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25/08/2012 - 09:29

Associação Pestalozzi de Osasco é homenageada na Câmara Municipal

A Associação Pestalozzi de Osasco foi homenageada em sessão solene realizada na Câmara Municipal, na qual a fundadora da entidade, Ágatha Maria D’Ângelo, e a atual presidente, Maria Luiza Cardoso Cintra, receberam uma placa comemorativa aos 30 anos de atividades, celebrados neste mês. A entrega foi feita pela vereadora Ana Paula Rossi, que presidiu a mesa durante o evento, e pelo vereador Dr. André Sacco. Também prestigiou o evento a secretária de Assistência e Promoção Social de Osasco, Patrícia Dândalo, representando o prefeito da cidade.

Alunos, pais e apoiadores da Pestalozzi marcaram presença, lotando o plenário da Câmara. Todos se emocionaram com os relatos dos jovens atendidos pela entidade e das representantes dos pais. Com quatro oficinas dotadas de todos os equipamentos necessários ao preparo dos jovens para trabalhar na área gráfica, hoje a Pestalozzi de Osasco atende 100 jovens com deficiência intelectual. Destes, 15 já estão prontos para terem sua primeira experiência profissional. Como mostram os dados da RAIS/CAGED divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em todo o município apenas nove pessoas com deficiência estavam contratadas, na condição de aprendiz – todas oriundas da Pestalozzi de Osasco.

Associação Pestalozzi de Osasco: 30 anos de superação e conquistas -Tudo começou em uma sala cedida pelo Grupo dos Escoteiros de Osasco, onde era feito o processo de triagem dos jovens. Menos de dois anos depois da fundação, com o apoio da prefeitura, a instituiça?o ja? ocupava uma casa conforta?vel e espaçosa que permitia atender 30 jovens. Buscando introduzir um modelo de atendimento mais inclusivo, em 2004 implantou o Projeto “Papel: Ofi?cio & Arte”, que contou com apoio técnico e financeiro do Instituto Camargo Corrêa. Ele permitiu desenvolver um Programa de Educac?a?o Profissional dirigido a 32 jovens com deficiência intelectual e idade entre 14 e 21 anos que, preferencialmente, estivessem frequentando a rede pu?blica de ensino. A partir da divulgaça?o do curso na rede pu?blica de ensino, a Associação estreitou seu relacionamento com as escolas.

Os recursos oriundos desta parceria propiciaram ainda a contrataça?o de uma designer e, com isto, conseguiu-se tambe?m obter uma melhora significativa na qualidade dos produtos confeccionados. Desde então, seus blocos de anotação e cadernos são produzidos a partir de modelos concebidos por designers de ponta e sua venda contribui para arcar com as despesas diretamente relacionadas as atividades com os usuários. Ao propor o Curso de Reciclagem de Papel e Confecc?a?o Artesanal de Produtos de Papel, a organizaça?o aproveitou sua experiência na a?rea de reciclagem de papel e de encadernaça?o e, ao mesmo tempo, encontrou uma soluça?o para dinamizar o fluxo e a quantidade de alunos atendidos, pois com a introduça?o do curso, o uso do espaço fi?sico disponi?vel pode ser otimizado.

Uma outra frente de atuação ganhou contornos mais concretos a partir de 2005, quando foi lançado o Projeto “Apoiar”, que visava favorecer o processo de inclusa?o escolar de alunos com deficiência nas escolas, em cumprimento à legislação que extinguiu classes diferenciadas para crianças com deficiência. Em dezembro daquele ano, a Associaça?o Pestalozzi de Osasco firmou contrato de parceria com a Petrobras para implantar o projeto em 48 escolas da rede pu?blica de ensino e beneficiar, no peri?odo de um ano, ate? 500 profissionais da a?rea da educaça?o, contribuindo para o fortalecimento da escola pu?blica.

Com a introduça?o do Curso de Encadernac?a?o e Recuperac?a?o de Livros, o Projeto “Papel: Ofi?cio & Arte” caminhou no sentido de consolidar-se como um programa de educaça?o profissional. Por isso, em 2007, a Associaça?o Pestalozzi de Osasco requisitou junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Crianc?a e do Adolescente do munici?pio (CMDCA) a inscrição do seu Programa de Aprendizagem para ser reconhecida como entidade certificadora que, de acordo com a Lei do Aprendiz (Lei no 10.097/00), desenvolve cursos de aprendizagem. No mesmo ano, três dos jovens qualificados no projeto foram contratados.

