Avanço da produtividade de milho será analisado durante o 29º Congresso Nacional de Milho e Sorgo 2012

O estudo das projeções de produção de milho, realizado pela Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, indica aumento de 19,11 milhões de toneladas entre a safra de 2008/2009 e 2019/2020. Em 2019/2020, a produção deverá ficar em 70,12 milhões de toneladas e o consumo em 56,20 milhões de toneladas. Esses resultados indicam que o Brasil deverá fazer ajustes no seu quadro de suprimentos para garantir o abastecimento do mercado interno e obter excedente para exportação, estimado em 12,6 milhões de toneladas em 2019/2020. Número que poderá chegar a 19,2 milhões de toneladas.

Segundo Alfredo Tsunechiro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA/APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e membro da Comissão Organizadora do Congresso Nacional de Milho e Sorgo – 2012, a magnitude da quebra da safra de milho em 2012 dos Estados Unidos, devido à seca e as altas temperaturas na região do Meio-Oeste, conjugada à colheita da maior safra da história no Brasil, superando a primeira (safra de verão) na temporada 2011/12, provocaram alterações substanciais no quadro de oferta e demanda do cereal no mercado interno. A produção de milho foi estimada pela CONAB em 72,8 milhões de toneladas, sendo 34,2 milhões de t na primeira safra e 38,6 milhões de t na safrinha. O consumo foi estimado em 50,6 milhões de toneladas e a exportação, em 14 milhões de toneladas. Ou seja, as projeções de produção da Assessoria de Gestão Estratégica do MAPA, de 2008/09 para 2019/20 foram ultrapassadas, no terceiro ano. Os elevados preços da soja, em níveis recordes, também alavancados pela adversidade climática nos EUA, promoverão significativo crescimento da área da oleaginosa na próxima safra no Brasil, trazendo na sua esteira a manutenção da supremacia da área de milho safrinha sobre a de milho verão, verificada na safra 2011/12.

Isso reflete as grandes mudanças temporais e espaciais que a cultura do milho passou nos últimos anos. A primeira mudança refere-se ao deslocamento de metade da área de produção da região centro-sul para a safrinha, o que é muito bom por aumentar a produção deste cereal e reduzir as variações sazonais no abastecimento do mercado, que agora tem duas grandes safras anuais. Ao mesmo tempo, a safrinha é uma cultura com risco tipo catástrofe, ou seja, as perdas podem ocorrer de maneira generalizada em macrorregiões, como é o caso da geadas no Paraná até o sudoeste de São Paulo e parte do Mato Grosso do Sul, que podem levar a grandes flutuações na produção, exportação e preços dos grãos.

A outra importante mudança é o deslocamento da área de cultivo entre as regiões, com destaque para a concentração do milho verão em regiões de altitude e/ou alta produtividade e o aumento da importância do estado de Mato Grosso, que se tornou líder nacional na produção de milho safrinha. Este estado tem os menores custos de produção por área, mas carece de investimentos em infraestrutura para armazenar e escoar a produção.

Segundo Aildson Pereira Duarte, Pesquisador Científico do Instituto Agronômico (IAC) e Presidente do XXIX Congresso Nacional de Milho e Sorgo – 2012, nos últimos nãos, a área de milho cresceu muito menos do que a de soja no Brasil, enquanto a produtividade do milho aumentou acentuadamente. “Este fato decorre da profissionalização do setor, com a saída de produtores com menor nível de produtividade, e do aumento do nível de investimentos em lavouras de alta tecnologia. Destacam-se a melhoria genética dos híbridos, especialmente em potencial produtivo, e o aprimoramento dos sistemas produtivos, incluindo tecnologias transgênicas, plantio direto e aumento da população de plantas e adubação”, afirmou Duarte.

O 29° Congresso Nacional de Milho e Sorgo avaliará a importância das culturas de grãos para o agronegócio brasileiro. O evento será realizado entre os dias 26 a 30 de Agosto, em Águas de Lindóia-SP.

O evento terá como tema “Diversidade e Inovações na era dos transgênicos”, com ênfase nas discussões sobre os impactos das novas tecnologias geradas pelas instituições de pesquisa pública e privada e seus desdobramentos nas áreas de ensino, pesquisa e extensão sobre as culturas de milho e sorgo no Brasil.

.[29º Congresso Nacional de Milho e Sorgo , de 26 a 30 de agosto (domingo a quinta-feira),noHotel Majestic, em Águas de Lindóia-SP|www.milhoesorgo.com.br].