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22/08/2012 - 10:25

Pesquisa inédita da FIDI aponta perfil de mulheres brasileiras com risco de desenvolver osteoporose

Estudo da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem, juntamente com a Unifesp/EPM, analisou 8 mil exames de densitometria óssea realizados durante 3 anos e elegeu como principais fatores de risco para surgimento da doença baixo peso, idade avançada, cor, histórico familiar de fratura de fêmur, tabagismo, alcoolismo e uso crônico de cortisona; levantamento também revelou que 30% das mulheres examinadas tinham osteoporose, enquanto 20% estavam a um passo da doença, ao apresentar osteopenia

Entre os países com maior índice de desenvolvimento social e econômico da América Latina, o Brasil era o único que ainda não contava com uma ferramenta capaz de identificar com precisão pessoas com maior risco de apresentar osteoporose e osteopenia. Agora, porém, o estudo vencedor da categoria Especialização e Residência Médica do Prêmio Ciência e Tecnologia, organizado anualmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em parceria com os ministérios da Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia, finalmente preencheu essa lacuna, no que diz respeito ao diagnóstico de doenças dessa natureza em mulheres. “Esse estudo pode viabilizar o tratamento precoce de mulheres com propensão a apresentar problemas relacionados à baixa densidade óssea e gerar diminuição no impacto socioeconômico causado por eles”, explica o reumatologista Marcelo M. Pinheiro, coordenador da pesquisa e também médico da Central de Laudos da Fidi.

Baseado em dados da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (Fidi), o São Paulo Osteoporosis Risk Index (SAPORI) foi selecionado entre mais de 6 mil pesquisas realizadas em todo o Brasil. Desenvolvido por uma equipe de médicos que atua na disciplina de Reumatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM), o SAPORI consiste basicamente em uma espécie de software matemático, cujo funcionamento é muito simples: primeiro o programa recolhe informações de mulheres na pré, peri e pós-menopausa e depois calcula, automaticamente, qual delas têm maior predisposição a desenvolver doenças relacionadas à baixa densidade óssea.

“O SAPORI coleta informações como idade avançada, baixo peso, cor da pele, altura, hábitos alimentares, doenças associadas, ingestão de medicamentos, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. Para cada um desses fatores clínicos de risco é atribuído um peso de relevância, baseado em nossa população de mulheres. A partir desses dados, o sistema calcula um escore final que indica se a pessoa pertence ou não a um grupo de risco e se tem indicação de realizar o exame densitometria óssea”, explica a reumatologista Vera Szejnfeld, médica responsável pela Central de Laudos da Fidi.

Metodologia -Para desenvolver as bases de avaliação do SAPORI, Dr. Pinheiro e sua equipe utilizaram o resultado de mais de 8 mil exames de densitometria óssea realizados pela Fidi em hospitais públicos de São Paulo com mulheres provenientes da região metropolitana da cidade, entre os anos de 2004 e 2007. “Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número nos serviu como uma amostragem da população feminina no Brasil”, diz Pinheiro. A partir disso, foram realizadas análises estatísticas e descritivas de fatores demográficos, antropométricos e de antecedentes pessoais que incluíram fraturas sofridas, aspectos ginecológicos e densitométricos de cada paciente examinada. “Antes desse estudo, os parâmetros que tínhamos eram todos internacionais. Essa foi a primeira vez que obtivemos dados desse tipo extraídos de nossa própria população”, destaca o reumatologista. “Do total de exames realizados, constatamos que apenas 50% deles estavam normais. Cerca de 30% já apresentavam osteoporose, enquanto 20% estavam a um passo da doença, ao indicar a ocorrência de osteopenia.”

Fatores de Risco -As informações obtidas com esse levantamento foram então utilizadas para determinar e quantificar o impacto dos principais fatores de risco para osteoporose e fraturas por fragilidade óssea em mulheres brasileiras. Os principais foram: baixo peso, idade avançada, cor branca, histórico familiar de fratura de fêmur, tabagismo atual e uso crônico de corticosteroides, como medicamentos à base de cortisona. “Outra descoberta foi que terapias hormonais após a menopausa e a prática de atividades físicas regulares exerceram um papel protetor contra a fragilidade dos ossos das mulheres examinadas”, acrescenta Pinheiro.

Tratamento Precoce -A utilização do SAPORI também pode representar uma vantagem importante no combate à osteoporose. A partir dos resultados apresentados, é possível identificar quem deve fazer o exame, permitindo o diagnóstico e tratamento precoce. “Ao fornecer dados pessoais ao SAPORI, a usuária do sistema sabe instantaneamente se tem indicação de fazer o exame, de acordo com a presença de fatores de risco”, diz o reumatologista. “Essa atitude amplia bastante as chances de prevenir ou tratar a doença precocemente”.

Impacto Socioeconômico -Outro benefício gerado pelo SAPORI é a possibilidade que o sistema oferece de diminuir o impacto socioeconômico de doenças relacionadas à baixa densidade óssea. Tanto na rede pública, como em convênios particulares, o uso do SAPORI pode gerar uma economia de até 50% nos gastos com exames de densitometria óssea. De acordo com os estudos preliminares que originaram as fórmulas matemáticas do SAPORI, cerca de 30% da população feminina no país pode desenvolver osteoporose. Portanto, a utilização do sistema impede que as mulheres que não pertencem a esse grupo de risco façam exames sem necessidade. “Esse fator é fundamental para diminuir filas e agilizar o atendimento às mulheres que realmente precisam realizar exames de densitometria óssea”, diz Pinheiro.

Dicas de Prevenção -Com base nos fatores de risco apontados pelo SAPORI, confira algumas dicas de prevenção contra a osteoporose: 1. Evite quedas e acidentes domésticos. Pequenos acidentes em casa podem ocasionar fraturas sérias em pessoas que têm tendência ou já estão em processo de tratamento da osteoporose.

2. Evite o sedentarismo. Faça exercícios físicos. Principalmente as mais jovens.

3. Alimente-se corretamente. Tenha uma dieta equilibrada e rica em laticínios, peixe, vegetais verdes, legumes, frutas.

4. Tome sol no início da manhã ou no final da tarde por um período de 15 a 30 minutos.

5. Não fume! O cigarro acelera a perda de massa óssea.

6. Evite bebidas alcoólicas! A ingestão excessiva de álcool acelera a perda de massa óssea.

7. Se tiver predisposição, faça exames regulares. A partir dos 40 anos, é importante medir a massa óssea anualmente, por meio de exames de densitometria óssea. Confira se você apresenta fatores de risco com o SAPORI: [www.unifesp.br/dmed/reumato/sapori ].

8. Na menopausa, converse com o ginecologista ou especialista em osteoporose sobre a necessidade de suplementação hormonal, cálcio e vitamina D.

9. Atenção com medicamentos de uso contínuo. O uso de medicamentos que estimulem o aparecimento de osteoporose, como corticoide, anticoagulantes, hormônio tireoideano, antiácidos, anticonvulsivantes, entre outros, podem requerer um tratamento preventivo contra a doença.

10. Amamente os filhos com leite materno. A ingestão de leite materno garantirá melhor massa óssea no futuro.

FIDI -A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem atua há mais de dez anos na saúde pública de São Paulo. Mantém convênio para operar a área de diagnóstico por imagem de diversos hospitais das Secretarias de Saúde do estado e município de São Paulo, estado de Goiás e prefeituras próximas à capital.

Possui cerca de 1,3 mil funcionários e 300 médicos especialistas, que atendem em 52 unidades hospitalares realizando mais de 3 milhões de exames por ano, sendo o maior provedor de exames de diagnósticos por imagem do país.

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