“Vale destacar que a proposta de introduzir cursos de educaça?o profissional representou uma mudança na orientaça?o dos programas da organizaça?o, que passava, enta?o, a enfrentar com aço?es mais afirmativas a questa?o da inclusa?o social”, destaca Márcia Solera. Uma vez capacitados a trabalhar, surgiam perspectivas mais concretas de inserça?o social desses jovens no mercado formal de trabalho.

Em 2007, nasceu também o Projeto “Plantando o Futuro”, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Munici?pio de Osasco. Ele propunha a manutença?o dos canteiros de uma praça pu?blica por meio da realizaça?o de um curso de jardinagem, destinado aos alunos que frequentavam as Oficinas Pedagógicas da Associaça?o.

Por trás da história da Associação Pestalozzi está a figura de Agatha Maria d`Angelo, uma mulher que chegava a Osasco imbui?da do ideal de fundar na cidade um centro de reabilitaça?o para o atendimento a pessoas com deficiência intelectual. Com formaça?o em Serviço Social e larga experiência no trabalho com criancas enta?o denominadas “excepcionais”, dona Agatha, como e? conhecida ate? hoje, havia realizado um trabalho pioneiro na Cli?nica de Mole?stias de Nutriça?o do Hospital das Cli?nicas de Sa?o Paulo com crianças que apresentavam deficiência intelectual associada ao hipertiroidismo. Ale?m disso, havia dedicado 30 anos de reconhecido trabalho a outra instituiça?o, no munici?pio de Sa?o Paulo, voltada ao atendimento dessa parcela da população. Ela contou com o apoio de senhoras que já desenvolviam uma aça?o social no chamado Serviço de Obras Sociais (SOS) e que até hoje estão a frente desse trabalho e compõem a diretoria da entidade.

Associação Pestalozzi de Osasco nasce sintonizada com os novos tempos -O contexto histórico no qual a Associação Pestalozzi de Osasco surgiu também ajuda a entender sua trajetória de sucesso. Simultaneamente ao início de suas atividades, na década de 80, delineava-se, no cena?rio nacional, um contexto poli?tico e social preocupado com a integraça?o da pessoa com deficiência e com a garantia de seus direitos. Vi?timas de exclusa?o e de segregaça?o durante se?culos, as pessoas com deficiência se faziam agora representar atrave?s de associaço?es que lutavam para fazer valer seus direitos de cidada?os.

Ja? em 1978, a primeira emenda a? Constituiça?o Brasileira assegurava a?s pessoas com deficiência “a melhoria de sua condic?a?o social e econo?mica, especialmente mediante a educac?a?o especial gratuita”. Os anos de 1986 e 1987 marcaram a criaça?o, pelo governo federal, da Coordenadoria Nacional para a Integraça?o da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), importante o?rga?o de Assessoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repu?blica, responsa?vel pela gesta?o de poli?ticas voltadas para a integraça?o da pessoa com deficiência. Um ano depois, foi promulgada a Constituiça?o Federal de 1988 que dispo?e sobre os direitos das pessoas com deficiência. No ano seguinte, ocorreu a promulgaça?o da Lei Federal Nr. 7853/89, que estabelecia as normas gerais de proteça?o aos direitos da pessoa com deficiência. Entretanto, somente dez anos depois houve a publicaça?o do Decreto Federal Nr. 3298/99, que regulamenta a lei, dispondo sobre a Poli?tica Nacional para a Integraça?o da Pessoa com Deficiência e consolidando normas de proteça?o.

As entidades que se formaram entre os anos 80 e 90, como a Associação Pestalozzi de Osasco, tinham como objetivo oferecer serviços visando desenvolver ao ma?ximo o potencial das pessoas com deficiência para que, quando prontas, fossem integradas a? sociedade. Na esteira do movimento de integração veio o movimento de inclusão e com ele uma mudança de paradigma: é a sociedade que tem que se preparar para conviver com a diversidade.

Pestalozzi: um nome, várias vocações -Atualmente existem, aproximadamente, 150 Associac?o?es Pestalozzi. Todas elas são filiadas a? Federac?a?o Nacional das Associac?o?es Pestalozzi (FENASP) e, também, sa?o administrativa e financeiramente independentes. As Associac?o?es Pestalozzi tem a filosofia de vida de Johan Heinrich Pestalozzi como modelo, mas cada uma e? livre na escolha da proposta que orienta suas ac?o?es e do referencial teo?rico usado na abordagem da questa?o da deficie?ncia intelectual.

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