritório de Carbono do Sistema Firjan vai atender a empresas, sindicatos, investidores e prefeituras, entre outros interessados em adotar ações para enfrentar as mudanças climáticas. É uma central virtual de informações, que já começou a funcionar, com banco de dados de especialistas e instituições capacitadas para responder às dúvidas apresentadas e encaminhar projetos para a obtenção de créditos de carbono. As consultas podem ser enviadas para o e-mail [email protected] , ou feitas pelo telefone (21) 2563-4140, ou ainda pessoalmente à gerência de meio ambiente do Sistema Firjan. A partir da próxima semana, os serviços poderão ser acessados pela internet, no endereço www.firjan.org.br A iniciativa do Sistema Firjan dará apoio à Secretaria estadual do Ambiente em suas atividades relativas à preservação ambiental.

Participaram da solenidade, também, os secretários Carlos Minc, do Ambiente, e Júlio Bueno, do Desenvolvimento Econômico e o diretor superintendente do Sebrae-RJ, Sérgio Malta. Depois do lançamento e apresentação do Escritório de Carbono foi realizada a reunião do Fórum de Mudanças Climáticas da Secretaria estadual do Ambiente.

O Escritório de Carbono do Sistema Firjan fará levantamentos, organização e divulgação de informações sobre o tema, além de orientar a elaboração de projetos de neutralização de carbono e utilização do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), instrumento previsto no Protocolo de Kyoto, que permite a redução das emissões de gás de efeito estufa de maneira economicamente viável.

O Protocolo de Kyoto determina que os paises industrializados e responsáveis por 80% da poluição mundial diminuam suas emissões de gases formadores do efeito estufa, como o monóxido de carbono, enxofre e metano, em 5,2%, base 1990, entre os anos de 2008 e 2012. Cumprir a meta poderia significar redução da atividade econômica e, conseqüentemente, aumento do desemprego para esses países. Para superar essa dificuldade, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou para aqueles que não cumprirem a meta, internamente, a participação em empreendimentos em países em desenvolvimento que diminuem ou evitam a emissão desses gases poluentes. Em outras palavras, é uma alternativa para compensar a poluição produzida domesticamente com redução de poluição nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos.

Pelas regras do MDL, países desenvolvidos com metas de redução das emissões de gás de efeito estufa podem investir em projetos que diminuam as emissões em qualquer outro país, e contabilizar as emissões não realizadas em sua cota. As oportunidades de negócios existem em diversas áreas industriais, entre elas siderurgia, alumínio, alimentos, papel e celulose, energia, química e petroquímica.

As empresas poluidoras compram em bolsa de mercadorias, ou diretamente das empresas empreendedoras, as toneladas de carbono seqüestradas ou não-emitidas através de um bônus chamado Certificado de Redução de Emissões. O comprador adquire apenas o potencial de absorção do dióxido de carbono e de outros gases gerados pela atividade.

Gouvêa Vieira lembrou que o mais recente levantamento da ONU mostra que o número de projetos de MDL em todo o planeta soma 2.393, sendo que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial, com 235 projetos, superado apenas pela China e Índia, com 737 e 727 projetos, respectivamente. Logo abaixo do Brasil, está o México, com apenas 174 projetos. Mais importante do que o número de projetos é a capacidade de um país gerar créditos de carbono. Ou seja, do volume de créditos de carbono que podem ser gerados até 2012, de um bilhão de toneladas equivalentes de CO² (dióxido de carbono), o Brasil aparece em segundo lugar, com 150 milhões de toneladas, abaixo apenas da Índia, com 350 milhões de toneladas, e bem à frente da Coréia do Sul e do México, com 100 mil e 60 mil toneladas.

“São números que evidenciam o potencial competitivo brasileiro no mercado primário de carbono”, ressaltou o presidente do Sistema Firjan. O mercado primário de carbono já conta com o mercado secundário para negociação internacional de títulos, concentrada em Londres. Além disso, existe a indústria crescente dos fundos de investimento desse segmento.

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