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17/08/2012 - 09:23

Consequências negativas da queda do superávit primário

A confirmação da redução, em 28,8% do superávit primário em junho frente ao mesmo mês do ano anterior deve estar criando um pesadelo na equipe econômica, pois isso afeta diretamente a disponibilização de recursos para abater os juros do financiamento da dívida pública, que pode deixar de ser estancada e começar a ter um crescimento. Isso geraria maiores problemas para a sua liquidação no futuro. No primeiro semestre de 2012, a redução do superávit primário girou em torno de 9,2%, ou seja, atingiu R$ 68,933 bilhões, enquanto no primeiro semestre de2011 atingiu a cifra de R$ 75,893 bilhões.

Os principais fatores identificados com essa redução foram decorrentes do déficit da Previdência Social e do próprio Banco Central, que pressionaram para baixo o superávit primário. O que deverá ser levado em conta é que no primeiro semestre de 2011 a crise internacional ainda não era tão sentida pelos países emergentes, somente tomando robustez a partir de julho, quando algumas atitudes, na crise que ocorria com os países do Euro e com a própria economia americana, passaram a ser tratados com medidas elementares, porque a equipe econômica acreditava que isso não passava de uma pequena turbulência. Porém, outros problemas começaram a ocorrer e impactaram diretamente a economia interna, obrigando o governo a buscar alternativas de estimulo à economia, através da redução dos impostos para alguns segmentos, para evitar a de missão de trabalhadores e manter a arrecadação em alta.

A busca pela manutenção do nível de emprego e da proteção contra as importações de automóveis acabou indiretamente prejudicando a comercialização interna em benefício as montadoras nacionais, mas as exportações ainda davam sinais de que seriam capazesde manter a balança comercial superavitária. Com a extensão dos problemas na Zona do Euro e a redução do consumo da China, um dos principais parceiros do mercado brasileiro, a situação econômica de nosso país começou a ser preocupante. No entanto, a adoção de medidas paliativas aplicadas no passado não geraram um equilíbrio no mercado financeiro interno, fazendo com que, consecutivamente, a indústria nacional fosse cada vez mais minguando e reduzindo sua produção e, por consequência, o emprego.

Com o propósito de salvaguardar o consumo no mercado interno, pressionou-se os bancos a reduzirem juros para os financiamentos as pessoas físicas, que em alguns casos já estavam endividadas e com baixo poder de compra. Desse modo, aumentou a inadimplência e surgiram problemas relativos ao futuro próximo com relação à limitação do consumo da classe emergente, que acabou surgindo como consumidora e que hoje está limitada em suas compras em virtude da renda já comprometida com antigos créditos.

A preocupação governamental é grande e um aumento do endividamento para financiamento da dívida pública poderá levar por água abaixo toda uma estratégia que surgiu a partir do Plano Real, que poderá ser prejudicada sensivelmente se houver o retorno às altas taxas de inflação. Portanto, todo cuidado é pouco, e estímulo não significa doação. Está na hora de analisar os segmentos que precisam efetivamente de ajuda. O País não vive somente em torno das montadoras, considerando-as como as salvadoras da Pátria.

.Por: Reginaldo Gonçalves, coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina).

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