Abraji recebe prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo foi homenageada no dia 20 de agosto (segunda-feira), com o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa. O troféu foi concedido durante o 9o Congresso da Associação Nacional e Jornais, realizado em São Paulo.

O presidente-executivo do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, destacou em seu discurso a atuação da Abraji na qualificação dos jornalistas e em prol da aprovação da Lei de Acesso a Informações Públicas.

Fernando Rodrigues, diretor da Abraji, recebeu o prêmio em nome do presidente Marcelo Moreira e considerou-o "uma honra muito grande" e "um reconhecimento dos jornais", que recompensa o trabalho da associação, principalmente pelo seu caráter apartidário, voluntário e independente.

Ele relembrou a criação da associação em 2002, "em um momento trágico do jornalismo brasileiro": o assassinato de Tim Lopes. A associação surgiu para unir jornalistas em torno da discussão e defesa da profissão. Nos últimos dez anos, foram 133 eventos organizados e mais de cinco mil jornalistas treinados. Ele também destacou a importância do trabalho de Marcelo Beraba, Angelina Nunes, Fernando Molica e Rosental Calmon Alves para a consolidação da Abraji.

“O prêmio é fruto do trabalho da Abraji no processo de aprovação da Lei de Acesso à Informação Pública e consolida o papel da Abraji como um grupo atuante em defesa da qualidade do bom jornalismo praticado no Brasil. A Abraji, que nasceu como reação a um brutal ato contra a liberdade de expressão, que foi a morte do Tim Lopes, é hoje um dos mais fortes canais de defesa do livre exercício do jornallismo em todo o Brasil”, completa o presidente da Instituição, Marcelo Moreira (TV Globo, RJ).

Estiveram presentes na solenidade Judith Brito, presidente da ANJ que deixa o exercício, o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados, Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, Ricardo Ferrasso, senador (PMDB-ES), Carlos Fernando Lindenberg, novo presidente da ANJ, Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e Roberto Messias, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

"A Abraji é uma entidade irmã, trabalhamos [ANJ e Abraji] muito juntos, temos causas comuns e, sem dúvida nenhuma, a Abraji liderou esse processo de pressão para que a Lei de Acesso fosse aprovada”, disse Judith Brito após a cerimônia. A cerimônia também marcou a troca de diretoria da ANJ para o biênio 2012-2014, período em que a presidência da ANJ fica nas mãos de Carlos Fernando Lindenberg Neto.

Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do jornal O Estado de S.Paulo, se disse feliz ao saber da premiação. "É um reconhecimento público do trabalho que a Abraji vem fazendo de colocar em pauta e discutir em detalhes a importância do jornalismo em profundidade". Segundo ele, a Lei de Acesso a Informação foi uma resposta que o poder público tinha que dar diante das pressões e traz um grande efeito sobre o método do jornalismo, de pedir, analisar e traduzir as informações para os leitores.

Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa -O prêmio foi criado em 2008, como um reconhecimento a jornalistas, jornais e outras personalidades que lutaram pela defesa de um dos princípios fundamentais da sociedade: a liberdade de imprensa.

No ano de lançamento, o ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto foi premiado por ter sido o relator do processo que resultou, no ano seguinte, no fim da Lei de Imprensa. Em 2009, o prêmio foi concedido ao deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), autor da ação de inconstitucionalidade que provocou o fim da Lei de Imprensa. Nos anos seguintes, a Sociedade Interamericana de Imprensa – em função da defesa de liberdade de imprensa na América Latina – e o jornal argentino Clarín – por simbolizar os problemas da imprensa argentina para exercer um jornalismo independente – receberam a homenagem.