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10/08/2012 - 08:53

Um silêncio nada inocente

Espaço Cultural Banco Central apresenta a exposição “O Resto todo é Silêncio”.

Paz, angústia, tranquilidade, medo, reflexão. Para muitas pessoas, o silêncio pode ser sinônimo de sentimentos e sensações vividas. Para o fotógrafo Franco Bubani, o silêncio, um dos grandes temas da arte, está em tudo e pode ter diferentes formas e significados.

‘O que você diz em silêncio?’ É com essa pergunta que o artista e fotógrafo fine art abre a exposição “O Resto todo é Silêncio”, no dia 08 de agosto (quarta-feira), no Espaço Cultural do Banco Central,Avenida Álvares Cabral, 1605, em Belo Horizonte (MG). A mostra tem entrada franca e poderá ser visitada pelo público até 31 de agosto.

A exposição é composta por 20 fotografias da série “Silêncio”, que, em 2011, ficou entre as cinco finalistas do Hasselblad Master, o mais conceituado e prestigiado prêmio mundial da indústria fotográfica. Nas obras, o artista registra, com olhar objetivo e claro, um mundo desprovido de presença humana. Ele explora a arquitetura como uma forma de mudar as relações de tempo, espaço e percepção, e revela, no paradoxo da dualidade presença e ausência, a transitoriedade da humanidade.

Franco Bubani teve como referência para produzir essa série o trabalho Architecture of Absence, da fotógrafa alemã Cândida Höfer. Mas diferente do que ela propôs, ele optou por trabalhar exclusivamente com fotografia preto e branco. Essa decisão plástica resulta numa linguagem própria. “No meu trabalho, o silêncio tem natureza e dimensões que o preto e branco traduz com distanciamento e profundidade singulares”, afirma o artista.

O Silêncio na arte -As obras que compõem a exposição representam o silêncio de diversos lugares. O Túnel Rebouças, o Metrô Rio, a Catedral de São Sebastião, o Jockey Club Brasileiro, o Cemitério São João Batista, o Pier Mauá no Porto do Rio, a Cidade do Samba (Sambódromo), o Real Gabinete Português de Leitura, a Fábrica Bhering e o Hospital Universitário na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro (RJ); o Museu de Artes e Ofícios, o Shopping Del Rey, o Funeral House, a Igreja do Carmo e o Hotel Ouro Minas em Belo Horizonte (MG); e a Mina da Passagem em Passagem de Mariana (MG), são os lugares fotografados nos últimos três anos.

“As imagens desses espaços foram feitas em filme, em grande formato, com objetiva grande angular e são isentos de manipulação digital. Essas decisões possibilitaram apresentar fotografias realistas, com muita clareza e legibilidade enquanto a câmera mantém uma distância de observação, nunca ficando muito próxima do assunto”, explica Franco Bubani.

Ele ainda conta que cada imagem convida a um exame distanciado e desengajado através da janela que foi criada. A decisão de trabalhar apenas com a luz existente permitiu captar a essência e os detalhes de cada lugar. E o rigor fotográfico articula a linguagem do artista que desconstrói a possibilidade de uma fotografia com interesses meramente instantâneos. “Desde o início, o confronto do espectador com as obras deixa claro que não se trata de um registro inocente e nada está ali por acaso”, destaca Franco.

Segundo o fotógrafo, seu trabalho artístico não tem a pretensão de direcionar os pensamentos das pessoas. “Minhas fotos são representações do silêncio e permitem que os visitantes as percebam de acordo com seus próprios sentidos, bagagem cultural, sentimentos e experiência de vida. O silêncio, por si só, já desperta variadas reflexões no ser humano. É esse despertar do pensamento para além das obras que desejo instigar em quem visitar a exposição”, finaliza.

Artista e Fotógrafo -Franco Bubani é professor de fotografia, artista visual, representado em Belo Horizonte (MG) pela AM Galeria de Arte e em São Paulo (SP) pela AM Galeria Horizonte. No Rio de Janeiro (RJ), estudou no Museu de Arte Moderna e na EAV Parque Lage; na capital mineira estudou na Escola Guignard e no Atelier Vânia Barbosa e em São Paulo no Instituto Tomie Ohtake. Em sua formação também fez orientação artística com Júlio Martins em Belo Horizonte e com Charles Watson, Daniela Labra e Iole de Freitas, no Rio de Janeiro.

.[Exposição “O Resto Todo é Silêncio”, de 08 a 31 de agosto, segunda à sexta-feira, das 9h às 17h,,no Espaço Cultural do Banco Central (Avenida Álvares Cabral, 1605, em Belo Horizonte (MG)). Informações: (31) 3253-7222. Entrada franca.

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