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11/10/2007 - 10:14

JBS-Friboi quer dobrar fatia no mercado de carne em cinco anos

São Paulo- O JBS-Friboi, maior exportador mundial de carne bovina, com unidades nos quatro principais países produtores, tem meta de dobrar sua participação no mercado internacional em um período de cinco anos, no embalo da crescente demanda que acompanha o desempenho das economias, fator que pode derrubar barreiras comerciais.

"Acreditamos que nos próximos cinco anos temos condições de dobrar a participação (no mercado internacional)", afirmou o presidente do JBS-Friboi, Joesley Mendonça Batista, em entrevista à Reuters na tarde desta quarta-feira, na sede da empresa em São Paulo.

O grupo detém ao menos 8 por cento do comércio global de carne bovina, apenas com as vendas de unidades no Brasil e na Argentina. A participação é maior se incluídas as exportações das fábricas da Swift nos Estados Unidos e Austrália, países que respondem por mais da metade da capacidade de abate de 48 mil cabeças ao dia da empresa --o JBS não informou quanto representam os negócios fora do Mercosul.

O JBS adquiriu em maio a norte-americana Swift & Co. em negócio de 1,4 bilhão de dólares que o transformou no maior processador mundial de carne bovina.

Batista, de 34 anos, filho mais novo de José Batista Sobrinho, fundador do grupo que tem vendas externas superiores a 3 bilhões de dólares anuais a partir de 41 unidades em quatro países, avaliou que dobrar a participação será possível porque acredita que a cada dia o mercado mundial terá menos intervenções governamentais e menos subsídios à produção.

"Não acreditamos que o levante de barreiras seja uma questão comercial. Acreditamos que é uma questão de necessidade. O dia que os países necessitarem do produto eles levantam as barreiras... Não é a Rodada de Doha que vai mudar nada", acrescentou ele.

Batista observou que a tendência é de que países mais competitivos como o Brasil "se tornem mais produtores" e ganhem mercados, com a redução do protecionismo e barreiras sanitárias de países como a China, que precisarão importar mais para alimentar a população.

"Acreditamos que a China no ano que vem vai precisar comprar carne, a Europa a cada dia precisa mais, a Rússia também", disse o executivo, salientando ter "confiança que em 12 meses a China vai abrir (o seu mercado), pela necessidade e pelo amadurecimento das relações com o Brasil".

Batista ressalvou que o Brasil, embora seja um fornecedor privilegiado de carne, não pode ignorar reclamações de alguns importadores, como a União Européia. Mas destacou que o país, segundo conversas que ele tem tido com o governo, está acertando questões sanitárias, que em alguns momentos no passado prejudicaram as exportações, com os casos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul em 2005.

No caso do JBS-Friboi, não houve prejuízo com embargos, segundo a empresa, justamente pela possibilidade do grupo exportar a partir de unidades de Estados ou países não embargados. O grupo tem 23 processadoras no Brasil, outras seis na Argentina, quatro na Austrália e quatro nos Estados Unidos --além de quatro confinamentos australianos e de três abatedouros de suínos norte-americanos.

"Atribuo como muito baixa a chance de termos um embargo por parte da Europa, porque estamos (o Brasil) fazendo o dever de casa", comentou ele, sobre recentes declarações de autoridades européias pedindo veto à carne brasileira.

Faturamento quintuplicado - Com a aquisição da Swift concluída em julho, o faturamento do grupo deve dar um salto no balanço do terceiro trimestre, a ser divulgado em novembro, o primeiro a contar com os números da norte-americana.

Levando em conta dados "pro forma", as vendas anuais cresceriam de cerca de 2 bilhões de dólares (do JBS-Friboi) para 11-12 bilhões de dólares, com a incorporação dos ativos da Swift.

A empresa, que utiliza a maior parte de sua capacidade instalada para bovinos e praticamente 100 por cento do potencial de abate de suínos, de 46,8 mil toneladas (exclusivamente nos EUA), não acredita que uma eventual alta de preços possa impedir o crescimento do mercado mundial.

"Não impede porque a elasticidade preço/consumo é muito alta... Se estiver caro, cai o consumo, e o preço vem para o valor ideal para o produto ser consumido", afirmou Batista, ressaltando que o grupo tem a vantagem de ter o "melhor mix".

Batista, que vê pouco espaço mas não descarta que competidores internacionais venham a se estabelecer no país com o maior rebanho de bovinos do mundo, avaliou ainda como possível uma eventual nova emissão de ações se a empresa considerar que isso é necessário para garantir a expansão.

"Temos ímpeto de crescimento. Crescemos a 30 por cento ao ano há mais de 18 anos, e não tenho dúvida que vamos conseguir crescer mesmo em outros patamares (após aquisição da Swift)."||| Por Roberto Samora/Reuters.

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